Equipe de discentes e docentes da UNIFAL-MG vivencia experiências enriquecedoras de formação pessoal e acadêmica ao participar do Projeto Rondon; operação aconteceu no município de Josenópolis, no norte de Minas Gerais

Após 17 dias em operação, discentes da UNIFAL-MG participantes do Projeto Rondon Minas Gerais retornaram à Universidade cheios de experiências para dividir com a comunidade acadêmica. A ação teve o objetivo de formar multiplicadores locais para melhoria em Educação, Saúde, Justiça e Trabalho em Josenópolis, município selecionado. No total, a Operação Rondon Minas Gerais contou com 252 estudantes, divididos em 12 cidades do estado de Minas, sendo duas equipes por cidade. O retorno dos rondonistas aconteceu no dia 17/07.

A equipe da UNIFAL-MG foi composta por oito discentes: Fernanda Manzini Pinto, do curso de Enfermagem; Belisa Eduarda Crabbis, da Nutrição; Nikolas Neves de Figueiredo, da Matemática; Rafael Fonseca Miranda, da Farmácia; Ana Beatriz Terra de Figueiredo e Carolina Berraut Chiminazo, do curso de Biomedicina; e Jaíne Reis Martins e Anna Luiza de Oliveira Sposito, dos cursos de Letras Português e Espanhol, respectivamente.

Ao longo da operação, os rondonistas realizaram palestras e oficinas nas comunidades as quais visitaram. As palestras tiveram como objetivo a capacitação de profissionais e moradores de Josenópolis sobre temas relacionados às respectivas áreas de atuação, a fim de despertar neles participação ativa nas atividades e tomadas de decisões do município. Já as oficinas objetivaram a capacitação dos moradores, tanto da cidade quanto das comunidades rurais, na confecção de produtos para a geração de renda.

Eloésio Paulo dos Reis é professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo Pessoal

Para o Prof. Eloésio Paulo, do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UNIFAL-MG, a experiência de rondonista foi transformadora. “Foi minha primeira operação e eu gostaria de repetir o Rondon várias vezes. A experiência de ser rondonista nos transforma, nosso exercício profissional ganha um sentido maior levando um pouco que conseguimos aprender a comunidades isoladas, que dificilmente teriam, de outro modo, acesso a essas informações e esses conhecimentos técnicos”, contou.

“E o Rondon também nos transforma como pessoas, ao nos mostrar um Brasil muito diferente, mais complexo e carente, do que aquele que está no nosso imaginário. Vale muito a pena, todo aluno e todo professor que participa do Rondon acaba recebendo muito mais do que oferece às comunidades atendidas”, completou o docente.

A estudante Fernanda Manzini relatou à Diretoria de Comunicação Social (Dicom) que participar do Projeto Rondon transformou os paradigmas de sua vida tanto universitária como profissional e acadêmica. “Além de incorporar o ensino e educação de forma complementar à grade teórico-prática do meu curso, no Rondon tive a oportunidade de propagar conteúdos e instruções adquiridos dentro da Graduação, por meio das ações formativas e informativas que desenvolvemos na cidade”, salientou.

Fernanda Manzini Pinto é estudante do curso de Enfermagem na UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Trabalhar com uma equipe interdisciplinar – em seu mais amplo sentido – e conhecer as diferentes realidades brasileiras me condicionou um olhar mais humano e crítico quanto às necessidades do Brasil, à participação da Universidade como instituição formadora e ao protagonismo dos universitários em relação aos cuidados integrais à saúde, sempre levando em conta o contexto biopsicossocial que pode ser trabalhado dentro da cultura da sociedade”, afirmou.

“Descrever as experiências de vida e as mudanças de horizontes adquiridos se torna difícil, principalmente frente a tantos aprendizados e ensinamentos, que se tornavam diários conforme a operação ocorria. Agradeço à equipe logística do Projeto, aos amigos que fiz e às pessoas que tive a oportunidade de conhecer!”, complementou a estudante.

Nikolas Neves de Figueiredo é estudante do 7º período do curso de Matemática na UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo Pessoal)

O universitário do curso de Matemática, Nikolas de Figueiredo, salientou a importância do projeto para sua formação acadêmica e pessoal. “Na minha concepção, o Projeto Rondon ofereceu experiências únicas não só na minha formação profissional e acadêmica, como também na minha formação humana. Apesar de estar na Extensão desde que entrei na universidade, nunca tive um contato tão próximo com a comunidade externa, nunca havia notado como a formação universitária me tornou um profissional multidisciplinar e atuante em minha área”, frisou.

