Atividade antioxidante in vitro de alimentos funcionais

Atividade antioxidante in vitro de alimentos funcionais

Os alimentos funcionais são aqueles que afetam ou melhoram a função corporal, possuem valor nutricional e propriedades importantes, tanto dentro de efeitos biológicos como também em atributos sensoriais. Os mesmos atualmente vêm sendo muito estudados devido a busca por mudanças no estilo de vida, onde as pessoas tentam sair do estilo com pouco ou nenhum exercício, de uma má alimentação, para uma vida com alimentos mais saudáveis. Esses alimentos reforçam a ação do sistema enzimático endógeno, ou seja, são alimentos que reduzem o estresse oxidativo, diminuindo a quantidade de radicais livres em nosso corpo.

O estresse oxidativo é caracterizado como sendo um desequilíbrio na fabricação de substâncias antioxidantes e pró-oxidantes. Isso ocorre pois há uma produção exacerbada de radicais livres e espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, ou então pela diminuição de enzimas e nutrientes que fazem parte do sistema de defesa antioxidante. E os alimentos funcionais ajudam na eliminação dos radicais livres e, cada país tem uma definição para alimentos funcionais, sendo em todos caracterizado com relação a saúde e bem-estar. No Brasil, os alimentos são fiscalizados de acordo com a regulamentação vigente para evitar abuso por parte das indústrias e rotulagens incorretas. Na regulamentação brasileira não há uma definição para esses alimentos e podem ser habituais e consumidos normalmente, ser provenientes de compostos naturais, ter efeitos positivos fora de seu valor nutricional, proporcionar o bem-estar e conter uma base científica.

Os alimentos funcionais possuem diferentes classes que podem ser: probióticos e prebióticos, alimentos sulfurados, vitaminas antioxidantes, carotenóides, compostos fenólicos, ácidos graxos poliinsaturados, fitoesteróis, fibras alimentares, proteína de soja e polióis. Os fitoquímicos também são antioxidantes e esses compostos são encontrados em maior concentração em plantas silvestres que vem servindo para inúmeros estudos. Há diferentes métodos de identificação de capacidade antioxidante publicados na literatura. Esses métodos abrangem diferentes tipos de sistemas biológicos que envolvem mais de um mecanismo. A principal desvantagem dos métodos in vitro são que os radicais, em grande parte, não estão presentes no organismo, não representando uma condição real.

Dentre os métodos de identificação in vitro, os mais usados são: i) capacidade de absorção do radical de oxigênio (ORAC), que é utilizado para determinar a capacidade antioxidante de frutas e vegetais; ii) poder antioxidante de redução férrica (FRAP), que se baseia em reações de transferência de elétrons, contudo, é feito em condições ácidas; iii) radical 2,2’-azinobis (ácido 3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico) (ABTS+), que é utilizado para rastrear as capacidades de eliminação de radicais reativos de flavonoides e fenólicos; iv) radical 4-2,2-Difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) é uma forma rápida, simples e barata, envolvendo o uso de radicais livres. Para a análise dos resultados dos testes usa-se a curva padrão de Trolox, que quanto mais clara a coloração menor é a absorbância e, consequentemente, a capacidade antioxidante será maior.

Para exemplificar, observou-se um estudo sobre a capacidade antioxidante de grãos e frutos do cerrado, sendo eles: Feijão Preto, Feijão Carioca, Açaí e Araçá. A capacidade foi medida pelos métodos DPPH, FRAP e ORAC e os mesmos mostraram coeficientes de correlação fortes e significativos. Esses dados mostraram que os métodos possuem características parecidas para observar a capacidade antioxidante dos frutos. Nos resultados, vimos que mesmo contrariando o que se acreditava anteriormente, o Araçá demonstrou um potencial antioxidante grande, mesmo sendo um fruto de cor clara. E a coloração mais escura dos frutos significa que ele irá apresentar compostos bioativos com maior capacidade antioxidante.

Conteúdo gerado a partir da disciplina: Método in vitro para screening de atividades biológicas

Autora: Giulia Cristina de Almeida Ferreira

Revisão e responsável da disciplina: Sônia Aparecida Figueiredo

Coordenação do projeto de extensão: Juciano Gasparotto