Graduação na UNIFAL-MG: docentes esclarecem informações e respondem às principais dúvidas sobre novos cursos da Instituição

O ano de 2023 se inicia com novidades para a UNIFAL-MG. A partir do primeiro semestre, a Universidade passará a ofertar os cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Gestão Ambiental e Sustentabilidade (EaD), no campus Poços de Caldas, e bacharelado em Letras – Português, em Alfenas, ampliando assim as oportunidades de graduação e inserção no mercado de trabalho.

Para esclarecer dúvidas a respeito dos novos cursos, a Diretoria de Comunicação Social (Dicom) conversou com a professora Renata Piacentini Rodriguez, diretora do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), e com o professor Celso Ferrarezi, coordenador do atual curso de Letras – Português e Literaturas da Língua Portuguesa. Leia a entrevista na íntegra:


Engenharias e Gestão Ambiental
(Foto: Arquivo/Profa. Renata Piacentini Rodriguez)

Como se decidiu a implantação de novos cursos de Engenharia? Essa era uma discussão já em andamento ou surgiu recentemente?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: Em 2019, uma equipe de professores do ICT teve a iniciativa de iniciar um levantamento de demandas de novos cursos que poderiam ser implantados no Instituto. Esse trabalho resultou em mais de 12 cursos de graduação que seriam alinhados às perspectivas de expansão da nossa Unidade Acadêmica e do campus Poços de Caldas. Com essa demanda em mãos, em 2021, a Direção do ICT solicitou à Reitoria da UNIFAL-MG que encaminhasse essas demandas ao MEC. O MEC nos recebeu em uma série de reuniões e nos apresentou o Reuni Digital, uma proposta de expansão de vagas em cursos de graduação por meio de cursos EaD. A partir dessa proposta, a UNIFAL-MG assinou um Termo de Pactuação com o MEC para a abertura do curso em EaD de Gestão Ambiental e Sustentabilidade. Aproveitando este momento de expansão, os docentes atuais do ICT encaminharam à Reitoria a possibilidade de abertura de dois cursos presenciais de 2º ciclo, a Engenharia de Produção e a Engenharia Civil. Todos os 3 cursos terão suas atividades iniciadas em 2023.

As áreas de atuação em Engenharia Civil e Engenharia de Produção vão desde a indústria, consultoria, prestação de serviços, educação, até as áreas de ciência e tecnologia.

O ingresso se dará pelo SiSU?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: Sim, todos terão ingresso pelo SISU.

Quem ingressar no Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BICT) poderá optar pelos novos cursos, após se formar bacharel em ciência e tecnologia?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: Sim, no caso da Engenharia Civil e Engenharia de Produção que se constituem opções de 2º ciclo ao BICT, assim como as demais engenharias existentes no ICT.

Quem se formou na UNIFAL-MG pode tentar ingresso nos novos cursos?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: Sim, o egresso pode solicitar ingresso para Obtenção de Novo Título. No caso das Engenharias Civil e de Produção, o aluno só precisará cursar as unidades curriculares específicas de cada um desses cursos. No caso da Gestão Ambiental e Sustentabilidade, um curso independente do BiCT, os candidatos poderão ingressar no 1º semestre do curso.

Já existe o plano de disciplina para os cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Gestão Ambiental e Sustentabilidade?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: Sim, já existem todas as disciplinas previstas que podem ser consultadas nos Projetos Pedagógicos de cada curso.

Qual a relevância das novas oportunidades para o ICT?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: Desde a implantação do campus de Poços de Caldas e do Instituto de Ciência e Tecnologia em 2009, esta será a primeira vez que iremos ampliar nossa oferta de cursos de graduação. Esperamos com isso aumentar o quantitativo de alunos formados na UNIFAL-MG, Poços de Caldas, além de aumentar nossa visibilidade perante a comunidade externa.

Gestão Ambiental e Sustentabilidade será o primeiro curso de graduação do Brasil com denominação em Gestão Ambiental e Sustentabilidade e com foco no mercado, notadamente na formação em ESG no ambiente corporativo.

Qual é o mercado de trabalho em que os estudantes podem atuar?

Profa. Renata Piacentini Rodriguez: As áreas de atuação em Engenharia Civil e Engenharia de Produção vão desde a indústria, consultoria, prestação de serviços, educação, até as áreas de ciência e tecnologia. São profissões com alta demanda pelo mercado de trabalho e, com isso, esperamos grande atratividade de ingressantes para os novos cursos. 

Gestão Ambiental e Sustentabilidade será o primeiro curso de graduação do Brasil com denominação em Gestão Ambiental e Sustentabilidade e com foco no mercado, notadamente na formação em ESG no ambiente corporativo. A sigla vem do inglês Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G). 

O conceito de ESG tem se tornado sinônimo de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas. Além disso, os critérios ESG estão totalmente relacionados aos chamados ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Assim, por ser focado em ESG, o curso possui conteúdo de formação em Governança Ambiental, Governança Social e Governança Corporativa. 

Será o profissional que trabalha com Governança Empresarial como um todo, não apenas com a parte ambiental do processo, mas em todas as interrelações existentes.

A importância do curso não se limita somente a Poços de Caldas, mas no país e no exterior, pois a formação em ESG normalmente só é vista em cursos de MBA, e trazemos a discussão e a formação para dentro da formação do graduando, atendendo a empresas do Brasil e do exterior.

