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Patologia rara em osso do pé é identificada em relato de caso sobre tumor ósseo; estudo é desenvolvido por docente da UNIFAL-MG e publicado em periódico latino-americano

A síndrome do impacto posterior do tornozelo é uma causa comum de dor crônica, gerada pela compressão de estruturas ósseas ou de partes moles durante a flexão plantar, e não deve ser descartada na identificação de tumores ósseos benignos. Isso é o que mostra o relato de caso “Osteocondroma posterior do tálus como síndrome do impacto posterior do tornozelo: um relato de caso”, realizado pelo professor da Faculdade de Medicina da UNIFAL-MG, Eli Ávila Souza Júnior, após diagnóstico e tratamento de um tumor benigno raro que acometeu o osso do pé de um paciente. O artigo foi publicado no Journal of Foot and Ankle (Jornal de Pé e Tornozelo), no dia 30/4.

De acordo com o relato, os Osteocondromas são, em sua maioria, tumores assintomáticos, e diagnosticados de forma incidental frequentemente. São mais comuns no joelho e, quando localizados no Tálus (osso do pé), ocorrem na região dorsal. Na região posterior, como relatado no artigo, manifestam-se como síndrome do impacto posterior do tornozelo, causando dor, edema e hipersensibilidade.

Entre as causas para a síndrome, o Trígono, ossículo acessório localizado posterior ao Tálus, é uma das mais prevalentes. Estudos radiológicos de pés e tornozelos normais mostram prevalência do Trígono entre 14% e 25% da população.

Material ósseo coletado na endoscopia enviado para exame histopatológico. (Foto: Arquivo Pessoal)

Conforme descrito no artigo, Osteocondroma é um tumor ósseo comum, representando de 20% a 50% de todos os tumores ósseos benignos e de 10% a 15% dos tumores ósseos em geral. No entanto, Osteocondroma do Tálus, especialmente os posteriores, são raros e pouco descritos na literatura.

A patologia foi diagnosticada por meio do caso clínico de um paciente do gênero masculino, de 30 anos, hipertenso, que em 2017 foi encaminhado ao médico por sentir dor e desconforto na região póstero-lateral do tornozelo direito.

Segundo o especialista, a suspeita da patologia foi dada por meio de exame clínico e imagenológico, mas a confirmação diagnóstica foi concluída como exame anatomopatológico, após realização de cirurgia no paciente.

Eli Ávila Souza Júnior, professor da Faculdade de Medicina da UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo Pessoal)

O tratamento cirúrgico foi realizado por vídeo, com pequenas incisões posteriores no tornozelo, com baixa morbidade e rápida recuperação. Eli Ávila explicou que a cirurgia por vídeo faz parte de uma abordagem moderna da medicina e destacou a importância de publicações de artigo para a produção científica na área.

“Através da publicação de patologias raras, da maneira como elas se manifestam, e a forma como nós as tratamos, contribuímos diretamente com a produção científica mundial e facilitamos a troca de experiência entre colegas da mesma especialidade”, salientou.

O relato de caso pode ser lido no site do Journal of Foot and Ankle, pelo link: https://jfootankle.com/JournalFootAnkle/article/view/1605

https://jfootankle.com/JournalFootAnkle/article/view/1605

*Jaíne Reis Martins é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG