A UNIFAL-MG, junto ao Ministério da Educação, aderiu a bolsas de projeto nacional que fomenta cooperação técnico-científica e cultural entre o Brasil e os países com os quais mantém acordos, intitulado Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior (Promisaes). Essa iniciativa beneficia alunos estrangeiros vinculados ao Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que oferece a oportunidade de estudantes de países em desenvolvimento realizarem estudos de graduação em Instituições de Ensino Superior brasileiras.
No momento, a UNIFAL-MG conta com quatro discentes estrangeiros matriculados pelo programa. Mário da Silva, de Guiné-Bissau, iniciou os estudos em Administração Pública no semestre 2021/1. No mesmo período, Clara Bernarda Costa Évora, Cláudia Lenise Alves Monteiro e Marco António Almeida de Jesus, de Cabo Verde, ingressaram na Instituição, no curso de Medicina.
Os universitários, que iniciaram as aulas em modelo remoto, retornaram à UNIFAL-MG no dia 18/05, para o novo semestre letivo, agora em formato presencial. “Nós tivemos aula presencial antes de começar este período, em março, porque fazemos curso de saúde. Quanto à nossa adaptação, é diferente, primeiro por sermos estudantes estrangeiros. Há aquela adaptação inicial de ter se mudado de país e tudo mais, que envolve muitas questões. Agora vai ser diferente, vai ser como se estivéssemos entrando na faculdade de novo”, disse Clara Évora, vinda da Ilha de São Nicolau.
Pelo fato de os estudantes serem pioneiros no ingresso pelo PEC-G, a universitária Cláudia Monteiro, da Ilha de Santiago, destacou a importância de redes de colaboração para estudantes estrangeiros, ao considerar os desafios enfrentados no processo de mudança de país. “Nós estávamos em reunião falando exatamente sobre a formação de uma comissão, que vai ter nós três representando alunos do PEC-G, um programa que envia estudantes africanos para o Brasil, e a UNIFAL-MG aderiu há pouco tempo. Então, somos os primeiros desse programa a chegar aqui. Vamos correr atrás de iniciativas colaborativas”, enfatizou Cláudia Monteiro.
Tendo as possibilidades em vista, após reunião realizada no dia 19/05, com o diretor de Relações Internacionais e Interinstitucionais da UNIFAL-MG, Prof. Claudio Umpierre Carlan, e a pró-reitora Adjunta da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), Anayara Raíssa Pereira de Souza, o universitário Marco António Almeida de Jesus já se sente animado para as novas experiências no curso. “Minhas expectativas são poder aprender, principalmente a partir do nosso início presencial”, destacou o discente.
Além dos estudantes matriculados na graduação, o doutorando em Ciências Farmacêuticas da UNIFAL-MG, Januário Tomás Ernesto, de Moçambique, participou da reunião e falou sobre a troca de experiências possibilitada pelo intercâmbio. “O aprendizado é mútuo. De forma indireta, sempre vou me identificando com a minha própria cultura, e desperto interesse por parte dos brasileiros de querer aprender sobre mim; interagindo com eles, aprendo da cultura brasileira”, destacou o doutorando.
Ainda segundo ele, do ponto de vista acadêmico, o intercâmbio é uma oportunidade ímpar. “Fazer formação, pós-graduação no meu país é muito caro, sobretudo na área de ciências da saúde e ciências exatas. Não tem muito investimento para a área de pesquisa. Provavelmente eu seja o primeiro a me formar de Ciências Farmacêuticas, sobretudo na área de Química Medicinal, no meu país. Então, se não for eu a dar o primeiro passo, quem será o primeiro? A ideia do intercâmbio é de expandir o núcleo do conhecimento para outros cantos do mundo, que é eu me formar e voltar para tentar desenvolver, ver se a gente consegue ter frutos daqui alguns anos”, completou.
Para o professor Claudio Umpierre Carlan, o principal objetivo dos convênios, hoje chamados juridicamente de acordos, é a troca de experiências entre os docentes e discentes, com seus grupos de pesquisas, trabalhos e/ou estudos, em outra instituição, e novos conhecimentos, que serão aplicados na instituição de origem. “Minha opinião, como pai e professor – morei, estudei, ainda tenho trabalhos com grupos de pesquisas da União Europeia -, é que, muito além do conhecimento científico, há a troca cultural. Tanto nossos discentes quanto os discentes de outras instituições levam uma bagagem cultural, levam essa bagagem para a vida toda, como cidadãos, cidadãs e profissionais”, enfatizou o docente.
O Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior oferece apoio financeiro no valor de R$ 622,00 para alunos estrangeiros participantes do PEC-G, regularmente matriculados em cursos de graduação em instituições federais de educação superior. O objetivo do auxílio é cooperar para a manutenção dos estudantes durante o curso.
De acordo com a página da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI), outras bolsas para alunos do PEC-G são: bolsa mérito, concedida a estudantes-convênio que apresentem notável rendimento acadêmico após o primeiro ano de graduação; bolsa MRE, concedida a estudantes-convênio de IES não federais que apresentem debilitada situação financeira após o primeiro ano de graduação no Brasil; bolsa emergencial, concedida em caráter extraordinário, nos casos em que o estudante se veja em situação de extrema dificuldade financeira de ordem imprevista, e passagem aérea de retorno.
O cadastro da UNIFAL-MG no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) foi feito pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prace), a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e a Diretora de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI), abrindo pela primeira vez a oportunidade para alunos do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G).
Para mais informações sobre o PEC-G, acesse: http://portal.mec.gov.br/pec-g
Confira a página da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais da UNIFAL-MG (DRI): https://www.unifal-mg.edu.br/dri/