“Em particular, o projeto me trouxe de volta à luta pela inclusão e à educação de qualidade. A cidade, a população, os companheiros de equipe e as experiências vividas durantes esses 20 dias de operação estarão sempre marcadas em minha memória”, completou.

Tomaz Henrique Araújo é professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na oportunidade, o Prof. Tomaz Araújo, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), relembrou seus tempos de Rondon e destacou a importância do projeto para a sua vida. “Em julho de 2006 comecei a trabalhar com o Projeto Rondon. Naquele primeiro contato, revivi o tempo de estudante em BH, nos anos de 1970. Como professor universitário, sempre enxerguei no projeto a oportunidade de ser útil além dos serviços prestados numa bancada de pesquisa ou nas salas de aula. Naquele 2006, já com 24 anos de magistério, necessitava de novos desafios, como conhecer melhor o nosso Brasil e seu povo. E isso tem acontecido nesses 16 anos de rondonista. Aprendi mais do que fui capaz de ensinar, nas comunidades dos diferentes estados brasileiros”, finalizou o docente.

Experiências Trocadas

Os discentes da UNIFAL-MG fizeram parte do ‘Conjunto A’ de ações do Ministério da Defesa e atuaram em parceria com os estudantes do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), que compuseram o ‘Conjunto B’ e realizaram atividades nas temáticas de Comunicação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção e Trabalho.

Para contar como foi a experiência de participar do Projeto Rondon e de conviver com os rondonistas mineiros, a Dicom convidou duas discentes do curso de Agronomia do IFFar, Nayara Pelegeiro Dorneles e Verônica Valvassori de Medeiros.

À esquerda, está a estudante Nayara Dorneles. À direita, Verônica de Medeiros. (Foto: Arquivo Pessoal)

Verônica de Medeiros relatou que o Projeto Rondon possibilitou a ela “viver o mapa”, abandonar a zona de conforto, bem como imergir-se culturalmente. “Talvez o Rondon seja se permitir viver, se permitir estar vivo, viver a realidade do outro e sentir na pele a realidade de uma população tão diferente da minha realidade. Participar do Rondon me permitiu ser mais humana, conviver com pessoas cheias de particularidades, sentir esperança em dias melhores com relatos da população sobre como a ajuda dos rondonistas estava sendo de valia para eles. A interação entre equipes me surpreendeu e me mostrou como é bonito observar o outro, como se aprende vendo seu semelhante se superando, abdicando de coisas importantes pra ajudar o mundo a ser um lugar melhor”, relatou.

“Talvez soe um tanto presunçoso, mas, nos dias em que 20 rondonistas e o ‘anjo’, militar que nos acompanhou na operação, passaram naquela cidade, uma semente foi plantada em cada uma das pessoas que participou das oficinas e cruzou nossos caminhos. Dessa semente irão nascer belos frutos, que tornarão a vida da comunidade um pouco melhor, e talvez esta seja a mudança mais bonita: um passo de cada vez, uma sementinha em cada um e, com isso, consigamos promover grandes mudanças. Dos dias em Josenópolis ficarão a saudade, as lembranças, as superações, os aprendizados e a esperança de dias melhores”, completou a estudante.

Para Nayara Dorneles, o Rondon representou uma experiência que a permitiu conhecer uma nova cultura e realidade. “Na troca com a equipe de Alfenas, conheci mais sobre o estado de Minas Gerais e sobre diferenças entre falares. Foi muito interessante uma oficina ministrada por integrante da equipe, na qual ela nos mostrava essa troca linguística das regiões. Outras experiências na área da saúde também foram muito boas, como saber a respeito da Leishmaniose, doença sobre a qual não tinha o conhecimento. Além disso, ensinei um pouco sobre o crochê para alguns membros. Foi muito proveitosa toda essa troca de conhecimento, assim como os momentos que passamos juntos. Voltei para o Sul muito satisfeita com o projeto, o aprendizado e os ensinamentos que pude realizar, mas principalmente pelos amigos que fiz”, disse. Ao finalizar, a universitária deixou um até logo para a equipe da UNIFAL-MG.

Confira as fotos do Projeto Rondon abaixo.

              

Fotos e texto: Jaíne Reis Martins – estagiária da Dicom.