Projeto UMA MOSTRA – Galeria Virtual está com chamada aberta para submissão de produções artístico-culturais; interessados devem enviar trabalhos até 17/09

A abertura da 3ª edição da galeria está prevista para 17/10

O projeto de extensão UMA MOSTRA está com chamada aberta para submissão de produções artístico-culturais para a 3ª edição da galeria virtual (2023/2024).  Serão aceitas produções de autoria própria envolvendo práticas variadas em formado de imagem e os interessados devem preencher o formulário de submissão até o dia 17 de setembro. A abertura da galeria está marcada para 17 de outubro, durante o 9º Simpósio Integrado da UNIFAL-MG.

Com o objetivo principal de criação de uma galeria de arte virtual como espaço de divulgação e promoção de produções artístico-culturais contemporâneas nos mais variados formatos, linguagens e estéticas, o projeto UMA MOSTRA surgiu com a subcomissão de arte e cultura do VII Simpósio Integrado da UNIFAL-MG, em 2021, a fim de dar destaque às artes durante um evento científico. Segundo a coordenadora da ação, a professora Deborah Walter de Moura Castro, a ideia era ter um espaço aberto em que as estratégias curatoriais fossem mais focadas na criação de condições estruturais/virtuais para a realização da exposição, a partir de um ambiente que proporcionasse a promoção, divulgação e trocas a partir do universo artístico. “A ideia desse projeto veio de uma necessidade de enfatizarmos a importância das artes para a compreensão das nossas sensações, das nossas relações com o outro, com a sociedade, com nosso espaço e tempo”, contou.

Banner de divulgação do projeto UMA MOSTRA

As submissões para a galeria virtual são gratuitas e a comissão aceita entre 3 a 5 trabalhos por artista, priorizando uma unidade entre as obras. O trabalho da comissão vai desde a abertura da chamada, conferência de documentação, curadoria, até a criação de um vídeo de divulgação das obras e do site com todos os artistas aceitos e respectivas obras, além da organização de um bate papo com os artistas no dia da abertura.

De acordo com a comissão, nesta 3ª edição da mostra, duas novas ações foram incluídas e terão início já em setembro. A primeira, “Encontros UMA MOSTRA”, serão encontros quinzenais abertos a toda comunidade para discussão das artes na contemporaneidade, produção cultural, expografia e estratégias curatoriais. E a segunda ação, chamada de “Produções e Reescritas”, também serão encontros quinzenais, porém mais focados na produção artística, com exercícios criativos pensando nas correspondências entre literatura, artes e mídias.

Para a professora Deborah, os discentes que participam da MOSTRA, seja na organização ou como artistas, se envolvem em reflexões sobre produção e letramento social e cultural, entendendo que a galeria também dá visibilidade a iniciativas artísticas que em seu estágio inicial tem pouco espaço. “Neste projeto, entender e estudar curadoria é também, e aqui de uma forma mais ampla, observar a constante modificação do olhar do curador para as artes ao longo dos anos, assim como os constantes embates e rearranjos no universo artístico. Com uma sociedade em constante transformação, também assim se colocam a arte e a cultura. Como afirma Heinich, “A arte é uma forma, entre outras, de atividade social” (2008, p. 62)”, cita a professora do Departamento de Letras.

Confira mais informações sobre as submissões, cronograma e organização da UMA MOSTRA – Galeria Virtual no site: www.unifal-mg.edu.br/simposiointegrado/submissoes-artisticas-2023/

Artistas e edições anteriores

A 1ª edição da galeria foi em 2021, com participação de aproximadamente 20 artistas. Na 2ª edição, em 2022, a mostra se transformou em Projeto de Extensão e contou com, aproximadamente, 30 artistas expondo seus trabalhos e mais de 100 obras. Agora, na 3ª edição, a comissão espera que o número de participantes aumente novamente. “É importante ressaltar que mantemos nossa parceria com o Simpósio Integrado, quando abrimos nossa exposição e promovemos um bate papo com artistas. Nossa intenção é que a galeria seja um espaço principalmente da UNIFAL-MG, mais do que um projeto de extensão atrelado apenas a ações da coordenação”, afirmou a professora Deborah.

Kelvin já fez experimentos com arte visual, como desenhos, quadrinhos e colagens, também já trabalhou com colagens sonoras e um pouco com videogames (Foto: Arquivo pessoal)

Entre os artistas que participaram das edições anteriores da mostra estão Kelvin Matheus da Silva Rosa, 26 anos, professor de Inglês, e Débora Rossi Fantini, 40 anos, poeta, jornalista e servidora pública. Kelvin expôs seu trabalho em 2021 e acredita que a mostra, além de impulsionar sua produção, foi uma oportunidade para encontro e conexão com outros artistas. “Era pandemia e acho que todo mundo estava um pouco maluco. Enviei uma proposta, com peças visuais e trechos poéticos desenvolvidos hackeando o jogo Super Mario World. Eu não falaria apenas do aspecto da divulgação de meu trabalho artístico, que aconteceu por meio dos contatos realizados durante o evento online, o diálogo, as trocas acontecidas em espaços de arte, mas friso que a galeria foi um verdadeiro combustível para minha produção durante o ano que submeti. A divulgação acaba ocorrendo por essa consciência mútua de artistas locais se unindo num espaço só”, disse.

Já Débora, participou da edição de 2022 e foi a primeira vez em que poemas visuais criados por ela foram expostos. “Minha produção era bem recente, fazia menos de um ano que eu tinha dado início à criação de poemas tipográficos – os primeiros poemas são do segundo semestre de 2021. Além de trazer visibilidade aos poemas para além do meu círculo pessoal e da minha rede virtual, a participação na mostra foi uma oportunidade para eu pensar e escrever a respeito dos poemas, do meu processo de criação, algo que eu ainda não tinha parado pra fazer”, contou.  Para ela, a conversa com outros artistas, na abertura da mostra, também foi uma oportunidade importante de partilha, em que pôde falar do seu trabalho e escutar impressões sobre ele.

Débora é poeta, jornalista e servidora pública (Foto: Manuela Tenreiro)

Quanto à importância da mostra, Débora destaca três aspectos: o primeiro é a diversidade de linguagens contempladas e, particularmente, a presença da poesia visual entre elas, possibilitando a circulação de poemas por outros espaços, ao encontro de outros públicos que não aquele já leitor da poesia visual. O segundo é o formato online, trazendo para a internet conteúdos que não são ditados pelos algoritmos das redes sociais. E o terceiro é o fato de a mostra ser uma atividade de extensão universitária, colocando as artes como um tipo de conhecimento compartilhado com a comunidade. “Digo isso como alguém que é poeta, egressa da graduação e da especialização em universidades públicas, que há quatro anos trabalha como servidora pública numa universidade federal (UFMG) e que traz um currículo de cursos livres e oficinas em festivais de verão e de inverno realizados por universidades (UFMG, UFOP). Ou seja, a extensão faz parte da minha formação, logo, é muito significativo que a primeira exposição de que participei tenha sido uma atividade extensionista, mostrando quão frutíferas podem ser essas ações das universidades”, ressaltou.

Kelvin, que foi aluno da Profa. Deborah na UFSJ, também afirma o quão importante é o espaço da universidade pública alimentar a produção cultural, oferecendo uma plataforma aos artistas. “Se for para olhar meu percurso pessoal, eu sinto na pele o impacto de projetos como a UMA MOSTRA é. Essa criação de conexões e comunidades que podem acontecer em espaços de arte, estimulados pelas universidades públicas, onde a arte vira essa prática que uma comunidade faz, sem pompa, sem intrigas. Gente que gosta de dividir amor por técnicas. E técnicas diferentes. Quem pinta, desenha, a galera da fotografia também, ou as formas poéticas que envolvem a visualidade da palavra, tudo num lugar só. Esse potencial, eu acho, é a importância de projetos como esse”, finalizou.

A galeria da 2ª edição ainda está disponível neste link, confira!