UNIFAL-MG lança sistema para compartilhamento de dados geoespaciais produzidos nos cursos de graduação e pós-graduação em Geografia; plataforma gratuita, de fácil acesso, beneficia comunidade acadêmica e sociedade sul-mineira

A divulgação de dados geoespaciais é uma ferramenta que contribui para ações de planejamento e gestão de territórios, assim como para a geração de conhecimentos. A fim de de atuar nesse sentido, equipe interdisciplinar da UNIFAL-MG, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), lança plataforma web que disponibiliza dados de pesquisas de graduação e pós-graduação do curso de Geografia: é o Sistema de Compartilhamento de Dados Geoespaciais (SisGEO).

Sob coordenação do Laboratório de Cartografia e do Grupo de Pesquisa em Geodinâmica de Bacias Hidrográficas (GeoHidro), o novo dispositivo tem o objetivo de compartilhar, tanto para a comunidade acadêmica da Universidade quanto para a sociedade sul-mineira, informações de variados recortes espaciais, produzidas por meio de estágios, iniciações científicas, trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e projetos de pesquisa.

“Embora a produção e diversidade de dados geoespaciais tenha se incrementado a partir de plataformas de aquisição e métodos de processamento, muitos dos materiais ficam, ainda, restritos a seus autores, não sendo de fácil acesso ao público”, explicou o idealizador e coordenador do projeto, Prof. Marcelo de Oliveira Latuf, do Instituto de Ciências da Natureza. A proposta do sistema, segundo o docente, é colaborar para a alteração desse quadro. 

O acesso à ferramenta permite a visualização dos dados geoespaciais. (Foto: Reprodução/SisGEO)

Para tanto, um dos diferenciais do projeto se encontra na facilidade de acesso ao portal. Já ao clicar na opção de acesso à ferramenta, usuários visualizam os dados espaciais disponíveis, dentre os quais estão mapeamentos do espelho d’água do reservatório de Furnas entre 1995 e 2019, assim como cartas topográficas do mapeamento sistemático do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no recobrimento da bacia hidrográfica do reservatório, na escala de 1:50.000. 

“Por exemplo, nós temos a visualização do reservatório em 2 de outubro de 1995. Além dessa possibilidade, podemos clicar para habilitar ou desabilitar a visualização de uma ou mais datas. Na plataforma, podemos, também, misturar diversas camadas, assim como aplicar transparência e ver a transgressão e a regressão do reservatório em diferentes braços”, explicou o Prof. Marcelo Latuf. Acesse o Manual do usuário para mais informações.

Captura de tela da visualização do reservatório de Furnas em 2 de outubro de 1995, na ferramenta SisGEO v1.0 (Foto: Reprodução/SisGEO)

De acordo com o docente, também é possível acessar metadados, como fontes e nomes de autores, e realizar o download das informações. “Diversos setores da sociedade serão impactados positivamente, como turismo e lazer, prefeituras, órgãos de gestão estaduais, entre outros. Cabe destacar que muito em breve serão adicionadas camadas e temas de diversas fontes, como Ministério do Meio Ambiente, Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM) e outros”, completou o docente, reforçando a importância da ferramenta, inicialmente pensada para se tornar um portal para controle e disseminação de dados produzidos pelo GeoHidro.

Fruto da parceria interdisciplinar entre os cursos de Geografia e Ciência da Computação, com o apoio do Núcleo de Tecnologia de Informação da UNIFAL-MG (NTI) e da Divisão de Processamento de Imagens (DPI), do INPE, a plataforma se encontra na versão 1.0, que oferta armazenamento, visualização e disponibilização de dados seguindo padrões internacionais definidos pela Open Geospatial Consortium (OGC), organização voluntária internacional de padrões de consenso. Toda a estrutura do sistema, desenvolvido a partir do código-fonte da plataforma TerraBrasilis, do INPE, está embasada em tecnologia de software livre.

Integram o projeto o professor Rodrigo Martins Pagliares, do Instituto de Ciências Exatas, e os bacharéis em Ciência da Computação Sylvester Henrique Alvarenga e Guilherme Souza Vieira, egressos da UNIFAL-MG, autores de Trabalho de Conclusão de Curso sobre o tema. Com base no texto, um artigo de referência do SisGEO foi publicado na revista Caderno de Geografia, em março de 2022.

A atual etapa do SisGEO conta com o ingresso de novos discentes de Geografia e Ciência da Computação para a continuação do banco de dados e a implementação de novas funcionalidades à plataforma. ”O SisGEO vem preencher uma lacuna na divulgação e compartilhamento de dados geoespaciais produzidos pelo curso de Geografia da UNIFAL-MG”, concluiu o Prof. Marcelo Latuf. 

Entre os próximos temas a serem adicionados à plataforma, estão o mapeamento de queimadas no estado de Minas Gerais, nos anos de 2001 a 2020, dados sobre outorgas de uso dos recursos hídricos e resultados do mapeamento de geadas no município de Ouro Fino. 

O lançamento oficial da plataforma aconteceu no dia 09/08, às 19h, em transmissão pelo canal do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo/UNIFAL-MG) no Youtube. Participaram do evento a equipe de desenvolvimento do SisGEO; o diretor do NTI, Marcelo Fernandes; a coordenadora da Plataforma TerraBrasilis, do INPE, Karine Reis Ferreira; a presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do entorno do Reservatório de Furnas, Maria Isabela de Souza; o professor Adriano Pereira Santos, do Instituto de Ciências Humanas e Letras; o professor Paulo Henrique de Souza, coordenador do curso de Geografia Bacharelado; o professor Estevan Leopoldo de Freitas Coca, coordenador do curso de Geografia Licenciatura; e o professor Iago Augusto de Carvalho, do Instituto de Ciências Exatas.  

Confira o evento completo no link: https://www.youtube.com/watch?v=AqV9xQFmJ0Y

Fotos: Arquivo/PPGeo