Pesquisa feita na UNIFAL-MG e publicada no site da FAPEMIG investiga a atuação de cumarinas contra a forma visceral das leishmanioses

Com o objetivo de estudar as leishmanioses transmitidas ao homem por meio de animais, a discente do curso de Biomedicina da UNIFAL-MG, Livia Sousa Ribeiro, sob a coordenação do professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade, Marcos José Marques, realizou uma pesquisa para verificar a capacidade de atuação das cumarinas, substâncias produzidas por diferentes seres vivos, como bactérias, fungos e plantas, contra a doença. Intitulada “A análise dos mecanismos de ação e avaliação da atividade leishmanicíada in vivo de compostos cumarínicos”, a pesquisa foi publicada, na forma de vídeo, na seção de “Ciência, Tecnologia e Arte” do site da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Como as leishmanioses estão amplamente difundidas no território brasileiro, o trabalho buscou reconsiderar o arsenal terapêutico contra a doença, cujo agente etiológico é o protozoário do gênero leishmania. No vídeo, a pesquisadora explicou que o glucantime, fármaco usado como referência para o tratamento da forma visceral da leishmaniose, apresenta dificuldades que vão desde a sua administração, feita por via venosa ou intramuscular, até as contraindicações e reações adversas, que podem causar dores articulares e musculares, náuseas, vômitos, pancreatites e arritimias severas.

Para buscar um novo composto que substituísse a terapia comum, foram realizados testes com as cumarinas. “Primeiramente, foram feitos ensaios em cultura, para triagem dos melhores compostos contra a leishmania, aqueles com pouca toxicidade contra as células de mamíferos. Selecionamos as três melhores cumarinas para serem ensaiadas no modelo animal. No próximo passo, foi avaliada a atividade das cumarinas escolhidas no modelo infectado com leishmania. Após o tratamento, realizamos a eutanásia para coletar material e quantificar a presença do parasita e a resposta imune do animal, utilizando ferramentas de biologia molecular”, explicou a pesquisadora, que realizou a o trabalho no Laboratório de Biologia Molecular de Microrganismos da UNIFAL-MG.

Os resultados, no entanto, mostraram que as cumarinas não trataram tão bem quanto o glucantime. “Existe a necessidade de novas formulações e dosagens, mas substâncias produzidas pelo sistema imune, como interleucinas 17, são importantes para o bom prognóstico do tratamento”, explicou a discente. O Prof. Marcos José acrescentou que o uso das cumarinas para o tratamento da doença requer o desenvolvimento de sistema de entrega do composto num eventual tratamento oral, devido às dificuldades de solubilidade.

A pesquisa foi um trabalho feito em equipe, com discentes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica Júnior (BICJr/FAPEMIG) e de Iniciação Científica, mestrandos, doutorandos, professores e pesquisadores de outros laboratórios da UNIFAL-MG.

Confira a publicação no site da FAPEMIG ou no Youtube.

Fotos: Arquivo pessoal Prof. Marcos José Marques

*Milena Favalli Simão é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG