29 de julho de 2005. Essa data foi um divisor de águas na história da UNIFAL-MG. Há 17 anos, a comunidade universitária comemorava a aprovação do projeto de criação da Universidade Federal de Alfenas sob a Lei nº 11.154, publicada no Diário Oficial da União.
Em Nota Técnica de análise do projeto de transformação, os representantes da Casa Civil alegaram que a então Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas/Centro Universitário de Alfenas (Efoa/Ceufe) apresentava os requisitos normativos para ascensão ao patamar universitário: “em vista da titulação do seu corpo docente, da sua produção científica e do seu papel como polo estimulador da economia local nas áreas de Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Nutrição e Química.”
No livro “De Efoa a UNIFAL-MG – Memórias de 100 anos de história”, organizado pelas professoras Denise Aparecida Corrêa (Instituto de Ciências Biomédicas) e Cássia Carneiro Avelino (Faculdade de Ciências Farmacêuticas), por ocasião do centenário institucional comemorado em 2014, os registros históricos apontam que a transformação impactou na expansão das instalações e na abertura de novos cursos.
“Até o ano de 2005, a Instituição ofertava 340 vagas em cursos de graduação presenciais, sendo apenas 20 vagas (5,88%) para o período noturno. Logo após a transformação da Efoa/Ceufe em Universidade, a sua participação no Programa de Expansão – Fase I, coordenado pelo MEC, possibilitou a criação, no ano de 2006, de oito cursos de graduação: Ciência da Computação, Licenciatura em Física, Licenciatura em Matemática, Pedagogia, Licenciatura em Química, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em Geografia, Biotecnologia.”
Acelerado pela transformação, o processo de ampliação da Instituição permitiu, a partir de 2009, a criação de dois campus fora de sede, um em Poços de Caldas e outro em Varginha, bem como a construção de outra unidade em Alfenas, no bairro Santa Clara. Hoje, a UNIFAL-MG, que tem 108 anos de fundação institucional, desempenha um papel de liderança acadêmica e científica na região sul de Minas e segue colhendo frutos do trabalho coletivo que empreende na busca por qualificar e desenvolver pessoas.
São oferecidos atualmente 38 cursos de graduação nas mais diversas áreas do conhecimento e 24 programas de pós-graduação, sendo seis doutorados, 20 mestrados acadêmicos e três mestrados profissionais. O corpo discente é formado por cerca de 7.000 estudantes.
Para atender às atividades de ensino, pesquisa e extensão, a comunidade docente e técnica-administrativa é constituída por mais de 960 servidores e mais de 300 colaboradores terceirizados. Segundo o reitor, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, o processo de transformação foi extremamente importante para a trajetória institucional.
“A transformação da nossa querida Efoa em UNIFAL-MG foi absolutamente crucial para que nós pudéssemos dar um salto, em termos de desenvolvimento em várias direções. A partir dos cursos originais, que já tinham a sua qualidade reconhecida, a Universidade pôde expandir no sentido quantitativo, mas também ganhar novos horizontes em relação à pesquisa, ao próprio ensino e também à extensão, o que acabou também beneficiando e fortalecendo os primeiros cursos”, reflete.
Lembrando todas as pessoas que participaram do projeto de transformação da Universidade, o reitor ainda pontua: “A criação e a transformação de uma universidade não é obra de uma única pessoa, mas de várias pessoas que ousaram sonhar”, comentou. Conforme ele, foram importantes tanto os gestores que participaram da transição e os reitores que deram os primeiros passos, quanto o corpo docente, técnico e terceirizado, além dos próprios estudantes que ajudaram a fortalecer a UNIFAL-MG.
Na percepção do professor Sandro Cerveira, hoje a UNIFAL-MG tem um grande impacto no ensino, na pesquisa e na extensão. “É evidente que nós temos aqui no Sul de Minas uma instituição de excelência que está produzindo pesquisa de qualidade, ensino que transforma a vida de milhares de pessoas e também extensão, que fortalece não somente a comunidade, mas a própria Instituição”, analisa.
A criação dos campi de Poços de Caldas e Varginha é outro fator relevante da atuação regional da Universidade lembrada pelo atual dirigente. “Economicamente a nossa Universidade hoje é responsável por um número muito significativo de empregos diretos e indiretos na região”, enfatiza o reitor.
“Pelo próprio PIB da região, há uma contribuição muito significativa da UNIFAL-MG, porque na medida em que a Universidade transfere renda e traz pessoas para as cidades onde tem campi, ela movimenta a economia local que, na verdade, impacta não somente a economia local, mas também regional e nacional”, acrescentou.
Dentre os muitos servidores e colaboradores que abraçaram o projeto de transformação da Efoa/Ceufe em Universidade Federal de Alfenas, vale relembrar o professor Maciro Manoel Pereira, falecido em 6 de julho de 2022. Foi ele quem preparou o caminho para a efetivação da transformação da Instituição em Universidade na gestão do professor Antônio Martins de Siqueira, o primeiro reitor.
O processo foi iniciado na gestão do professor João Batista Magalhães (1997-2001), da qual o professor Maciro Pereira foi vice-diretor. A comissão responsável pela elaboração do projeto de transformação foi constituída em 2003 pelos servidores: professor Antônio Martins de Siqueira, então vice-diretor da Efoa/Ceufe; professora Erly Maria de Carvalho e Silva, pró-diretora de Graduação; professora Hédima Carvalho de Souza, pró-diretora de Extensão, e professor Antônio Camilo de Souza Cruz, assessor de Planejamento.
“Fica aqui o grande abraço e reconhecimento às colegas e aos colegas de ontem e de hoje que constroem a Universidade Federal de Alfenas”, ressalta o atual reitor, Prof. Sandro Amadeu Cerveira.
A edição 85 do jornal da Instituição, o primeiro número como UNIFAL-MG, traz na íntegra o discurso do então reitor, Prof. Antônio Martins de Siqueira, durante a solenidade de instalação da Universidade. Confira aqui.