O dia 11 de abril é marcado por conscientizar a população sobre a doença de Parkinson, caracterizada como a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, afetando cerca de 6,3 milhões de pessoas. Embora sem cura, há tratamentos que podem aliviar os sintomas da enfermidade, retardar o seu progresso e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, conforme elucida a Biblioteca Virtual em Saúde. Na UNIFAL-MG, o Laboratório de Pesquisa em Química Medicinal (PeQuiM) desenvolve projetos que visam identificar novas moléculas capazes de exercer efeitos neuroprotetores e anti-neuroinflamatórios úteis ao controle da evolução das condições neurodegenerativas.
A doença afeta os movimentos da pessoa e causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita. De acordo com o coordenador científico dos projetos, professor Cláudio Viegas Júnior, do Instituto de Química da UNIFAL-MG, “a morte de neurônios específicos e a inflamação em diferentes regiões do cérebro são características marcantes da doença e ocorrem em quase todas as demais doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e doença de Huntington”.
Como pesquisa voltada para a descoberta de substâncias inovadoras em efeito terapêutico, os projetos do laboratório PeQuiM têm potencial para o desenvolvimento farmacêutico, o que traria um valor inestimável à sociedade.
“Se uma dessas substâncias chegar ao desenvolvimento farmacêutico, certamente teremos algo novo em termos de eficácia e segurança, traduzido em avanços relevantes na qualidade de vida do paciente, que se não for a cura efetiva da doença, seja a recuperação mais duradoura de sua saúde, impedindo a progressão da doença e devolvendo ao indivíduo a sua autoestima, sua independência e sua capacidade de viver melhor física e intelectualmente, com impacto direto no seio familiar e na sociedade”, garante professor Cláudio Viegas.
Segundo ele, a equipe tem registrado sucesso nas etapas iniciais de alguns projetos. “Identificamos pequenas moléculas que estão, atualmente, passando por estudos mais aprofundados e específicos, buscando caracterizar seus mecanismos de ação e toxicidade”, explica.
No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Parkinson (ABP), existem cerca de 200 mil pessoas diagnosticadas, mas estima-se que o número real possa chegar a 500 mil, já que muitos casos não são diagnosticados. Ainda de acordo com a ABP, Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no país, ficando atrás apenas do Alzheimer, que também é tema de estudos na UNIFAL-MG.
A equipe do Laboratório desenvolve pesquisa que busca novos fármacos para o tratamento do Alzheimer. “Ao longo destes 15 anos de pesquisa temos avançado muito na descoberta de moléculas com baixa toxicidade e que têm demonstrado os perfis multiefeitos e multialvo desejados, sendo capazes de reverter o déficit de memória e aprendizado em modelos animais, além de mostrarem efeitos anti-neuroinflamatórios, antioxidantes e neuroprotetores, com mecanismos de ação diversos”, explica o professor.
Os projetos ligados à pesquisa em doenças neurodegenerativas são desenvolvidos com a sede no Laboratório de Pesquisa em Química Medicinal, o PeQuiM, com a participação efetiva de uma rede de outros grupos na UNIFAL-MG, UFRJ, UFMG, UnB, LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) e no exterior, como a Universidades de Bologna e Camerino (Itália), de Barcelona (Espanha), do Porto (Portugal) e de Adelaide (Austrália).
O grupo de pesquisa do PeQuiM se dedica à pesquisa em Química Medicinal, explorando o planejamento racional de novos candidatos a protótipos de fármacos, bem como sua obtenção sintética e avaliação em modelos in vitro e in vivo.