Os acadêmicos Anelise Vieira Rosa Fernandes da Silva e Willian Martins Oliveira, estudantes da Licenciatura em Ciências Biológicas, da UNIFAL-MG, foram aprovados em editais de programa e projeto com impacto nacional na área da Biologia. São eles, respectivamente: Programa do Museu de Zoologia da USP (MZUSP) e Projeto Chelonia Mydas. Ambos desenvolveram as atividades no mês de novembro e atuaram em diferentes estados brasileiros.
Das dez vagas oferecidas em todo o país, sendo duas por região, Anelise da Silva foi uma das contempladas para a região sudeste. A acadêmica ficou uma semana no Museu em São Paulo com os custos cobertos pelo programa. Segundo a estudante, a ideia do programa é apresentar o Museu, o curso de pós-graduação oferecido por ele e as linhas de pesquisa existentes. As atividades começaram no dia 6 e foram até dia 11 de novembro.
No caso de Willian Oliveira, o projeto Chelonia Mydas busca monitorar o impacto de poluentes sobre as tartarugas-marinhas brasileiras. A iniciativa do Instituto Marcos Daniel, que é uma associação privada sem fins lucrativos qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), localizado no Espírito Santo.
Para o docente Vinícius Xavier da Silva, do Instituto de Ciências da Natureza da UNIFAL-MG, experiências como estas são fundamentais para a formação dos estudantes, principalmente na licenciatura. “Existe uma concepção errônea sobre a formação de professores com muita ênfase no ensino dentro da escola e dentro da sala de aula da universidade, em disciplinas que passem noções de Pedagogia, Didática, Psicologia. Lógico que isso é muito importante na formação de um professor, mas estudantes de licenciatura que passam por experiências nas áreas específicas da matéria que lecionarão têm mais recursos para fazer conexões, exemplificar fatos e conceitos e sensibilizar seus futuros alunos”, mencionou o biólogo.
“É a ideia de quem ‘tem mais história pra contar’ devido às vivências mais diversificadas e, preferencialmente, ‘colocando mais a mão na massa’ (vivências práticas). Tenho certeza que a Anelise e o Willian terão mais ferramentas, mais arcabouço pedagógico e até psicológico para atuarem como professores depois das suas experiências”, salientou Vinícius Xavier.
A atuação do estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas na UNIFAL-MG, segundo o professor, é ampla e diversificada. “Podem fazer pós-graduação (pesquisa) em áreas específicas da Biologia (inclusive na área de Educação e no ensino de Ciências) e seguir carreira acadêmica, podem complementar sua carga horária para tirar registro no Conselho Regional de Biologia e atuar como biólogos autônomos, podem prestar concurso, podem abrir suas próprias empresas, podem trabalhar em redes sociais, museus, zoológicos, hortos, parques municipais, ONGs, etc”, citou.
Ainda, o docente acredita que, ao explorar as diversas opções oferecidas na área, os acadêmicos conseguem atingir uma formação de sucesso. “A Anelise e o Willian demonstraram que os alunos de Licenciatura em Ciências Biológicas da UNIFAL-MG estão sendo muito bem formados. Ambos tentaram e passaram em processos seletivos muito concorridos. Espero que a coragem deles em arriscar e o sucesso que eles obtiveram nessas experiências estimulem outros alunos a fazerem o mesmo”, pontuou.
Programa do Museu de Zoologia da USP (MZUSP) – Anelise da Silva, discente do 5º período de Ciências Biológicas Licenciatura pela UNIFAL-MG
Em entrevista à Diretoria de Comunicação Social, Anelise da Silva contou que a possibilidade de participação no Programa do Museu de Zoologia da USP (MZUSP) foi divulgada pelo e-mail da UNIFAL-MG, mas que ficou sabendo da oportunidade por um “padrinho” veterano do curso na Universidade. A estudante mencionou que achou bastante concorrido o processo de seleção.
“Quando li que seriam selecionadas somente duas pessoas por região do Brasil, achava que não iria conseguir passar, mas meu pai, meus amigos e minha professora de zoologia, a profa. Cecilia Margarita Guerrero Ocampo, me incentivaram e acabei me inscrevendo. Para o processo seletivo enviei meu histórico escolar, currículo vitae, carta de intenção e carta de recomendação de um professor da área de zoologia”, explicou.
Na oportunidade, a estudante contou um pouco da experiência: “foi uma das semanas mais incríveis da minha vida. Conhecemos cada laboratório do Museu de Zoologia, pude sanar várias dúvidas com eles, além de no ato da inscrição ter colocado como área de interesse a “Carcinologia” e, por esse motivo, pude ter um tempo reservado para conversar com o professor curador da área, Marcos Tavares”, relatou.
“No último dia de atividades no museu, tivemos que realizar uma apresentação sobre nossas vivências e experiência na semana e, logo após a atividade, recebemos o certificado e dois livros maravilhosos: um sobre aves e outro sobre peixes do Brasil, sobre o qual pude ter a oportunidade de pedir autógrafo para os autores dos livros”, completou Anelise.
