Sistema Linfóide

O sistema linfoide incluem os órgãos linfoides primários e secundários. Os órgãos linfoides primários produzem os componentes celulares do sistema imunológico. Eles são (1) medula óssea e (2) o timo.

Os órgãos linfoides secundários são os locais onde ocorrem as respostas imunológicas. Eles incluem (1) os linfonodos, (2) o baço, (3) as tonsilas, e (4) agregados de linfócitos e células apresentadoras de antígenos presentes nos pulmões (tecidos linfoides associados aos brônquios) e na mucosa do trato digestório (tecido linfoide associado ao tubo digestivo), incluindo as placas de Peyer.

As principais funções dos órgãos linfoides, como componentes do sistema imunológico, é proteger o corpo contra patógenos ou antígenos invasores (bactérias, vírus, parasitas). A base deste mecanismo de defesa, ou resposta imunológica, é a habilidade de distinguir o próprio (self) do não próprio (nonself) ao organismo. Como os patógenos podem penetrar o corpo por qualquer lugar, o sistema linfoide é amplamente distribuído.

Os dois principais componentes celulares do sistema imunológico são os linfócitos e as células acessórias. Os linfócitos incluem dois grupos principais de células: os linfócitos B e linfócitos T, que participam de respostas imunológicas diferentes.

Todos os linfócitos se originam na medula óssea vermelha, mas os linfócitos T completam a sua maturação no timo, enquanto os linfócitos B saem da medula já como células maduras. Por esse motivo, a medula óssea e o timo são chamados órgãos linfoides centrais. Levados pelo sangue e pela linfa, os linfócitos migram dos órgãos linfáticos centrais para os órgãos linfáticos periféricos, onde proliferam e completam a diferenciação.

As células acessórias incluem dois tipos celulares derivados dos monócitos: os macrófagos e as células dendríticas. Um exemplo de uma célula dendrítica é a célula de Langerhans encontrada na epiderme da pele. Um terceiro tipo, a célula dendrítica folicular, está presente nos nódulos linfoides dos linfonodos.

Tipos básicos de resposta imunitária
A imunidade, em geral, é a reação de células e tecidos a substâncias estranhas (não próprias) ou patógenos como microrganismos, parasitas, proteínas e polissacarídeos.
Na imunidade celular células imunocompetentes (células com capacidade de resposta imunitária) reagem e matam células que exibem na superfície moléculas estranhas, como bactérias células transplantadas, células malignas (cancerosas) e células infectadas por vírus.
Outro tipo de resposta imunitária é a imunidade humoral ou adquirida, que depende de glicoproteínas circulantes no sangue e outros líquidos, chamadas anticorpos. Os anticorpos neutralizam moléculas estranhas e participam da destruição de células que contêm estas moléculas. São produzidas pelos plasmócitos, células originadas dos linfócitos B.

Linfócitos T e B
Os linfócitos podem ser classificados em dois tipos principais, com diversos subtipos de acordo com o local onde se diferenciam e com os diferentes receptores presentes em suas membranas. Nos linfócitos B, esses receptores são imunoglobulinas e nos linfócitos T são moléculas chamadas TCR (T-Cell Receptors). As células precursoras dos linfócitos se originam na medula óssea fetal e continuam proliferando na medula, durante a vida pós-natal. A diferenciação em células imunocompetentes tem lugar na medula óssea e no timo, que são órgãos linfoides primários ou centrais.

Os linfócitos B se originam na medula óssea vermelha, penetram nos capilares sanguíneos por movimento ameboide, são transportados para o sangue e vão instalar-se nos órgãos linfóides exceto o timo. Quando ativados por antígeno, proliferam e se diferenciam em plasmócitos, que são as células produtoras de anticorpos. As células B representam 5- 10% dos linfócitos do sangue, cada um coberto por cerca de 150.000 moléculas de IgM, que são os receptores para antígenos.

Os linfócitos T representam 65-75% dos linfócitos do sangue. Seus precursores originam da medula óssea vermelha, penetram nos capilares por movimento ameboide, são levados pelo sangue e retidos no timo, onde proliferam e se diferenciam em linfócitos T que, novamente carregados pelo sangue, vão ocupar áreas definidas nos outros órgãos linfáticos.

