Acadêmicos discutem impacto social dos programas de pós-graduação durante evento que reuniu representantes da Capes e da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas na UNIFAL-MG

Para discutir e compreender os parâmetros de avaliação dos programas de pós-graduação pela Capes e os critérios estabelecidos nos editais de fomento, voltados para a solução de problemas sociais, a UNIFAL-MG sediou nos dias 22 e 23 de fevereiro, o 1º Simpósio Integrado do Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica (PPGASFAR) e do Programa de Pós-Graduação Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade.

Durante o evento, acadêmicos apresentaram trabalhos no formato pôster. (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

Organizado em torno do tema “Responsabilidade da Pós-Graduação”, o evento reuniu palestrantes da Instituição e convidados para discutir o panorama atual da pós-graduação e a importância de fortalecer o impacto social dos programas, com vistas a conscientizar a comunidade acadêmica. Acadêmicos apresentaram trabalhos no formato pôster no hall do prédio V.

Entre os convidados externos, esteve presente o professor Flávio da Silva Emery, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP/Ribeirão Preto. O docente foi presidente da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) e atualmente é coordenador-adjunto da área de Farmácia na Capes. Além dele, o simpósio também contou com a participação do professor Sigmar de Mello Rode, da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e presidente da Associação Brasileira de Editores Científios (ABEC Brasil); e da professora Rosemary Sadami Arai Shinkai, da USP.

Na abertura, a professora Vanessa Bergamin Boralli Marques, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, falou sobre ações que vem sendo empreendidas para o fortalecimento dos programas de pós-graduação da UNIFAL-MG. (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

Durante a abertura, no dia 22/02, a professora Vanessa Bergamin Boralli Marques, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, apresentou ações que vem sendo empreendidas para o fortalecimento dos programas de pós-graduação da UNIFAL-MG. Na sequência, iniciou-se a mesa-redonda com a fala do representante da Capes, professor Flávio Emery, ministrou sobre o tema “Perspectivas da área de Farmácia na Capes”.

Em sua palestra, o professor traçou um panorama dos programas de pós-graduação na área de Farmácia no país, destacando a evolução ao longo dos anos. Segundo ele, embora o primeiro curso tenha surgido na metade da década de 1970, a grande maioria foi formada a partir da década de 1990 com aumento significativo nos anos 2000, o que na sua opinião, ainda demonstra a imaturidade da área. “A gente ainda tem muito que evoluir na qualidade, mas isso também tem a ver com a idade de nossa área que desenvolveu com o tempo”, disse.

O ministrante observou que, apesar de a pós-graduação ser uma área jovem, conta com diversos programas no país, tendo em vista a ampliação do acesso a diversas regiões. A maior parte, conforme o panorama apresentado, concentra-se na região Sudeste.

Professor Flávio da Silva Emery – atual coordenador-adjunto da área de Farmácia na Capes – foi um dos convidados do evento. (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

Em relação à avaliação dos programas, o professor enfatizou a necessidade de considerar a qualidade para além da produção quantitativa, visto a importância de avaliar outros aspectos da formação farmacêutica. Entre os aspectos, o professor citou a distribuição de recursos na área como a concentração de investimentos em inovação tecnológica e formação profissional. Além disso, ressaltou a importância de lideranças femininas na área e a necessidade de uma avaliação que considere o tempo necessário para o amadurecimento dos programas.

Após a fala do convidado externo, o professor Pedro Luiz Rosalen, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNIFAL-MG, falou sobre “Desafios do PPGCF e os seus impactos na sociedade”. Fechando a mesa-redonda, a professora Silvana Nair Leite, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica da UNIFAL-MG falou sobre “A missão da pós-graduação na Farmácia: responsabilidades na sub-área da Assistência Farmacêutica”.

No dia 23/02 pela manhã, os docentes do PPGCF e do PPGASFAR se reuniram com o professor Flávio Emery para pontuar ações que possam alinhar os programas de pós-graduação da Universidade conforme as necessidades da área de Farmácia.

A palestra “Ciência Aberta” foi promovida no período da tarde, em formato híbrido, com a presença da professora Rosemary Sadami Arai Shinkai (USP), que participou on-line, e do professor Sigmar de Mello Rode (UNESP).

Ao realizar a abertura do segundo dia do evento, o professor Pedro Rosalen destacou: “Hoje eu tenho a honra de apresentar a palestra ‘Ciência Aberta’, um tema muito importante e contemporâneo que certamente nos trará contribuições significativas sobre a dinâmica da produção científica e seu impacto nas políticas de dados institucionais na pesquisa com reflexo nas publicações e na sociedade.”

“Ciência Aberta”

Em sua explanação, a professora Rosemary Shinkai (USP) fez uma introdução ao tema de Ciência Aberta, contextualizando conceitos e recursos, bem como a definição do termo. Segundo ela, compreender os fundamentos básicos do que é ciência aberta é essencial para quem está começando, sobretudo discentes de mestrado e doutorado, bem como orientadores, visando estabelecer boas práticas.

A professora Rosemary Shinkai (USP) participou on-line do segundo dia do simpósio para falar sobre Ciência Aberta. (Imagem: Reprodução/YouTube UNIFAL-MG)

“Se a gente pensa em sistema aberto, a gente pensa que ele permite que existam trocas, compartilhamento e modificações com esse compartilhamento para o avanço da prática científica”, disse ao definir o que seria Ciência Aberta.

A ministrante cita o site “Open Science” da UNESCO como referência global importante para acesso a materiais produzidos por grupos de estudo. Segundo ela, a Ciência Aberta integra um consórcio internacional, com iniciativas de longo prazo e boas práticas, o qual incentiva a publicação de dados para avanços rápidos em diagnóstico e tratamento. Tal movimento se evidenciou durante a pandemia da covid-19.

“Nós estamos falando da democratização dos recursos, dos produtos, de todo o processo do conhecimento para que haja esse avanço de forma mais equitativa”, argumentou ao apresentar a plataforma, cuja colaboração entre pesquisadores e instituições pode trazer benefícios para países com recursos limitados.

O professor Sigmar Rode (UNESP) apresentou o tema “Ciência Aberta na Publicação Científica”, falando sobre os desafios relacionados à disponibilização de conteúdos acadêmicos em plataformas específicas. Compartilhando a experiência da UNESP, o professor mencionou que a instituição foi a primeira universidade a criar uma de política de ciência aberta e licença criativa de apresentações.

“Ciência Aberta na Publicação Científica” foi o tema ministrado pelo professor convidado Sigmar Rode (UNESP). (Imagem: Reprodução/YouTube UNIFAL-MG)

Entre informações sobre financiamento a longo prazo, acesso universal e necessidade de instituições estabelecerem políticas internas, o professor disse: “A ciência aberta aumenta a visibilidade da pesquisa, aumenta a possibilidade de cooperação e reutilização de dados, otimiza os investimentos na pesquisa, aumenta a transparência e integridade da pesquisa”.

“A ciência aberta é um caminho sem volta. Você não tem que ser o primeiro a aderir, mas não deve ser o último, pois você corre o risco de perder o seu espaço na história”, destacou.

O vídeo do encontro híbrido pode acessar neste link no canal da UNIFAL-MG no YouTube.