Estudo da UNIFAL-MG busca identificar efeitos da Covid-19 sobre o processo saúde-doença das populações; expectativa é poder relacionar a contaminação pelo novo coronavírus às complicações do adoecimento

A pandemia causada pelo novo coronavírus tem imposto mudanças relacionais, sanitárias e políticas em um curto espaço de tempo. Por isso, uma pesquisa da UNIFAL-MG buscará respostas para identificar os efeitos e consequências da Covid-19 sobre o processo saúde-doença das populações, seus modos de viver e de se relacionar, bem como o impacto na qualidade de vida da nossa sociedade.

O “Estudo Longitudinal de Seguimento dos casos suspeitos e confirmados de COVID-19 em Minas Gerais”, foi contemplado com R$65.944,34  para desenvolvimento, na  Chamada de Projetos e Ações de Pesquisa e Inovação para o Enfrentamento à Covid-19, lançada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da UNIFAL-MG. Coordenado pela professora da Escola de Enfermagem, Namie Okino Sawada, o estudo conta com a parceria dos programas de pós-graduação em Enfermagem das universidades federais de Minas Gerais, Juiz de Fora e São João del-Rei.

Segundo a Profa. Namie, o método de pesquisa a ser adotado se trata de um acompanhamento dos pacientes que tiveram Covid-19, em seis meses e um ano, para detectar as complicações e consequências da doença na vida dos indivíduos. “Assim que o Comitê de Ética aprovar o estudo, faremos um levantamento dos casos ocorridos entre março e julho de 2020. Após essa busca ativa, iremos entrevistar os indivíduos com instrumentos específicos para levantar condições de saúde, vulnerabilidade social, isolamento social e a incidência de complicações, morte e qualidade de vida dos indivíduos que foram infectados pelo coronavírus”, contou.

A expectativa é poder identificar os efeitos de curto prazo pela contaminação da Covid-19 que poderão ser relacionadas às complicações do adoecimento, com ocorrência de novos quadros respiratórios agudos e/ou complicações de condições pré-existentes. “Neste período, muitas condições crônicas de saúde, especialmente aquelas que acometem os grupos de risco (hipertensão, diabetes, doença renal ou respiratória crônica, cardiopatias), estão sendo monitoradas à distância. Essa situação é inusitada para muitos pacientes e profissionais e, por vezes, percebe-se o despreparo para a conduta em modelos que não sejam os presenciais e que podem refletir em complicações das condições pré-existentes. Os resultados da pesquisa irão auxiliar no planejamento da assistência e direcionar as políticas públicas de acompanhamento a esses pacientes”, explicou a coordenadora da pesquisa.

Ainda segundo a Profa. Namie, a importância do estudo e seu impacto na saúde da população também se justifica pela necessidade de compreender o comportamento pós-pandemia em realidades socioeconômicas e culturais diversas, incluindo países com diferentes modelos de organização de sistemas de saúde. “Trata-se de uma doença nova e que à medida que avança gera adaptações e repercussões nas relações sociais, nos padrões de comportamento e nos hábitos de vida que precisam ser conhecidos. Além disso, há poucos registros de estudos de seguimento que analisam os efeitos de diferentes pandemias em diferentes dimensões da qualidade de vida, do gerenciamento das condições de saúde, nas redes de enfrentamento comunitárias e sociais, no contexto da América Latina. Os estudos desenvolvidos, em sua maior parte, são oriundos da Ásia e da América do Norte”, afirmou a docente.

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Projeto de pesquisa: Estudo Longitudinal de Seguimento dos casos suspeitos e confirmados de COVID-19 em Minas Gerais
Instituição: 
Universidade Federal de Alfenas
Chamada: 
Chamada de Projetos e Ações de Pesquisa e Inovação para o Enfrentamento à Covid-19 da UNIFAL-MG
Valor:
R$ 65.944,34

Parcerias: Programas de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Universidade Federal de São João del-Rei

Pesquisadoras envolvidas: Namie Okino Sawada e Silvana Maria Coelho Leite Fava (UNIFAL-MG), Kenia Lara Silva (UFMG), Angelica da Conceição Oliveira Coelho (UFJF), Eliete Albano de Azevedo Guimarães (UFSJ).