Espaço cultural da Biblioteca Central recebe mostra “Escritas africanas e afrodescendentes”; acervo foi selecionado para promover reflexão sobre a educação das relações étnico-raciais

Em celebração ao Mês da Consciência Negra, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI-UNIFAL-MG) realiza, além de palestras, mesas-redondas e apresentações culturais, a mostra do acervo da Biblioteca Central “Escritas africanas e afrodescendentes”, até 29/11, das 7h às 20h, no espaço cultural da biblioteca na Sede. O objetivo das comemorações é promover atividades educativas e culturais que possibilitem a reflexão sobre a educação das relações étnico-raciais no país, inclusive sobre os dilemas enfrentados por graduandos(as).

Confira abaixo o release divulgado pelos organizadores da mostra:

“O continente africano é enorme, com histórias várias para contar sobre povos muitos, por isso, convidamos os leitores para empreender viagem acompanhados pelos nigerianos Chinua Achebe, considerado o “Pai da literatura Africana” no século 20, Chimamanda Ngozi Adichie, famosa por suas palestras “O perigo de uma história única” e “Todos devemos ser feministas no TED TALKS”; pela importante escritora moçambicana Paulina Chiziane, a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique; por José Craveirinha, com seus poemas que retratam as experiências cotidianas do povo moçambicano; Nuruddin Farah, autor somali que expõe em sua obra as sequelas do processo colonial das populações africanas; Ondjaki, poeta e escritor angolano, que passeia pela infância vivida em uma Luanda dos anos 1980 e 1990; e entre antologias, que reúnem contos de autores africanos de vários países e origens étnicas.

Nesta viagem por entre livros, a literatura infantil e juvenil desponta como importante veículo divulgador de tradições orais africanas, como em “Meus contos africanos”, selecionados por Nelson Mandela, e “A semente que veio da África”, da escritora Heloísa Pires Lima.

Além disso, não poderíamos deixar de destacar escritores negros brasileiros tão importantes como Machado de Assis e Lima Barreto, este último tratando já, em sua época, do racismo presente na sociedade brasileira e que sofreu na própria pele.

Mas, nem só de poesia e prosa se compõe e dá a conhecer as Áfricas e sua diáspora. Nessa Mostra também destacamos um grupo de intelectuais africanos e afrodescendentes e suas obras: o congolês Elikia M’Bokolo, o historiador do Burkina Faso, Joseph Ki-Zerbo, o antropólogo congolês, radicado no Brasil, Kabengele Munanga, Amadou Hampaté Bâ, importante filósofo malinês, que contribui para apreendermos a oralidade como fundamento da constituição das populações africanas, as afro-americanas Angela Davis, ativista da negritude conhecida por sua trajetória intelectual e militância política, e a historiadora Linda W. Heywood, com seus estudos que articulam as histórias africanas aos processos diaspóricos nas Américas. Nesta viagem entre as escritas africanas e afrodescendentes, destacamos ainda os intelectuais afro-brasileiros, o geógrafo Milton Santos, a pedagoga Nilma Lino Gomes e o historiador Joel Rufino dos Santos.

Divulgamos ainda a monumental “História Geral da África”, organizada pela Unesco, coleção essencial para o estudo da história africana, que divulga entre seus oito volumes estudos de pesquisadores africanos.”

Fotos: Dicom/UNIFAL-MG