Discentes do curso de Pedagogia relacionam conteúdo teórico sobre Barroco Mineiro com a prática, em viagem às cidades históricas de Tiradentes e São João del-Rei

Mais de 20 estudantes do curso de Pedagogia participaram de uma viagem técnica às cidades históricas de Tiradentes e São João del-Rei, nos dias 21 e 22/09, oportunidade em que puderam relacionar os conteúdos de sala de aula sobre Barroco Mineiro com o passeio pelos conjuntos urbano-paisagísticos das cidades visitadas.

A viagem foi organizada pelo professor Ronaldo Auad, docente das disciplinas “Artes: Fundamentos e Metodologias I e II”, segundo o qual, possibilitar que os estudantes conheçam in loco igrejas do século XVIII, bem como museus a céu aberto, é enriquecedor. “É imensa a contribuição de uma viagem como esta. Trata-se de algo indispensável para a expansão da aprendizagem sobre a arte que se desenvolveu em Minas Gerais no Século XVIII. Nesta viagem, alunas e alunos vivenciaram as relações existentes entre as linguagens da arquitetura, das artes visuais, da literatura e da música”, observa.

Altar-Mor da Matriz de Santo Antônio em Tiradentes (Foto: arquivo pessoal Prof. Ronaldo)

Segundo Prof. Ronaldo, o roteiro teve início em Tiradentes, local onde o grupo visitou a Matriz de Santo Antonio, de 1710; também a Igreja Rosário dos Pretos, de 1708, e a Casa do Padre Toledo, construída no século XVIII.

Em São João Del Rei foram visitadas a Igreja de São Francisco de Assis, de 1744, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, de 1721, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, de 1734, e a Igreja Nossa Senhora das Mercês, de 1853.

“Na Igreja de São Francisco de Assis, os participantes da viagem puderam ouvir, durante a missa matinal, a bicentenária Orquestra Ribeiro Bastos. Neste momento, foi possível apreender as relações entre as linguagens musical, literária, arquitetônica e visual, ou seja, pôde-se vivenciar, de modo pleno, a ambiência religiosa e estética das Minas Gerais do século XVIII”, detalha.

A estudante Imaculada Aparecida da Silva de Souza, do 6º período de Pedagogia, compartilhou suas impressões da viagem, salientando sua admiração pelo o que viu. “Tiradentes é uma cidade de Arte barroca fantástica. Um patrimônio histórico representado pelo ciclo do ouro. Minha admiração foi pelas ruas irregulares que são calçadas por pedras ‘pé de moleque’”, destacou. “Já em São João del-Rei o que me chamou atenção foi o cemitério do Carmo. Desde o portão até os túmulos nas paredes. Duas cidades maravilhosas, a maioria das igrejas e capelas tem talhas em ouro e pinturas rococó. Destacando pelas cores, formas, texturas e o sons dos sinos. Amei”, enfatizou.

Para a aluna Thays Thayrany, também do 6º período, conhecer Tiradentes e São João Del-Rei foi uma experiência incrível, uma vez que afirma ter superado suas expectativas. “São cidades muito ricas, cheias de detalhes e histórias. Tiradentes é muito delicada com aquelas ruas de pedras fazendo conjunto com as casas coloridas, deixando a aparência da cidade diferenciada, cheia de especificidades encontradas somente lá. São João Del Rei, o que mais me marcou apesar da beleza da cidade, foram as igrejas. Cada uma que eu entrava descobria algo novo, era uma explosão de informações, mas apesar da quantidade e variedade de detalhes tudo se encaixa, se completa e fica perfeito, não havia conhecido igrejas tão esplêndidas”, relatou.

Detalhe da talha de um dos retábulos laterais da Igreja de São Francisco de Assis em São João del-Rei (Foto: arquivo pessoal Prof. Ronaldo)

Outro destaque da viagem apontado por Thays foi prestigiar a Orquestra Ribeiro Bastos durante a missa e conhecer os museus e feiras, que ela observou refletir a cultura local. “A participação da orquestra durante a missa foi muito encantadora. Amei também conhecer os museus, a partir dos objetos é possível conhecer um pouco da história daquele lugar. As lojas, feirinhas, músicas e as badaladas dos sinos, nos permite conhecer a cultura destes lugares. Além das comunidades serem simpáticas e educadas. Já quero ir de novo”, comentou.

O aluno Júlio Prado diz que as cidades históricas são singulares, bem como a experiência de poder visitá-las. “A cada nova visita, permanece aquela mesma sensação prazerosa de como se fosse a primeira. As arquiteturas coloniais do século XVIII e a arte barroca da região central se contrastam em meio a contemporaneidade periférica, que também é algo positivo, pois me faz refletir e ao mesmo tempo comparar o modo de vida do século XVIII e o atual”, diz, acrescentando: “As igrejas e suas imagens sacras, que ‘coisa’ maravilhosa, o barroco e o rococó presente nelas, são de uma harmonização fantástica, o cheiro da madeira envelhecida também me despertou a atenção, pois a arte também é sentida através do olfato.”

O estudante da Pedagogia também narra sua experiência durante a missa em que teve a oportunidade de ouvir a Orquestra Ribeiro Bastos. “Para mim o ápice foi poder assistir a missa na Matriz de São Francisco, ao mesmo tempo contemplar as talhas na madeira e ouvir aquela orquestra bicentenária de Ribeiro Bastos, na qual nos presenteiam com músicas aos sons instrumentais, juntamente ao coral vocal em perfeita harmonia. Enfim, são cidades em que a arte está presente em todo lugar, assim podemos fazer um paralelo do conteúdo teórico da disciplina com as obras observadas durante a visita as duas cidades.”

Além de acadêmicos do curso de Pedagogia do 2º, 6º e 8º períodos, também participaram da viagem: um discente do curso de Física e uma do curso de Fisioterapia.

Fotos: arquivo pessoal Prof. Ronaldo Auad