Discentes da UNIFAL-MG em mobilidade acadêmica internacional compartilham experiências vividas em universidades de Portugal

Além de aprimorar o conhecimento acadêmico e profissional, intercâmbio possibilita a participantes imersão cultural e vivências coletivas

Conhecer um novo país! Vivenciar uma nova experiência! Aprender! Essas são apenas três das diversas possibilidades de um intercâmbio internacional. Na UNIFAL-MG, por meio de parcerias com instituições estrangeiras, os alunos de graduação e pós-graduação vivenciam novas experiências acadêmicas com a mobilidade acadêmica. Por meio da atuação da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI), discentes  têm a oportunidade de cursar um período no exterior, expandindo ciência, tecnologia, cultura e inovação entre as instituições envolvidas.

Esse é o caso das discentes do curso de Farmácia, Isadora Silva Ribeiro e Flora de Paiva Motokane, que realizaram mobilidade acadêmica internacional na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), no período de setembro de 2022 a março de 2023. A discente Larissa dos Santos Sant’Anna, estudante do curso de Enfermagem, está na Escola Superior de Saúde de Santa Maria (ESSSM) e volta para a UNIFAL-MG no fim do período.

Flora de Paiva Motokane também realizou mobilidade acadêmica internacional na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. (Foto: arquivo pessoal)

“A experiência de estar em outro país é única! Vivenciar a imersão em uma nova cultura é muito curioso, e ter a chance de aprender outros costumes e também mostrar as nossas tradições para eles foi fascinante!”, relatam Isadora Ribeiro e Flora Motokane. Para Larissa Sant’Anna, que ainda está em mobilidade, é uma sensação única e transformadora estar em um lugar novo. Trata-se de um processo intenso de autoconhecimento, de adaptação, de aprendizado, segundo a discente. “É um divisor de águas”, expõe.

Chama a atenção de Larissa Sant’Anna a diferença dos lugares, da comida e do jeito das pessoas. “Eu brinco que todo dia estou me conhecendo de novo porque só o fato de estar aqui, sem conhecer absolutamente ninguém, começar do zero mesmo, te muda pra sempre”, diz a universitária, que dá dicas sobre os desafios na estadia do exterior. “O que no Brasil é comum, aqui é uma ofensa, por exemplo. Além disso, Portugal tem pessoas do mundo todo, então é bem frequente estar em um grupo com pessoas de outros países e línguas, é realmente uma imersão cultural. Mas, no geral, foi bem tranquilo e interessante aprender as diferenças e semelhanças que temos com os portugueses. Eu sou bem curiosa, então tento mergulhar intensamente na cultura de Portugal, aprender sobre a história, comer todas as comidas típicas e conhecer todos os lugares”, complementa.

As diferenças gramaticais também se manifestaram na experiência de Isadora e Flora. “Assim como muitas conquistas, também enfrentamos muitos desafios. A escolha de ir para um país que fala a mesma língua que a nossa não foi tudo que parecia. A barreira linguística ainda existia, e as diferentes regras gramaticais, sotaques, palavras novas e também palavras iguais usadas em contexto completamente diferentes deixavam tudo muito confuso no começo! Principalmente no ambiente acadêmico, essas diferenças foram um grande desafio, mas com o tempo conseguimos nos acostumar e aprender como funcionam as mudanças de um país para outro, no fim, praticamente aprendemos uma língua nova!”, contam.

Isadora Silva Ribeiro é aluna de Farmácia da UNIFAL-MG e realizou mobilidade acadêmica internacional na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. (Foto: arquivo pessoal)

Mas as dicas não se encerram por aí. Para os alunos que desejam concorrer a vagas na mobilidade acadêmica internacional, as alunas acrescentam: “aproveitem tudo que a universidade tem para oferecer, e façam conexões que possam ser de valor pra o seu futuro”. Quanto à documentação, a recomendação é que se organize tudo com atenção. “Tanto na candidatura quanto no visto, no embarque, na sua estadia lá [no país] e na sua volta, são inúmeros documentos requeridos e você deve estar atento a isso. Em caso de dúvidas, não hesite em enviar um e-mail pra a universidade de destino, eles consumam ser muito solícitos e dispostos a ajudar, acredito que durante nossa inscrição enchemos a caixa de e-mail deles! E todos foram respondidos super rápido! Por fim, provavelmente sua universidade terá uma comunidade ERASMUS (intercambistas que são de dentro da união europeia), então procure saber sobre isso, junte-se e aproveite os benefícios que eles oferecem, as viagens, os eventos, fica muito mais fácil de fazer amizades com pessoas que também estão passando por uma experiência de mobilidade”, expõem.

“O processo é bem complexo e burocrático, principalmente o pedido de visto, procura de alojamento etc. Exige muita pesquisa e ter alguém que já passou por esse processo e foi/está no país em que deseja ir ajuda muito, pois são pequenas dúvidas que muitas vezes só quem já vivenciou consegue sanar. Então, acho que muita pesquisa, planejamento e conversas com quem já passou por essa experiência”, pondera Larissa.

