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Projeto “Calouro Cidadão” completa 12 anos de ações solidárias em Poços de Caldas; atividades  como mutirão de arrecadação de alimentos e doação de sangue ganham visibilidade em revista extensionista

Ações solidárias têm ocupado o lugar do modelo tradicional e violento de recepção a novos estudantes há 12 anos no campus Poços de Caldas. Por meio do projeto de extensão “Calouro Cidadão”, ingressantes no curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia participam de atividades que estimulam o contato sadio com veteranos e com a sociedade. Para comemorar o aniversário do projeto, a coordenação elaborou um artigo que foi publicado em dezembro de 2020 pela Revista de Extensão do Instituto Federal Catarinense.

Intitulado “Calouro Cidadão: um projeto que tornou possível a cultura do trote não violento nos cursos de graduação da UNIFAL-MG – campus Poços de Caldas”, o artigo resgata de que forma o projeto tem sido desenvolvido na Universidade, apresentando cada uma das atividades de engajamento entre veteranos, ingressantes e comunidade.

Entre as ações do projeto, são realizadas palestras informativas de boas-vindas, mutirão de arrecadação de alimentos, fraldas, roupas, calçados e brinquedos e visitas ao Lar São Vicente de Paulo, à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e ao hemocentro do município. O objetivo é promover a consciência crítica e o engajamento dos alunos em relação à comunidade, em ações que acontecem ao longo de uma semana, tanto no início quanto no meio do ano.

Conforme o cronograma, já no primeiro dia, os calouros participam de palestras a fim de compreender o funcionamento do Departamento de Registros Gerais e Controle Acadêmico (DRGCA) e da Coordenadoria de Registro e Controle Acadêmico (CRCA), da Biblioteca e do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, com encerramento oficial do diretor do campus Poços de Caldas, Prof. Leonardo Henrique Soares Damasceno.

“No segundo dia, os calouros fazem arrecadação de alimentos e roupas. Todos os discentes se encontram no centro de Poços de Caldas, onde uma equipe do campus e da coordenação do projeto estão esperando com ônibus. Chegando ao destino, os alunos são divididos em grupos de seis pessoas; cada um fica responsável por uma parte geográfica do bairro na zona oeste de Poços de Caldas, passando em todas as residências possíveis”, explicam os professores Osvaldo Adilson de Carvalho Junior e Carolina del Roveri, do Instituto de Ciência e Tecnologia da UNIFAL-MG, e a servidora Larissa Cagnani Brasileiro, que assinam o artigo divulgado na revista extensionista.

Arrecadações em 2019 (Foto: Arquivo pessoal/Prof. Osvaldo Adilson de Carvalho Junior)

A equipe do projeto repete todo procedimento com a turma no período da tarde, porém, em outra localidade: na zona leste do município. “Ao terceiro dia, os alunos contabilizam tudo que foi arrecadado, selecionando os alimentos e as roupas para levar às entidades beneficentes”, contam os autores.

Durante a doação, a turma promove momentos descontraídos com os idosos, por meio de jogos e brincadeiras, bem como sessões de canto em violão e prática de esportes. “Além dessas atividades, realiza-se, no quarto dia, a visita ao hemocentro para doação de sangue e cadastro de doadores de medula óssea”, salientam os autores na publicação. Na oportunidade, os alunos ingressantes assistem a uma palestra sobre doação de sangue e medula óssea e sobre a importância desta ação para os receptores. “Aqueles que atendem aos requisitos e têm interesse podem doar sangue, bem como preencher o cadastro para o banco de doadores de medula óssea”, completam.

Os benefícios para a comunidade são nítidos nos dados apresentados no artigo: até 2019, foram doados mais de 7.300 kg de alimentos e produtos de higiene e 22.500 peças de roupas. Foram realizadas, ainda, mais de 150 doações de sangue. “Há notícias de que diversos discentes voltaram por conta própria às entidades beneficentes atendidas no projeto, nas quais passaram a atuar como voluntários. Esse fato comprova que nosso objetivo está sendo alcançado. Outro fato que se soma a essa comprovação é que muitos dos ‘ex-calouros’ são doadores de sangue frequentes”, descrevem.

Para encerrar a semana de atividades, os calouros são levados ao Cristo Redentor e à Rampa de Voo Livre, na Serra de São Domingos, no último dia, para participar de uma aula ao ar livre sobre o contexto fisiográfico, histórico, geográfico, geológico e cultural de Poços de Caldas.

Leia o artigo sobre o projeto na íntegra

Como o projeto surgiu

A motivação do projeto nasceu quando o professor do Instituto de Ciência e Tecnologia e coordenador da iniciativa, Osvaldo Adilson de Carvalho Junior, convidou professores recém-integrados à Universidade para realizar ações de extensão com os calouros, de modo a atuar contra o trote violento e constrangedor. A vice-coordenadora do “Calouro Cidadão” e servidora técnico-administrativa da UNIFAL-MG, Larissa Cagnani Brasileiro, entrou no projeto por ser integrante da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), ao passo que a colaboradora e coordenadora de algumas ações, Profa. Carolina del Roveri, passou a integrar a equipe a partir de 2017, com o objetivo de apresentar o contexto natural da cidade e de inserir os calouros, de forma descontraída, na cultura de Poços de Caldas.

O projeto tem a parceria da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), da coordenação do curso do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, da coordenação de extensão do campus de Poços de Caldas, da direção do Instituto de Ciência e Tecnologia e da direção do campus de Poços de Caldas.

Fotos: Arquivo pessoal/Prof. Osvaldo Adilson de Carvalho Junior