De acordo com ela, a vivência no museu possibilitou uma imersão na área de Zoologia, da qual a discente já tinha interesse desde o início da graduação. “Ter participado desse programa me fez enxergar com novos olhos a área de Museologia e Zoologia na Taxonomia e Sistemática. Pude ter contato com os curadores do museu que, por sua vez, explicaram o passo a passo da coleta da espécie até sua entrada para a coleção e as dificuldades de todos os processos. Pude ver de perto a importância da salvaguarda e de todas as exigências que a instituição deve seguir. Essa imersão me fez querer trabalhar com esta área, de alguma forma, e apoiar cada vez mais o trabalho que os museus fazem”, contou.
“O vínculo que todo o grupo criou nesta semana de atividades foi muito forte. Todos os participantes interagiam e brincavam um com o outro de forma saudável. No último dia, várias pessoas, inclusive eu, não paravam de chorar pois não queria que o programa acabasse e não queríamos nos despedir uns dos outros”, se emocionou.
Para os estudantes que desejam participar de projetos como este, Anelise da Silva aconselha a ficarem de olho nas oportunidades que a UNIFAL-MG oferece por meio dos boletins e das news.
Projeto Chelonia Mydas – Willian Martins Oliveira, discente do 9º período de Ciências Biológicas Licenciatura pela UNIFAL-MG
Willian Oliveira contou à Dicom que ficou sabendo do processo seletivo por meio do Instagram e uma egressa da UNIFAL-MG. “Fiquei em dúvida se deveria mesmo participar, em decorrência da falta de experiência profissional na área e, principalmente, pelo atraso nas disciplinas devido à pandemia, além do meu trabalho”, contou.
“No entanto, quis tentar e tive apoio dos colegas de trabalho e professores, principalmente os que fizeram minha carta de indicação”, completou. O processo seletivo contou com carta de interesse, entrevista individual com a coordenação do projeto e carta de indicação. De acordo com o estudante, o estágio teve início no dia 20 de novembro e vai até dia 9 de dezembro.
Na oportunidade, Willian mencionou que sempre se interessou pela área da Biologia Marinha, desde que entrou no curso. “Vi esse projeto como uma oportunidade única para fazer o que eu tanto sonhava e está dando certo”, afirmou.
Segundo o estudante, a experiência de participar do projeto contribui na sua carreira acadêmica e profissional. “Tendo a prática de campo, consigo aprender o ciclo biológico das tartarugas e o que podemos fazer para contribuir para a preservação de diferentes espécies, além de aprender muito através das análises feitas no laboratório”, explicou.
“Isso agrega não só o meu currículo, mas também me permite conhecer mais sobre as tartarugas. Além disso, me ensina, de forma individual, a passar por diferentes situações até chegar aqui: sair do interior de Minas e vim parar a mais de 900km de casa é uma experiência incrível e um tanto desafiadora. Chegar em um lugar onde eu não conheço ninguém me dá autonomia, independência, me tira da zona de conforto e eu entro ‘pra jogo no mundo’, só eu e Deus”, contou, entusiasmado.
O estudante menciona, também, a contribuição do projeto para a sua futura carreira docente. “Como sou estudante de licenciatura, ter essa experiência aqui me ajuda muito na hora que chegar na sala de aula e compartilhar do conhecimento com os alunos, conscientizando eles através da educação ambiental”.
Para ele, o projeto serve como um divisor de águas em sua carreira. “Para quem é da licenciatura, assim como eu, saiba que, embora nossa experiência seja em sala de aula, vale a pena ir atrás de oportunidades de campo, independentemente da área que escolher fazer. Sou muito grato pela oportunidade e pela confiança que depositam em mim para cuidar desses animais”, disse.
A UNIFAL-MG, de acordo com o estudante, foi essencial para a sua participação no projeto. “A UNIFAL-MG teve diferentes contribuições neste processo. A primeira delas foi a disciplina de Zoologia de Cordados, que é uma das minhas favoritas e, por meio dela, pude perceber o quanto eu quero continuar nessa área. Além disso, os professores contribuíram muito pra eu estar aqui e me ajudaram a conciliar estágio e curso, mesmo distante”, contou.
Aos interessados em participar de atividades extracurriculares, o conselho de Willian é persistência. “Corra atrás, não desista. Se der errado de primeira, tenta até conseguir. Eu entrei na UNIFAL-MG em 2019/2, no meu segundo semestre de faculdade já enfrentei uma pandemia, e eu trabalho, então, pra mim, é muito difícil conciliar faculdade e trabalho, principalmente durante a pandemia, o que fez eu ficar atrasado gerando desmotivação”, relatou.
Willian encontrou motivação na disciplina oferecida pela Universidade. “Quando voltei pra faculdade, já não tinha tanto ânimo em continuar, não sabia se queria seguir na graduação ou se ia pro curso técnico. Até que cursei Zoologia de Cordados e vi que não podia desistir do meu sonho, e segui atrás”, finalizou.