Após a seleção e a efetivação de todos os processos, o que se destaca para as alunas são as aulas e as interações. “Lá os cinco anos de graduação incluem três anos de bacharelado e dois anos de mestrado, e com isso tivemos a oportunidade de cursar disciplinas dos dois ciclos. Durante as nossas aulas na turma de mestrado em análises clínicas, avaliamos uma série de casos que retrataram como é o sistema de saúde português e as principais patologias que acometem essa população. Isso permitiu que pudéssemos comparar com o cenário brasileiro e contribuir apresentando para eles nossas visões”, explicam Isadora e Flora.

Elas montaram o plano de estudo e optaram por disciplinas que pudessem equivaler ao curso de Farmácia da UNIFAL-MG. “Além disso, cursamos línguas estrangeiras voltada para a área da saúde que incluíram apresentações e seminários. Quanto a nossa rotina, não era tão diferente do dia a dia alfenense (exceto pelo frio), com aulas teóricas em auditório e aulas práticas em laboratório. As refeições eram oferecidas pelo restaurante universitário, e comemos muitas sopas e peixes (sentimos falta de um arroz com feijão). A época de provas era realizada em janeiro com todo o conteúdo do semestre, e todos estudavam na biblioteca”, pontuam. No geral, as aulas eram em Português, e as de língua estrangeira em Inglês. “Entretanto, no momento de candidatura é possível optar, como intercambista, por algumas disciplinas ministradas em inglês”, dizem.

Larissa dos Santos Sant’Anna, estudante do curso de Enfermagem da UNIFAL-MG, está na Escola Superior de Saúde de Santa Maria. (Foto: arquivo pessoal)

Para Larissa, apenas a matéria de Inglês Técnico é ministrada totalmente em inglês, até o momento de tirar dúvidas e se apresentar. “Está sendo bem desafiador e interessante, pois nunca tive um contato tão intenso com o inglês como está sendo em Portugal”, expõe. “As aulas estão sendo incríveis, os professores e alunos da minha faculdade em Portugal, a ESSSM, são muito atenciosos e me dão todo o apoio. Estou com uma outra visão do curso, relembrando algumas matérias que eu já fiz no Brasil, na UNIFAL-MG, e outras que não têm na minha grade curricular, o que vai acrescentar infinitamente na minha prática profissional. Por exemplo, aqui tem a matéria de Empreendedorismo, uma área que está crescendo na enfermagem e não havia possibilidade de cursar na UNIFAL-MG”, comenta.

Embora as trajetórias entre as alunas sejam distintas, em diferentes universidades e cursos, as experiências em comum reforçam um crescimento pessoal e profissional único, possibilitado pela mobilidade acadêmica internacional. “Como futuras farmacêuticas acreditamos que participar do Programa de Mobilidade Acadêmica foi extremamente relevante para a nossa formação. Com ele foi possível criar uma percepção diferente em relação à nossa profissão, nosso papel e nosso compromisso com a sociedade, dado que lá são mais reconhecidos. Foi possível explorar opções de trabalho e possibilidades de carreira no exterior, através das participações nas feiras organizadas pelos alunos com profissionais de diferentes áreas, no congresso e na faculdade. A nível pessoal, aprendemos muito mais do que um livro pode ensinar, conhecemos pessoas de toda a Europa, viajamos muito, vivenciamos coisas que jamais imaginaríamos, e isso não tem preço! Estar morando em outro pais não é fácil, pela saudade de casa, pelas coisas que vimos e ouvimos, pelo estado doentio sem ajuda ou pela burocracia de ser um imigrante! Mas com isso amadurecemos e descobrimos um lado mais forte e capaz”, relembram Isadora e Flora.

“Participar do Programa de Mobilidade, primeiramente, é muito bom para o currículo e network, é um lugar que abre portas para além do país. Também, ter uma visão do curso e da graduação fora dos muros da faculdade de origem dá uma perspectiva maior do que pode ser feito para melhorar a prática profissional. Acredito que o que somos na profissão é mais do que a teoria do curso, é o que você é, as vivências, o contato com diferentes culturas, essas experiências te moldam como pessoa e isso reflete diretamente na atuação do futuro trabalho”, conclui Larissa.

Atualmente, há 4 estudantes da UNIFAL-MG em mobilidade internacional. Para a DRI, as ações de internacionalização aprimoram os conhecimentos dos alunos, visando às suas qualificações acadêmicas e profissionais.

Confira os convênios internacionais de instituições parceiras da UNIFAL-MG: https://www.unifal-mg.edu.br/dri/mobilidade-incoming/afastamento-para-mobilidade-internacional/

Para saber mais sobre o afastamento para Mobilidade Acadêmica, acesse: https://www.unifal-mg.edu.br/dri/mobilidade-incoming/afastamento-para-mobilidade-internacional/