Ação solidária envolvendo voluntários da UNIFAL-MG e feirantes ajuda alimentar famílias carentes de Alfenas com doação de hortifrutigranjeiros

Neste período de pandemia, a empatia e a solidariedade se tornaram indispensáveis para enfrentar uma das maiores crises de saúde pública do mundo, mobilizando inúmeros voluntários para ajudar quem se encontra em situação de vulnerabilidade social. Na UNIFAL-MG, uma ação envolvendo docentes, técnicos administrativos, feirantes e colaboradores da comunidade tem feito a diferença ao atender cerca de 100 famílias carentes com doação de alimentos, toda semana.

A iniciativa envolve um grupo de feirantes que doam alimentos como verduras, legumes e frutas para serem distribuídos às famílias mais necessitadas. Os voluntários da Universidade ficam responsáveis por recolher, separar e distribuir os alimentos às famílias.

O professor Paulo de Faria e Silva, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UNIFAL-MG, faz parte da ação e conta que os alimentos são arrecadados nas feiras realizadas às quartas-feiras e aos domingos, oportunidades em que são montadas de 50 a 60 sacolas contendo legumes, verduras e frutas. Em média, são cerca de 150 a 200 kg de alimentos a cada dia, segundo o docente.

(Foto: arquivo pessoal da feirante Valdetti de Fátima Costa)

“Inicialmente, voluntários recolhem os alimentos junto aos feirantes. O Colégio Sagrado Coração disponibilizou um espaço interno, onde os alimentos arrecadados são separados e acondicionados por voluntários, em cestas contendo de 3 a 5 kg. Por fim, voluntários, em geral, em três ou quatro carros, partem com destino às casas das famílias selecionadas para receberem as cestas naquele dia”, relata Prof. Paulo Márcio, informando que deste modo, ao longo das semanas, há um rodízio entre as famílias beneficiadas.

De acordo com o professor, a ideia da ação solidária surgiu com a criação de um grupo no Facebook em março de 2020, chamado “Solidariedade Alfenas”, com o objetivo de recolher e distribuir donativos como roupas, calçados, objetos e alimentos para pessoas carentes no município de Alfenas. “A partir desse grupo, surgiu a parceria com feirantes da região de Alfenas, em especial a Associação dos Feirantes Independentes de Alfenas e Região (AFIAR) permitindo a distribuição de alimentos (hortifrutigranjeiros), para famílias carentes cadastradas no grupo Solidariedade Alfenas”, narra. “Após semanas de trabalho foi criado um projeto específico denominado Alimenta e Protege Alfenas, que tem como foco principal a distribuição dos hortifrutigranjeiros e também máscaras de pano doadas pelo projeto de extensão da UNIFAL-MG ‘Máscaras que Abraçam’”, acrescenta.

Atualmente, além das famílias cadastradas no grupo Solidariedade Alfenas, professor Paulo Márcio comenta que os alimentos são entregues também para famílias cadastradas em outro projeto de extensão, no UNIFAL-MG em Sintonia, e também para famílias cadastradas na ação social “Obra São José” do Colégio Sagrado Coração de Jesus Alfenas – MG. “No total, cerca de 170 famílias residentes em 37 bairros de Alfenas já receberam alimentos e máscaras”, informa.

Para a produtora rural Valdetti de Fátima Costa, que integra a Associação dos Feirantes Independentes de Alfenas e Região e participa das feiras há 20 anos, a colaboração dos voluntários na separação e distribuição dos alimentos tem sido muito importante, uma vez que com o acúmulo de atividades na organização das feiras, os feirantes não tinham disponibilidade para separar os alimentos e doar a quem realmente necessitava. “A gente doava os alimentos, mas não podia fazer a mão de obra que é montar a cesta e entregar para o pessoal. Aí nós fizemos um conjunto muito bom porque essas pessoas abraçaram a causa com a gente e graças a Deus está dando tudo certo e vai continuar por muito tempo”, afirma.

Em relação à possibilidade de ajudar tantas pessoas, Valdetti compartilha a satisfação de ver na prática o quanto essa doação contribui para o sustento de tantas famílias carentes. “É muito gratificante para mim e para todos os envolvidos, porque a gente vê uma necessidade muito grande; você vê a pessoa falar ‘nossa, semana passada eu passei fome, essa semana não vou passar’, não tem dinheiro que pague isso”, comenta.

Ao enumerar as razões que fazem da experiência de participar da ação como algo enriquecedor, Prof. Paulo Márcio destaca o fato de a ação partir de pessoas que se dispõem de forma solidária e totalmente voluntária a darem um pouco de seu tempo em favor de famílias de grande vulnerabilidade social, bem como a possibilidade de interação com os membros dos diversos grupos participantes, de diferentes segmentos da sociedade. “Isso tem me mostrado que não há barreiras para o trabalho voluntário: basta ter boa vontade”, diz.

Prof. Paulo Márcio ainda acrescenta: “Sentir a alegria e a gratidão das famílias beneficiadas, em especial das crianças e dos idosos, é algo realmente muito gratificante. Faz sentir que é mesmo verdadeiro o ensinamento que diz: ‘Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber’. Mas não apenas por ofertar ajuda material. É também por ter a graça de poder oferecer um pouco de atenção, de amor e de carinho pra quem mais precisa.”

Entre os envolvidos na ação, estão os voluntários:

  • Vander Corstini e Valdetti Costa – AFIAR
  • Eloísa Helena e Marucia Faria – grupo Solidariedade Alfenas
  • Rogério Rosa, Maria Elisa, Paulo Márcio (UNIFAL-MG), Flávio Cruz (UNIFAL-MG), Érika Chaves (UNIFAL-MG), Vanderson, José Carlos – projeto Alimenta e Protege Alfenas
  • Giovana Martins (UNIFAL-MG) – projeto Máscaras que Abraçam
  • Profa. Marisi Soares (UNIFAL-MG) e Ana Rute do Vale (UNIFAL-MG) – projeto UNIFAL-MG em Sintonia
  • Irmã Lezir, Irmã Fé, Luzinete – Obra São José
  • Carolina Almeida e Iago – Comunidade Mariana Resgate
  • Outros voluntários: Nely Lopes, Fran Weider, Aline Nogueira, José Arnaldo Nogueira, Iorla Cristi, Vanessa Costa e Douglas, Valdenira e Olímpia

Fotos: arquivo pessoal da feirante Valdetti de Fátima Costa

 

 


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