Estudo da UNIFAL-MG realizado em parceria com FMJ e UFPB identifica compostos que podem ser reposicionados para tratamento da toxoplasmose

A pesquisa foi publicada na Revista online Plos One

A toxoplasmose é uma infecção que atinge mais de um terço da humanidade, logo, é alvo de pesquisadores que buscam novas opções de tratamento. Recentemente, um estudo da UNIFAL-MG, realizado em parceria com a Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), auxiliou na identificação de seis compostos que podem ser reposicionados para o tratamento da toxoplasmose. A pesquisa foi publicada na Revista Científica Plos One e está disponível neste link.

Na UNIFAL-MG a pesquisa foi realizada como tema de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da discente Amanda Bellini Ramos, com orientação dos professores Fábio Antônio Colombo e Marcos José Marques.

“A parceria com a Faculdade de Medicina de Jundiaí – FMJ surgiu a partir da possibilidade de elaboração de um trabalho mais amplo, uma vez que, na FMJ, não é possível, no momento, a realização de estudos in vivo ou padronização de um estudo como tal. Embora não tivéssemos o modelo padronizado para esse fim, desenvolvemos como tema do mestrado da Amanda Bellini. A parceria entre as três instituições surgiu pela necessidade, uma vez que não há recursos para que tudo seja feito no mesmo local, mas, em parceria, o estudo completo foi viabilizado”, contou o Prof. Marcos José Marques.

De acordo com ele, na UNIFAL-MG, foram realizados os estudos in vivo devidamente aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA). Para a pesquisa foi necessária a padronização dos modelos de toxoplasmose aguda e crônica em camundongos, além da análise molecular, que perpassou pela construção de uma curva analítica (relacionando quantidade de parasitas com a detecção de DNA/RNA) e pela extração de RNA e sua detecção nos animais de experimentação pós tratamento.

“O principal objetivo do estudo realizado na UNIFAL-MG foi determinar o modelo de infecção, tratamento e análise da eficácia de cada composto testado. Até o momento, foi possível confirmar a atividade de dois compostos em fase crônica através do modelo padronizado. Além disso, estão em andamento outros dois experimentos em fase crônica, com atividade promissora, e outros três compostos estão sendo testados em fase aguda. Estes compostos fazem parte de um banco denominado Malaria Venture’s COVID Box dentro da estratégia de reposicionamento”, explicou docente.

Para o professor Marcos a parceria foi essencial para os resultados alcançados até o momento: “toda a triagem in silico e in vivo foram feitas previamente pelas outras partes envolvidas na pesquisa. Dessa forma, foi possível ‘prever’ quais compostos, entre a totalidade dos triados, seriam mais promissores na análise in vivo, o que leva à diminuição no uso de animais de experimentação e maior segurança na escolha de compostos possivelmente promissores para tal”.

A pesquisa também foi divulgada no site da Agência FAPESP, confira mais informações no link: https://agencia.fapesp.br/estudo-identifica-seis-medicamentos-que-podem-ser-reposicionados-para-o-tratamento-da-toxoplasmose/44842