Integrantes do grupo de pesquisa GeoHidro e docentes do curso de Geografia da UNIFAL-MG participam de treinamento virtual sobre mapeamento de cobertura e uso da terra; capacitação foi realizada na plataforma Brazil Data Clube e ministrada pela equipe de Computação Aplicada do INPE

Celebrando a parceria já consolidada em outros projetos, a exemplo da plataforma Sistema de Compartilhamento de Dados Geoespaciais (SisGEO), integrantes do Grupo de Pesquisa em Geodinâmica de Bacias Hidrográficas (GeoHidro) e docentes do curso de Geografia da UNIFAL-MG, que utilizam em seus estudos o processamento orbital de imagens de satélite, participaram do treinamento de uso da plataforma Brazil Data Cube (BDC), desenvolvida para a automatização de classificação de imagens de satélites para fins de mapeamento da cobertura e uso da terra. A atividade foi realizada entre os dias 29/08 e 02/09 e oferecida pela equipe de Computação Aplicada do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Segundo o Prof. Marcelo de Oliveira Latuf, do Instituto de Ciências da Natureza da UNIFAL-MG, um dos motivos de oferecer o treinamento foi a busca pelo aperfeiçoamento técnico-prático de docentes e discentes, por meio da utilização de plataformas gratuitas e de computação em nuvem, para classificação e extração de dados em séries temporais advindas de imagens de satélite.

A capacitação abordou conceitos sobre cubos de dados de observação da Terra, análise de séries temporais de imagens e machine learning – método utilizado para a classificação da cobertura e uso da terra pela plataforma –, utilizando as ferramentas de software do projeto (BDC): Plataforma BDC Explorer, TerraCollect, Sample, Web Time Series Service (WTSS), Web Land Trajectory Service (WLTS) e o pacote Satellite Image Time Series (SITS) em R.

Marcelo de Oliveira Latuf é professor no curso de Geografia, pelo Instituto de Ciências da Natureza (ICN, da UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo Pessoal)

O docente esclareceu, ainda, que o treinamento teve duração de 20 horas, com partes práticas utilizando as linguagens de programação denominadas Python e R, por meio da aplicação web Jupyter Notebook em ambiente Kaggle, plataforma de aprendizagem e processamento de dados em nuvem e que proporciona o Jupyter Notebook.

Segundo o especialista, a aplicação web Jupyter Notebook permite criação e compartilhamento de documentos que contém, ao mesmo tempo, código interativo e textos explicativos, bem como proporciona ao usuário uma máquina virtual capaz de realizar processamentos em nuvem, não dependendo dos requisitos computacionais locais.

Para o Prof. Marcelo Latuf, o treinamento abre novas perspectivas nos procedimentos operacionais para fins de mapeamento da cobertura e uso da terra e monitoramento agrícola. “Por outro lado, pretendemos iniciar pesquisas quanto à sua utilização no monitoramento aquático do reservatório de Furnas”, contou.

“O interesse vem da necessidade de monitorarmos o reservatório para os diversos usos múltiplos da água. Devido à extensão do reservatório, a utilização de técnicas de processamento de imagens de satélite é um caminho viável para o diagnóstico e prognóstico de condições relativas ao nível e à qualidade da água”, finalizou o docente.

Confira, abaixo, os relatos de alguns participantes da capacitação.

Gabriel Silva, graduando em Geografia:

“O curso do BDC foi importante para compreendermos como a ferramenta funciona e como podemos fazer a utilização dessa plataforma para pesquisas futuras. Acredito que as ferramentas em linguagem de programação e a computação em nuvem sejam o futuro para o sensoriamento remoto e o processamento de dados orbitais”.

Guilherme Rios, geógrafo pela UNIFAL-MG e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA/UNIFAL-MG):

“O treinamento na plataforma Brazil Data Cube ofertado pelo INPE, ilustrou como cada vez mais as tecnologias podem agregar em análises ambientais e torná-las mais dinâmicas. A multidisciplinaridade foi um dos principais pontos positivos, na minha opinião”.

Mariana Castanheira, graduanda em Geografia:

“O curso BDC foi de ótimo aproveito, nos mostrou maneiras diferentes e mais práticas para os processos que utilizamos nos estudos e trabalhos”.

Raissa Archanjo, graduanda em Geografia:
“O curso foi de grande importância para o aprendizado em relação ao processamento digital de imagens. Acredito que abre portas para novas possibilidades de aprendizado para uma futura carreira profissional. Além disso, a aplicação de métodos de programação é extremamente importante e interessante de se estudar e traz mais praticidade nesta área!”.

Fotos do evento (Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Latuf)

*Jaíne Reis Martins é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG