“Infelizmente, é uma questão talvez de tempo para que isso possa acontecer também por aqui”, alerta epidemiologista em jornal regional sobre colapso na ocupação de leitos na região em relação à Manaus

O colapso causado pela ocupação de leitos de UTI por pacientes de Covid-19 na região sul de Minas, os reflexos do aumento de casos, as decisões sobre volta às aulas e o funcionamento de casas de festas foram assuntos do quadro “Pergunte ao Doutor” do Jornal da EPTV – 1ª Edição, que foi ao ar no sábado, dia 16/01/2021. Para comentar os temas, participou ao vivo, o professor epidemiologista da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da UNIFAL-MG, Sinézio Inácio da Silva Júnior.

De acordo com Prof. Sinézio, a saúde pública no sul de Minas pode estar próxima de passar pelos mesmos problemas de Manaus-AM, uma vez que a superlotação dos hospitais por pacientes com Covid-19 dificulta o atendimento de urgência e emergência. Dados apontam que houve aumento de 60% de internações, em relação à semana anterior, o que torna o cenário preocupante. “A curva de casos em relação a Manaus, a partir de novembro, é muito semelhante. Infelizmente, é uma questão talvez de tempo para que isso possa acontecer também por aqui”, alertou.

O epidemiologista avalia que o crescimento de casos ocorreu após as festas de final de ano, visto que ao longo de 2020, observou-se que 10 ou 12 dias depois de feriados prolongados, o número de casos aumentou seis vezes.

Ao ser indagado sobre a decisão de volta às aulas, o professor comentou que mesmo que as crianças com idade inferior a 10 anos sejam menos suscetíveis a serem infectadas e transmitirem o vírus, existe uma preocupação com uma nova variante do vírus que pode afetar as próprias crianças.

Sobre decretos que autorizam a realização de festas em salões, o pesquisador foi categórico em afirmar: “É um momento bastante crítico, que é muito questionável uma medida como essa.” Para ele, nesses ambientes, que são fechados e destinados a festas, por mais que se diga que há controle, ninguém vai usar máscara nem manter distanciamento. “O distanciamento social entre as pessoas, chega a ser, podemos comentar, mais importante que o uso da máscara, porque muitas máscaras aí são desconfortáveis e não são efetivas, o que não quer que não tenham que ser usadas”, disse.

Finalizando, o pesquisador também explicou que uma boa máscara tem que ter um clipezinho pra fixar no nariz e ser, de preferência, sanfonada, para que seja bem ajustada e confortável no rosto das pessoas.

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