Imunidade Humoral X Imunidade Celular

Órgãos linfoides
Medula óssea vermelha
A medula óssea vermelha é o local de origem dos linfócitos B e T derivados de uma célula tronco linfóide. Os linfócitos B amadurecem na medula óssea, enquanto o timo é o local de amadurecimento dos linfócitos T. A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. A medula óssea vermelha apresenta essa cor devido à presença de numerosos eritrócitos. A medula óssea amarela não tem função hemocitopoética e tem esta cor devido ao acúmulo de tecido adiposo. No recém nascido, toda medula óssea é vermelha, e portanto, ativa na produção de células do sangue. Com o avanço da idade, porém, a maior parte da medula óssea transforma-se na variedade amarela, existindo a medula vermelha no adulto apenas no esterno, vértebras, costelas, ossos do crânio e, nas epífises proximais do fêmur e do úmero. Em certos casos, como nas hemorragias, a medula óssea amarela se transforma em medula vermelha quando a produção de células sanguíneas precisa ser aumentada, como, por exemplo, nas hemorragias extensas ou repetidas.

Tanto na medula óssea vermelha como na amarela existem nódulos linfáticos, que são acúmulos de linfócitos. A medula óssea não tem vasos linfáticos A medula óssea vermelha é constituída por células reticulares, associadas a fibras reticulares (colágeno tipo III). Esses elementos (células e fibras) formam uma esponja, percorrida por numerosos capilares sinusóides. Quando atingem a maturação, as células sanguíneas atravessam a parede dos sinusóides e caem no seu interior, sendo levadas pelo sangue circulante. Entre as células reticulares existe um número variável de macrófagos, células adiposas e muitas células hematopoéticas.

Estrutura da medula óssea vermelha

Linfonodos
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são órgãos encapsulados constituídos por tecido linfoide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto dos vasos linfáticos. São encontrados na axila, virilha, ao longo dos grandes vasos do pescoço e em grande quantidade no tórax e abdômen, especialmente no mesentério.
A função dos linfonodos é filtrar a linfa, removendo partículas estranhas antes que a linfa retorne ao sistema circulatório sanguíneo. Além de, manter e produzir os linfócitos B e alojar os linfócitos T.
Os linfonodos em geral têm a forma de rim e apresentam um lado convexo e outro com reentrância, o hilo, pelo qual penetram as artérias nutridoras e saem as veias. A circulação da linfa nos linfonodos é unidirecional. Ela atravessa os linfonodos penetrando pelos vasos linfáticos que desembocam na parte convexa do órgão (vasos aferentes) e saem pelos linfáticos do hilo (vasos eferentes). Os vasos linfáticos aferentes possuem valvas que impedem o refluxo de linfa que entra em um linfonodo.
O linfonodo é envolvido por uma cápsula e o parênquima é dividido em córtex e medula. A cápsula consiste num tecido conjuntivo denso não-modelado envolvido por um tecido adiposo. Abaixo da cápsula observa-se a região cortical. A região cortical apresenta duas regiões: o córtex externo e o interno. O córtex externo é constituída de tecido linfóide frouxo, que forma os seios subcapsulares e peritrabeculares, e por nódulos ou folículos linfóides ricos em linfócitos B. Os nódulos linfoides podem apresentar áreas centrais claras, os centros germinativos. A região
cortical profunda ou paracortical não apresenta nódulos linfoides e nela predomina os linfócitos T, ao lado de células reticulares e alguns plasmócitos e macrófagos. Os seios dos linfonodos são espaços irregulares delimitados de modo incompleto por células endoteliais, células reticulares com fibras reticulares e macrófagos. Os seios tem um aspecto de esponja e recebem a linfa trazida pelos vasos aferentes, encaminhando-a na direção da medular. O espaço irregular dos seios dos linfonodos são penetrados por prolongamentos das células reticulares e dos macrófagos.

