Pesquisa revela a concentração de flúor presente na água de abastecimento público em Alfenas

A população de Alfenas-MG recebe água dentro dos padrões aceitáveis de concentração de flúor, conforme indica a pesquisa feita pela odontóloga Daniela Aparecida Tavares Aguiar. Em parceria com a COPASA, o estudo defende que a fiscalização do teor de flúor na água de abastecimento público serve como um método preventivo contra a cárie dentária, sendo necessário manter o heterocontrole como uma medida destinada à melhoria da saúde pública e odontopediátrica.

“A necessidade de se implantar o heterocontrole permanente se justifica devido ao risco de fluorose dentária em crianças expostas sistemicamente aos fluoretos durante a formação de dentes permanentes”, afirma a pesquisadora.

Segundo Daniela, a implantação de um sistema de monitoramento da fluoretação da água ou heterocontrole, contribui para a manutenção do padrão e qualidade da água oferecida à população. Como Alfenas não possuía dados sobre a fluoretação, que consiste na adição de um composto de fluoreto com a finalidade de ajustar a concentração do flúor a um teor que se encontre entre 0,7 a 1,2 mg/L, a pesquisadora coletou amostras de água na Estação de Tratamento de Água (ETA), nos reservatórios da COPASA e nas Unidades de Saúde do município.

Durante um ano, foram recolhidas 30 amostras de 50ml de água a cada mês. Esse conteúdo foi analisado pelo método eletrométrico, com eletrodo de flúor íon-sensível, no laboratório da Faculdade de Odontologia da UNESP de Araçatuba. “As amostras foram classificadas de acordo com o teor de flúor quanto ao benefício de prevenção de cárie e risco de fluorose, sendo a melhor combinação benefício-risco na faixa de 0,55 a 0,84 mg F/L. Em outra classificação, as amostras que apresentassem teor de fluoreto entre 0,55 a 0,84 ppm (mg F/L) seriam consideradas aceitáveis, inaceitáveis quando o teor estivesse entre 0 a 0,55 ppm ou ≥1,15 ppm e inadequadas quando os valores fossem de 0,85 a 1,14 ppm”, explica a pesquisadora.

Os resultados demonstram que mais da metade das amostras coletadas (69,6%) em Alfenas foram classificadas como aceitáveis, apresentando máximo benefício para a prevenção à cárie e mínimo risco de fluorose dentária, visto que em nenhuma delas o fluoreto ultrapassou o valor máximo permitido. Outra descoberta feita pela pesquisa foi em relação à influência da temperatura e dos índices pluviométricos na modificação dos teores de flúor. “Houve meses em que a concentração de fluoreto na água foi insignificante, como julho, agosto e setembro, necessitando de ajustes, pois não há o benefício de prevenção da cárie”, relata Daniela.

O trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas da UNIFAL-MG, sob a orientação da professora da Faculdade de Odontologia da UNIFAL-MG, Vivien Thiemy Sakai, e coorientação do professor da UNESP de Araçatuba-SP, Juliano Pelim Pessan, contando também com o apoio do professor do Instituto de Ciências Exatas, Denismar Alves Nogueira, na realização estatística do estudo. A pesquisa prevê o heterocontrole da fluoretação como uma medida segura, efetiva e econômica que visa proporcionar uma melhoria da saúde bucal do município.

Certificado

No dia 17/04, Daniela foi recebida no Gabinete da Reitoria, pelo reitor, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, para receber o tão esperado diploma de “mestra” em Ciências Odontológicas pela UNIFAL-MG, momento que foi registrado pela Diretoria de Comunicação Social (Dicom).

 

 

 

* Milena Favalli Simão é estagiária da Diretoria de Comunicação Social (Dicom)