Métodos de reprodução in vitro

Métodos de reprodução in vitro

De início, é preciso entende o processo da fecundação humana, que irá compreender à fertilização do óvulo pelo espermatozoide, um processo complexo, rápido e sucessivo. Em sua forma natural, ou seja, através da relação sexual, cerca de 350 milhões de espermatozoides são lançados dentro do corpo da mulher por meio da ejaculação, fazendo uma verdadeira disputa para que apenas um deles consiga fecundar o óvulo.

A fecundação humana é dividida em etapas e a primeira delas consiste na coroa radiada, que é quando o óvulo liberado na ovulação emite sinais químicos para atrair os espermatozoides em sua direção. O primeiro obstáculo é atravessar a Corona Radiada, que é a camada externa do gameta feminino, que possui duas ou três camadas de células foliculares. A segunda etapa compreende o desafio do gameta masculino em penetrar na zona pelúcida, uma membrana composta por uma camada grossa de glicoproteínas e células foliculares ovarianas que protegem o óvulo. No instante seguinte em que o espermatozoide entra nesta camada, ela torna-se impermeável impossibilitando a penetração de novos espermatozoides. Na terceira fase da fecundação acontece a fusão das membrana plasmáticas do óvulo e do espermatozoide. A seguir acontece a segunda divisão meiótica da fecundação com a condensação dos cromossomos maternos, seguido pelo aumento dos núcleos dos gametas e sua respectiva evolução para pronúcleo feminino e pronúcleo masculino. Com a união dos dois pronúcleos forma-se o zigoto, uma estrutura geneticamente única, que desloca-se até o útero para se fixar no endométrio. Consecutivamente, marca-se o início do desenvolvimento embrionário, com o começo do processo de clivagem, dando origem aos blastômeros. As últimas etapas são a mórula e o blastocisto, onde a mórula é a massa de 10 a 30 células resultantes da clivagem do zigoto, acontecendo cerca de 4 dias após a fecundação; e o blastocisto já é um embrião composto por cerca de 150 células, aproximadamente no quinto dia após a fecundação, etapa em que ocorre sua implantação na parede do útero materno.

Existem alguns fatores que podem levar a não ocorrência da fecundação humana de forma natural, dessa maneira existem técnicas in vitro que são usadas para ajudar na reprodução. O primeiro exemplo é a técnica da inseminação intrauterina, que é indicada especialmente para os casos em que os espermatozoides não conseguem chegar ao óvulo na tuba uterina. Esta técnica é dividida em 3 etapas sendo a indução da ovulação, a coleta do sémen e por fim o depósito do sémen diretamente no útero para facilitar a fecundação.

A segunda técnica seria a fertilização in vitro, que se baseia na fertilização dos óvulos fora do corpo da mulher e na união dos gametas no laboratório. Uma vez que o embrião está formado, ele é diretamente transferido ao útero para que a gestação ocorra. O início das etapas desta técnica é muito parecido com o da técnica anterior, com a indução da ovulação, seguido pela coleta do sémen; a seguir ocorre a injeção de um único espermatozoide no óvulo através de uma micro agulha e por fim a transferência do embrião ao útero, após 3 a 5 dias de cultivo. Dentro da técnica da fertilização in vitro existem alguns métodos para essa fertilização. O primeiro seria a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que é uma técnica de reprodução humana assistida onde apenas um espermatozoide é introduzido previamente e selecionado dentro do óvulo e, dessa forma, realizar a fecundação. O segundo a transferência intratubária de gametas, que consiste em depositar os óvulos e os espermatozoides dentro da tuba uterina. A sua diferença para a técnica inicial da

fertilização in vitro, é que não ocorre a fecundação e a formação do embrião para ser implantado. Os óvulos e os espermatozoides tratados são depositados diretamente na tuba uterina por laparoscopia, através de um pequeno corte feito no abdômen, ou podem ser inseridos através da vagina, sendo utilizado um ultrassom para guiar o local correto na tuba uterina. Por último, temos o método da transferência intratubária de zigotos, onde os dois tipos de gametas são postos em contato, in vitro. O zigoto resultante é assim transferido para o interior das trompas uterinas. A principal diferença deste método para o anterior é a questão de no anterior a fecundação ocorre fora do corpo da mulher, enquanto, neste método, o encontro dos dois gametas ocorre nas trompas.

Conteúdo gerado a partir da disciplina: Método in vitro para screening de atividades biológicas

Autor: Francisco Augusto Gomes Santos

Revisão e responsável da disciplina: Sônia Aparecida Figueiredo

Coordenação do projeto de extensão: Juciano Gasparotto