A região medular é constituída pelos cordões medulares, formados principalmente pelos linfócitos B, macrófagos e plasmócitos. Os linfócitos B ativados migram do córtex como plasmócitos e entram nos seios medulares. Esta é uma localização estratégica porque os plasmócitos podem secretar imunoglobulinas diretamente nos seios medulares sem deixar o linfonodo. Separando os cordões medulares, encontram-se os seios medulares, que são espaços revestidos por células endoteliais envolvidas por células reticulares e macrófagos. Os seios medulares recebem a linfa que vem da cortical e comunica-se com vasos linfáticos eferentes, pelos quais a linfa sai do linfonodo.

Estrutura de um linfonodo

Recirculação dos linfócitos
O fluido intersticial representado pelo filtrado do plasma, é transportado para o interior de sacos de fundo cego que correspondem aos capilares linfáticos. Este fluído intersticial, que entra nos capilares linfáticos como a linfa, flui para vasos linfáticos maiores, que se tornam aferentes para os linfonodos regionais. Os linfonodos são ligados em série pelos vasos linfáticos, de forma que o vaso linfático eferente de um linfonodo se torna o vaso linfático aferente do linfonodo seguinte da cadeia. Os linfócitos deixam os linfonodos pelos vasos linfáticos eferentes, que confluem com outros vasos linfáticos até se formarem os grandes linfáticos que desembocam em veias. Pelo sangue, os linfócitos retornam aos linfonodos através de vênulas, presente na região paracortical. Essas vênulas são muito delgadas e seu endotélio é cuboide. Os linfócitos possuem em suas membranas glicoproteínas para as quais há receptores nessas células endoteliais. Eles são retidos por ligações fracas com esses receptores e migram por diapedese, passando por entre as células endoteliais. Após atravessarem as vênulas, os linfócitos caem no tecido linfático e finalmente saem do linfonodo pelo vaso linfático eferente. Graças a esse processo, os linfócitos recirculam numerosas vezes pelo linfonodo.

Timo
O timo é um órgão linfoepitelial situado no mediastino, atrás do externo e na altura dos grandes vasos do coração. Possui dois lobos envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso. A cápsula origina septos, que dividem o parênquima em lóbulos contínuos um com os outros. Ao contrário dos outros órgãos linfáticos, o timo não apresenta nódulos. Cada lóbulo é formado por uma parte periférica denominada zona cortical, que envolve a parte central mais clara, a zona medular. A zona cortical cora-se mais fortemente pela hematoxilina, por possuir maior concentração de linfócitos. Na medula encontram-se os corpúsculos de Hassall, característicos do Timo e constituído por células reticulares epiteliais achatadas, em arranjo concêntrico, semelhantes a uma cebola.
A região cortical e medular possuem os mesmos tipos celulares, porém em proporções diferentes. As células mais abundantes do timo são os linfócitos T, em diversos estágios de maturação, e as células reticulares epiteliais. Além dos linfócitos T e das celulares reticulares epiteliais o timo possui macrófagos, principalmente na cortical.
As células reticulares epiteliais formam uma rede tridimensional sustentada por fibras colágenas na região cortical. Essas células, ligadas entre si por desmossomas, envolvem os capilares. Uma lâmina basal dupla está presente no espaço entre as células epiteliais e os capilares. Uma lâmina basal é produzida pelas células epiteliais do córtex do timo. A outra lâmina basal se origina das células endoteliais. As células epiteliais do córtex do timo, a dupla lâmina basal e as células endoteliais formam a barreira hematotímica funcional. Os macrófagos adjacentes aos capilares asseguram que os antígenos que escaparam dos vasos sanguíneos no timo não reajam com os linfócitos T em desenvolvimento no córtex, prevenindo, assim, o risco de uma reação auto-imune. Observe que a barreira hematotímica não está presente na medula e que os corpúsculos de Hassal podem ser observados somente na medula.

Estrutura do timo

Histofisiologia
Em relação ao peso corporal, o timo atinge seu desenvolvimento máximo no feto e no recém-nascido e cresce até a puberdade, quando se inicia a sua involução. No recém-nascido pesa cerca de 12 a 15 g, chega a pesar 30 a 40 g na puberdade, e nas pessoas com idade em torno dos 60 anos pesa apensa 10 a 15 g.
A involução relacionada com a idade começa pela zona cortical, que pouco a pouco se torna mais delgada. As células reticulares epiteliais e os corpúsculos de Hassall são mais resistentes à involução do que os linfócitos. Note-se que o timo involui, mas não desaparece totalmente. Mesmo na idade muito avançada ele está presente, representado por células reticulares, corpúsculo de Hassall, alguns linfócitos e grande quantidade de tecido conjuntivo e adiposo.
Células-tronco migram continuamente da medula óssea, carregadas pelo sangue, e se alojam no timo, onde proliferam e se diferenciam em linfócitos T. O timo é um local de formação e de seleção de linfócitos T. Durante este processo, os linfócitos proliferam ativamente, passando por diversos ciclos mitóticos. No entanto, mais de 95% dos linfócitos formados são eliminados por apoptose. São eliminados os linfócitos que não reagem a antígenos e os que reagem a antígenos do próprio organismo (auto antígenos). Quando persistem linfócitos T que reagem com auto-antígenos, eles causam as doenças auto-imunes.
Nos mamíferos, após atravessarem a parede das vênulas pós-capilares e saírem do timo, pelo sangue, os linfócitos vão se estabelecer em certas áreas de outros órgãos linfoides, denominados secundários ou periféricos. Essas áreas são, portanto, timo-dependentes (ricas em linfócitos T) e estão representadas principalmente pela zona paracortical dos linfonodos, pelas bainhas periarteriais da polpa branca do baço e pelo tecido linfoide frouxo situado entre os nódulos linfoides das placas de Peyer e das tonsilas. O resto do tecido linfoide contém linfócitos B e é timo-independente.
Os linfócitos T constituem um pool, que compreende os linfócitos do timo, a maioria dos linfócitos do sangue e da linfa e os que fazem parte das áreas timo-dependentes.

Baço

O baço é o maior órgão linfoide secundário do corpo. O baço não apresenta um córtex e uma medula. Em vez disso, o baço possui dois componentes principais com funções distintas: a polpa vermelha e a polpa branca. A polpa vermelha é um filtro que remove hemácias velhas e danificadas e microrganismos da circulação sanguínea. É também um local de armazenamento de hemácias. As bactérias podem ser reconhecidas pelos macrófagos da polpa vermelha e removidas diretamente ou após serem cobertas por proteínas do complemento (produzidas no fígado) e imunoglobulinas (produzidas na polpa branca). A polpa branca é o componente imunológico do baço. Os componentes celulares são semelhantes aos do linfonodo, exceto que os antígenos entram no baço pelo sangue, em vez de pela linfa. O baço possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado, a qual emite trabéculas que dividem o parênquima ou polpa esplênica em compartimentos incompletos. A superfície medial do baço apresenta um hilo, pelas quais penetram nervos e artérias. Saem pelo hilo às veias nascidas no parênquima e vasos linfáticos originados nas trabéculas, uma vez que, na espécie humana, a polpa esplênica não possui vasos linfáticos.

Polpa Branca

Este componente no baço equivale ao tecido linfoide nodular encontrado nos linfonodos exceto que ele contém uma artéria central (também chamada arteríola central nos folículos). A polpa branca inclui: (1) a bainha linfoide periarterial de linfócitos T, que envolve a artéria central, (2) os nódulos linfoides, constituídos de linfócitos B, que envolve as arteríolas. As células apresentadoras de antígenos e os macrófagos que estão presentes na polpa branca. Entre a polpa branca e a polpa vermelha existe uma zona mal delimitada, constituída pelos seios marginais. Nesses seios encontram-se macrófagos, linfócitos e células dendríticas (apresentadoras de antígenos), que retém e processam antígenos trazidos do sangue. A zona marginal desempenha um importante papel imunitário, pois contém muitos antígenos trazidos pelo sangue. Muitas arteríolas derivadas da artéria central drenam nos seios marginais e outras se estendem além da polpa branca, mas fazem um trajeto curvo e retornam, indo desembocar também nos seios marginais. Assim, essa zona tem papel importante na “filtragem” do sangue e na iniciação da resposta imunitária.

