Composto químico obtido em laboratório da UNIFAL-MG poderá auxiliar o trabalho de policiais e peritos em cenas de crime

O grupo de pesquisa “Química Estrutural e Novos Materiais”, do qual a professora do Instituto de Química da UNIFAL-MG, Maria Vanda Marinho, é integrante, tem estudado a síntese e a caracterização de novos materiais moleculares, com foco em íons lantanídeos, elementos químicos conhecidos em razão de suas propriedades moleculares, como a elevada luminescência e a estabilidade térmica. Essas características, que foram consideradas nos estudos do grupo, possibilitaram a obtenção de um sólido cristalino que atua como marcador luminescente para resíduos de tiros em cenas de crime, facilitando o trabalho de policiais e peritos.

Resultado de dois anos de testes laboratoriais, o composto foi obtido no Laboratório de Polímeros Inorgânicos (LaPI) da Universidade, por meio da dissertação de mestrado intitulada “Polímeros de coordenação derivados do íon térbio (III): preparação e caracterização estrutural”, feita pela discente Mariane Silva, sob a orientação da Profa. Maria Vanda. Por considerar as aplicações dos íons lantanídeos como marcadores ópticos luminescentes e codificadores forenses capazes de diferenciar os resíduos de tiros e de identificar a origem da munição em cenas de crime, as pesquisadoras realizaram análises experimentais que facilitaram a descoberta de um sólido cristalino contendo íon lantanídeo.

Crédito da imagem: arquivo pessoal do grupo de pesquisa “Química Estrutural e Novos Materiais”

“Durante o processo, foi proposta uma rampa de aquecimento e resfriamento, que levou à obtenção e caracterização de uma rede de coordenação polimérica tridimensional, a qual apresentou alta estabilidade térmica, considerável pureza e cristalinidade, além de elevada luminescência”, explicou a Profa. Maria Vanda. Segundo a docente, as propriedades apresentadas pelo composto atuam como facilitadoras para a resolução de casos envolvendo o uso de armas de fogo, uma vez que, com a descoberta, a visualização de resíduos luminescentes poderá ser feita diretamente no local do crime, utilizando-se apenas uma lâmpada ultravioleta. “Esse composto é muito importante em unidades de perícia, pois possui grande valor forense. A partir dele, abre-se uma vasta linha de pesquisa sobre a sua utilização, o que contribuirá para o trabalho da polícia judiciária e da justiça na solução de crimes, que será feita em menor tempo”, conclui.

Os resultados da pesquisa originaram um artigo, que foi publicado na revista internacional Inorganica Chimica Acta e que, até o momento, está entre os artigos mais baixados nos últimos 90 dias.

Esse trabalho também teve como colaboradores: Nathália R. de Campos (UNIFAL-MG); Leonildo A. Ferreira (UFMG); Leonã S. Flores (UFJF), Charlane C. Corrêa (UFJF); Júlio C. A. Júnior (UERJ), Guilherme L. dos Santos (UERJ), Lippy F. Marques (UERJ), Marcos V. Colaço (UERJ); Thiago C. dos Santos (UFF), Célia M. Ronconi (UFF); Tatiana R. G. Simões (UFPR).

*Milena Favalli Simão é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG