Mulheres permanecem mais do que homens no sul de Minas

Emanoely Ladeira Sigiani¹
Fabrícia Aparecida Vieira²

Uma parte significativa dos habitantes do Sul de Minas sempre morou no mesmo município desde que nasceu, com destaque para a permanência feminina. Desperta a curiosidade o número de mulheres que estabeleceram suas raízes na região, principalmente, no município de Alfenas.

Período de permanência no mesmo município sul-mineiro por sexo

Fonte: Pesquisa Identidade Sul-Mineira, UNIFAL-MG, 2022.

Mais de 47% das mulheres e 42% dos homens estão na região desde que nasceram. É preciso ressaltar que dos 592 participantes da pesquisa que sempre moraram no Sul de Minas, 106 dessas indicações são de pessoas com até 20 anos.

Chama ainda mais a atenção quando se realiza um recorte do município de Alfenas. Mais de 40% da população alfenense estabeleceu suas raízes no município onde nasceu. Mais de 47% de mulheres e cerca de 33% dos homens sempre moraram em Alfenas. Tal como revelado anteriormente, as mulheres tendem a permanecer no Sul de Minas. Dessa forma, é preciso pensar no que leva o gênero feminino a permanecer nessa localidade mais do que o masculino.

Período de permanência no município de Alfenas por sexo

Fonte: Pesquisa Identidade Sul-Mineira, UNIFAL-MG, 2022.

A permanência na região pode ser discutida por meio de diversos fatores, tais como a condição financeira, o apego familiar, o carinho pela região, as dificuldades sociais e políticas enfrentadas pelo gênero feminino. Além disso, é preciso destacar alguns aspectos da mobilidade masculina, em que a busca por oportunidades no mercado de trabalho e certo desprendimento com o núcleo familiar podem indicar alguns dos motivos pelos quais os homens se deslocam mais do que as mulheres.

A região do Sul de Minas é extremamente rica em costumes, comidas maravilhosas e um jeito de levar a vida que contagia muitas pessoas. Dessa forma, os moradores dessa região sentem um apreço por ela e pela vida que ela proporciona.

No entanto, por mais que essa região seja belíssima e agradável, é importante questionar o fato de haver disparidade entre o número de mulheres que nasceram e permaneceram na região, em comparação aos homens. Por que o gênero feminino nasce e permanece mais no Sul de Minas do que o masculino? Essa questão nos instiga a pesquisar se há algum fator que indique e esclareça essa diferença.

Mudar de localidade não é algo fácil, principalmente, quando não se tem condições financeiras e sociais para isso, esse é um dos assuntos que precisam ser pensados e analisados. Assim, podemos considerar os motivos da existência de uma diferença entre a permanência feminina e masculina na população sul-mineira.

Os dados analisados são da Pesquisa Identidade Sul-mineira, realizada pela UNIFAL-MG, que entrevistou 1320 moradores em 20 municípios do Sul, entre os dias 14 de maio e 11 de junho de 2022. O Sul de Minas é entendido como um conjunto de 162 municípios que fazem parte das regiões intermediárias de Pouso Alegre e Varginha. Esta pesquisa tem relevância não apenas para conhecer as características regionais e aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos do Sul de Minas, como também identificar as preocupações da população para auxiliar a elaboração de políticas públicas para a população.

Para saber mais sobre esta importante pesquisa visite o site da UNIFAL-MG em: https://www.unifal-mg.edu.br/aidentidadesulmineira/

* Este artigo, foi elaborado sob a supervisão dos professores Marcelo Conceição e Luís Groppo, integra o projeto de extensão “A imaginação sociológica e o sul de Minas” em parceria com o jornal Alfenas Hoje.



Emanoely Ladeira Sigiani é acadêmica do curso de Ciências Sociais (Bacharelado) da UNIFAL-MG e integrante do projeto de extensão “A imaginação sociológica e o Sul de Minas”.

 



Fabrícia Aparecida Vieira é acadêmica do curso de Ciências Sociais (Bacharelado) da UNIFAL-MG e integrante do projeto de extensão “A imaginação sociológica e o Sul de Minas”.

 

 

(As opiniões expressas nos artigos publicados no Jornal UNIFAL-MG são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem opiniões do Jornal UNIFAL-MG e nem posições institucionais da Universidade Federal de Alfenas).