Polpa vermelha

A polpa vermelha contém uma rede interligada de sinusóides esplênicos revestidos por células endoteliais alongadas. Cordões esplênicos, também chamados de cordões de Billroth, separam os sinusóides esplênicos. Os cordões esplênicos contêm plasmócitos, macrófagos, hemácias, todos sustentados por um estroma de células reticulares e fibras reticulares. Os prolongamentos dos macrófagos encontram-se adjacentes aos sinusóides e podem se projetar para o lúmen dos sinusóides através de fendas entre as células endoteliais para capturar material particulado. Os sinusóides esplênicos são espaços vasculares descontínuos, revestidos por células endoteliais em forma de bastão. Cada sinusóide esplênico é revestido por uma lâmina basal descontínua orientada ao redor das células endoteliais como faixas ou aros de um barril. Além disso, uma rede de fibras reticulares frouxas também circunda os sinusóides esplênicos. Consequentemente, as hemácias tem livre acesso aos sinusóides através de fendas estreitas entre as células endoteliais fusiformes e a frouxa rede formada pela lâmina basal e pelas fibras reticulares.

Estrutura do baço

Destruição de eritrócito

Os glóbulos vermelhos do sangue têm vida média de 120 dias e, quando envelhecidos, são destruídos principalmente no baço. Esse fenômeno de remoção das hemácias em via de degeneração é denominado hemocaterese e ocorre também, embora com intensidade muito menor, na medula óssea vermelha. Há indicações de que a redução da flexibilidade das hemácias e modificações da sua membrana são os sinais para a destruição de hemácias envelhecidas. Os macrófagos dos cordões esplênicos fagocitam hemácias inteiras e pedaços das hemácias que frequentemente se fragmentam no espaço extracelular. As hemácias fagocitadas são digeridas pelos lisossomos dos macrófagos e a hemoglobina é desdobrada em diversos fragmentos, dando origem a um pigmento sem ferro a bilirrubina. Esta é devolvida para o sangue, captadas pelas células hepáticas e por estas excretadas como um dos constituíntes da bile. Outro produto do desdobramento da hemoglobina é a proteína globina, que é digerida ao estado de aminoácidos, que são reaproveitados.

Defesa contra os invasores

Graças aos seus linfócitos T e B, macrófagos e células apresentadoras de antígenos, o baço é um importante órgão de defesa imunitária. Do mesmo modo que os linfonodos “filtram” a linfa, o baço atua como um filtro para o sangue. De todos os macrófagos do organismo, os do baço são os mais ativos na fagocitose de microorganismos e partículas inertes que penetram no sangue.

Tecido linfático associado às mucosas (MALT)

O trato digestivo, respiratório e genito-urinário estão sujeitos a invasões microbianas frequentes, por que se abrem para o meio externo. Para proteger o organismo, existem acúmulos de linfócitos (nódulos linfáticos) associados a tecido linfático difuso localizados na mucosa e na submucosa desses tratos que, em alguns lugares, formam órgãos bem estruturados, como as tonsilas e as placas de Peyer do intestino delgado (íleo). O tecido linfático das mucosas é denominado de MALT (Mucosa Associated Lymphatic Tissue).

Tonsilas

As tonsilas são estruturas formadas por aglomerados de tecido linfóide incompletamente encapsulados, colocados abaixo e em contato com o epitélio das porções iniciais do tubo digestório. As tonsilas estão localizadas em posições estratégicas para defender o organismo contra antígenos transportados pelo ar e pelos alimentos, iniciando uma resposta imunitária, através da produção de linfócitos. De acordo com a sua localização na boca e na faringe, distinguem -se as seguintes tonsilas:

  • Tonsila palatina: são duas estruturas arredondadas localizadas na parede lateral da orofaringe. Possuem epitélio pavimentoso estratificado com invaginações epiteliais que penetram profundamente no parênquima formando as criptas, e paredes com numerosos folículos linfoides, com centro germinativo. As criptas contém células epiteliais descamadas, linfócitos vivos e mortos e bactérias, podendo aparecer como pontos purulentos nas amigdalites.
  • Tonsila faringea: também chamadas de adenóides são compostas por massa triangular de  tecido linfóide no teto da nasofaringe, sendo recoberta pelo epitélio das vias respiratórias, epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. Essa tonsila não possui criptas.
  • Tonsila lingual: são de pequeno diâmetro, se encontram na base da língua, atrás do V lingual até a epiglote. Apresentam o epitélio de revestimento pavimentoso estratificado.

Tonsila palatina e faríngea