Em encontro com reitores, presidente Lula assegura que a autonomia de universidades públicas será garantida; reitor da UNIFAL-MG marcou presença na reunião em Brasília
Ao lado de colegas reitores de universidades e institutos federais de todo o país, o reitor da UNIFAL-MG, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, participou de um encontro com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira (19/1), para discutir as novas perspectivas do Ensino Superior do país.
Durante a reunião, o presidente Lula destacou ser um novo momento para a educação brasileira e reforçou: “Eu sei do obscurantismo que vocês viveram nesses últimos quatro anos e eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo.”
Em sua fala, o presidente ressaltou também a importância de haver investimento em ciência e tecnologia. “Não existe na história da humanidade nenhum país que conseguiu se desenvolver sem que antes tivesse resolvido o problema de formação de seu povo”, salientou.
Lula assegurou que a autonomia universitária está garantida durante o seu mantado e reforçou que os reitores serão escolhidos pelas comunidades universitárias. “Não pensem que o Lula vai escolher o reitor que ele gosta. Quem tem que gostar do reitor são os professores da universidade, são os funcionários da universidade. É a comunidade universitária que tem que saber quem é que pode administrar bem por ela. Isso eu posso garantir para vocês, vocês vão ter”, garantiu.
O presidente informou ainda, que pretende realizar encontros anuais com os reitores para ouvir as demandas e alinhar os compromissos.
Na oportunidade, o professor Ricardo Marcelo Fonseca presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da UFPR, enfatizou que as universidades e institutos federais estão à disposição do Brasil, como maiores produtores de ciência e tecnologia e que precisam de meios orçamentários adequados para exercer suas funções.
“Queremos nos colocar a serviço dos projetos estratégicos, seja na área do meio ambiente, da energia limpa, da reindustrialização, seja na área dos demais níveis de educação, para buscar acabar com essa dualidade entre a Educação Superior e demais níveis de ensino, pois as universidades entendem que a Educação Básica e outros níveis também são assuntos nossos”, disse.
O encontro com o presidente contou também com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana; da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; e da Casa Civil, Rui Costa.
Segundo o ministro da Educação, o atual governo quer reconstruir pontes e dialogar com as universidades. “Não há desenvolvimento sem universidades. Por isso, queremos a academia dentro do MEC e das secretarias específicas, como parte de uma política de estado efetiva; e as universidades são especialistas nas pautas que são importantes para nós”, reconheceu Camilo Santana.
Representantes de 106 instituições marcaram presença na reunião, que foi transmitida ao vivo pelo YouTube. Confira aqui
Para o reitor da UNIFAL-MG, o encontro sinalizou marcos de mudança para o futuro
Na percepção do reitor da UNIFAL-MG, Prof. Sandro Cerveira, o encontro com o presidente Lula e ministros foi muito positivo. “O fato de o presidente da República, juntamente a quatro ministros de estado, receber o conjunto de reitoras e reitores, tanto das universidades federais quanto dos institutos, em uma manhã inteira praticamente, é um sinal muito potente do lugar que a ciência, a tecnologia, o empreendedorismo e a educação como um todo tem na visão do próprio presidente da República e do seu governo”, avaliou.
Prof. Sandro Cerveira analisou também que, para além da dimensão simbólica da reunião, foram sinalizados marcos de mudança para o futuro. O primeiro aspecto apontado pelo reitor diz respeito ao fato de o presidente afirmar que irá respeitar a vontade das comunidades universitárias em relação à escolha dos reitores, independente de ideologia. “Acho isso muito significativo”, disse.
“Não é pouca coisa porque a experiência que tivemos da não nomeação de reitores e reitoras que foram escolhidos pela comunidade em favor daqueles que foram escolhidos à revelia, às vezes até contrário à vontade da comunidade, impactou em problemas internos e administrativos muito significativos para as comunidades”, observou.
O reitor também mencionou a manifestação do governo em relação ao desejo de recompor o orçamento, o que foi destacado pelo presidente Lula e pelo ministro Camilo Santana. “Esse é um tema mais difícil, porque o cenário não é um cenário fácil, mas já há indicativo de um valor que será para a recomposição”, comentou. “Considerando que a LOA [Lei Orçamentária Anual] aprovada é muito menor inclusive do que o valor destinado às universidades no ano passado – em alguns casos chega a 20% de redução -, esse valor, que já foi destinado no processo de transição, foi negociado para recompor o orçamento das universidades e vai mitigar de maneira importante o dano causado pelo PLOA [Projeto de Lei Orçamentária Anual]”, disse.
Conforme o reitor, a promessa de diálogo constante do próprio presidente e da sua equipe com os reitores é outro indicativo de mudanças. “Sinaliza que podemos avançar em questões como, por exemplo, a própria mudança da legislação com relação à escolha dos dirigentes e também a construção de um orçamento que seja suficiente e adequado para os próximos anos”, opinou.
No encontro com o presidente, o reitor registrou momentos ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana; da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; da secretária de Educação Superior, Denise Pires de Carvalho, e do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão.
(Fotos: Arquivo Pessoal)
