A violência é o principal problema para os alfenenses; para quase 23%, a violência é o principal problema enfrentado no município de Alfenas

Luciano Francioli Baroni ¹
Marcelo Conceição ²
Luís Antonio Groppo ³

A violência aparece como principal problema do município de Alfenas. Outros problemas como desemprego, educação, saúde também foram citados, mas são a violência e o desemprego, que mais preocupam o alfenense.

Gráfico 1: Violência como principal problema

Fonte: Pesquisa Identidade sul-mineira – UNIFAL-MG, 2022.

No gráfico acima é possível fazer a comparação sobre o problema da violência, com outros municípios de destaque e com o Sul de Minas. Alfenas se destaca ao apresentar quase o dobro do percentual do Sul de Minas. Há uma diferença que merece atenção, pois são mais de 10 pontos percentuais. Em Poços de Caldas a violência é o principal problema para mais de 15%, mais próximo ao resultado geral da região, e em Varginha apenas 8,5% a consideraram como tal.

O desemprego foi o principal problema apontado pelos sul-mineiros com mais de 17%, conforme aponta o gráfico 2. Em Alfenas esse percentual também foi alto, quase 21%; em Poços de Caldas de 14% e em Varginha era o principal problema para mais de 21% dos entrevistados.

Gráfico 2: Desemprego como o principal problema

Fonte: Pesquisa Identidade sul-mineira – UNIFAL-MG, 2022.

Portanto, em Alfenas a violência tem sido mais sentida que em outros munícipios do sul de Minas. O desemprego também é fruto de preocupação maior do que em Poços de Caldas e no Sul de Minas, porém, um pouco abaixo do índice de Varginha, onde se constituiu como maior problema.

Os dados analisados são da Pesquisa Identidade Sul-mineira, realizada pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), que entrevistou 1320 moradores em 20 municípios do Sul de entre os dias 14/05/2022 a 11/06/2022. O Sul de Minas é entendido como um conjunto de 162 municípios que fazem parte das regiões intermediárias de Pouso Alegre e Varginha.

Os dados apresentados não se referem às estatísticas divulgadas por órgãos de segurança pública. O que importou para este trabalho foi saber qual é a percepção dos moradores, como eles se entendem enquanto sul-mineiros e no caso dos problemas, como eles os percebem. A violência, que preocupa o alfenense, tem motivado as pessoas a reverem as suas relações com as instituições responsáveis pelo seu trato. Muitos, preocupados com seus patrimônios ou com a segurança dos seus familiares, têm recorrido a soluções como câmeras, alarmes, concertinas e segurança privada. Portanto, estes dados, além de revelar como as pessoas reagem aos problemas, também servem de alerta para as autoridades buscarem soluções.

Esta pesquisa realizada pela UNIFAL-MG tem relevância não apenas para conhecer as características regionais e aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos do Sul de minas. Como apontado nesta reportagem, a percepção que os munícipes têm sobre a violência pode ajudar na busca por maior segurança pública em Alfenas. Conhecer as preocupações dos moradores pode orientar autoridades e instituições na construção de políticas públicas.

Para saber mais sobre esta importante pesquisa visite o site da UNIFAL-MG em https://www.unifal-mg.edu.br/aidentidadesulmineira/.

* Este artigo integra o projeto de extensão “A imaginação sociológica e o sul de Minas” em parceria com o jornal Alfenas Hoje.


Luciano Francioli Baroni é acadêmico do curso de Ciências Sociais (Bacharelado) da UNIFAL-MG e integrante do projeto de extensão “A imaginação sociológica e o Sul de Minas”.


Marcelo Conceição é sociólogo, mestre e doutor em Educação: História, Política, Sociedade. Professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG, atua na área de Sociologia, principalmente nos seguintes temas: teoria social, métodos e técnicas de pesquisa, racionalização e estatísticas sociais. Lidera o grupo de pesquisas “Sociedade Industrial: processos e teorias sociais” e o projeto de extensão “A imaginação sociológica e o Sul de Minas”.


Luís Antonio Groppo é pesquisador do CNPq, sociólogo, mestre e doutor em Sociologia. Professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG, atua na área de Sociologia da Educação e Sociologia da Juventude, assim como na área de História dos movimentos estudantis, com especial interesse nos temas juventude, movimento estudantil, sociologia da educação, educação não formal, educação sociocomunitária e práticas socioeducativas. Foi coordenador do Grupo de Trabalho 03 – Movimentos sociais, sujeitos e processos educativos da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) no mandato 2020-2021 e membro da Câmara de Ciências Humanas, Sociais e Educação da FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais) no mandato 2021-2022.

 

(As opiniões expressas nos artigos publicados no Jornal UNIFAL-MG são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem opiniões do Jornal UNIFAL-MG e nem posições institucionais da Universidade Federal de Alfenas).