Letras (Bacharelado em Língua Portuguesa)

Por que se implantou o curso de Letras na modalidade Bacharelado? 

Prof. Celso Ferrarezi: O mercado de trabalho para a área de Letras tem mudado muito rápida e radicalmente desde o período da pandemia e continua assim no pós-pandemia. A enorme migração de atividades para os ambientes digitais está exigindo uma quantidade muito significativa de profissionais ligados à área do texto, da revisão, da editoração digital, da propaganda, da assessoria legislativa e judiciária e da produção de sites de todos os tipos. Ao mesmo tempo, mudanças na legislação educacional diminuíram muito o interesse geral pela formação de novos docentes para a educação básica. Assim, o novo curso atende com prontidão aos novos rumos do mercado de trabalho e à necessidade de formação imediata de mão de obra qualificada para as funções que citei anteriormente

Como surgiram as discussões para essa implantação? 

Prof. Celso Ferrarezi: Os professores da área de Letras da UNIFAL-MG, avaliando a necessidade de atender ao mercado de trabalho e às condições profissionais dos egressos, acharam por bem fazer a proposta de alteração, e isso foi avaliado positivamente em toda a Instituição, tanto que o projeto foi prontamente aprovado em todas as instâncias.

“O novo curso atende com prontidão aos novos rumos do mercado de trabalho e à necessidade de formação imediata de mão de obra qualificada”

A nova modalidade entra no lugar do curso de Licenciatura, ofertado até este ano?

Prof. Celso Ferrarezi: Sim. O novo Bacharelado em Língua Portuguesa substituirá com muitas vantagens a atual Licenciatura em Língua Portuguesa.

Há um plano de disciplinas para o Bacharelado? 

Prof. Celso Ferrarezi: Sim, a nova dinâmica curricular já está pronta e é muito moderna. O curso oferecerá três percursos formativos distintos, porém inter-relacionados. Todos os alunos terão que fazer os primeiros dois semestres em comum. Na sequência, eles terão mais 4 semestres de disciplinas que eles escolherão à vontade, para concluir uma formação com ênfase em “estudos linguísticos” ou em “estudos literários” ou em “editoração e assessoria”. E um percurso escolhido não exclui a possibilidade de o aluno fazer disciplinas de outro percurso. Ou seja, cada aluno poderá construir um curso totalmente especializado naquilo que ele deseja como futuro profissional na área de Letras.

No futuro, é possível que o curso de Licenciatura em Letras volte a existir? 

(Foto: Arquivo/Prof. Celso Ferrarezi)

Prof. Celso Ferrarezi: Se for vontade da Instituição, não há lei que o proíba, mas acho difícil que isso aconteça, pois o bacharelado é mais vantajoso neste momento de nossa história. Observe que o bacharelado tem duração mínima de 3 anos. Se o aluno tiver interesse em ser professor de educação básica, ele pode completar sua carreira acadêmica no Bacharelado com enfoque em Linguística ou em Literatura nesses três anos e, na sequência, cursar uma complementação pedagógica de 6 meses. Assim, esse aluno se habilita legalmente como professor. Ou seja, enquanto as licenciaturas noturnas formam alunos em 4,5 anos (ou até mais), o aluno de nosso Bacharelado pode ser um professor de educação básica bem formado e habilitado em 3,5 anos, o que é bastante vantajoso. Se ele desistir de ser professor de educação básica ao longo do percurso formativo, depois de completar o Bacharelado em 3 anos, ele pode fazer um mestrado ou um doutorado e se habilitar como professor de ensino superior.

A maioria dos mestrados, por exemplo, prevê duração de 2 anos. Assim, esse aluno poderá ser mestre em Letras em 5 anos, quase o mesmo prazo em que o aluno que está cursando uma licenciatura tradicional estará terminando sua graduação. Mas, ainda assim, se o aluno desistir de ser professor de nível superior, com o bacharelado ele poderá concorrer a funções em áreas hoje muito aquecidas no mercado como revisão e redação de textos, editoração digital, propaganda, assessoria legislativa e judiciária ou produção de sites de todos os tipos. Enfim, o mercado de trabalho é muito amplo e as possibilidades de percurso formativo são muito mais flexíveis.

Quais as expectativas para a implantação do novo curso? 

Prof. Celso Ferrarezi: A ideia é que ele seja implementado já a partir de 2023/1, com alta procura, mesmo sendo um curso novo, especialmente pelos dados de mercado que se apresentam e pelo fato de ser um curso moderno e rápído, de apenas 3 anos, mas com ótima formação.

Muitas vezes, as universidades públicas são acusadas de ser lentas em dar respostas formativas ao mercado e aos estudantes. É que muitas pessoas não entendem as dificuldades de se realizar coisas no âmbito da burocracia estatal brasileira. Mas, desta vez, a UNIFAL-MG conseguiu agir rápido e em plena consonância com as novas tendências de mercado, apresentando uma resposta formativa moderna, atualizada e flexível para os novos ingressantes. Temos certeza do fato de que os alunos que entrarem nesse curso terão uma formação forte e atual e de que o fato de se tratar de um curso superior de 3 anos também é bastante atrativo. Então, creio que esse curso inaugura uma nova fase na formação em Letras na Instituição e esperamos que seja realmente um curso muito bem-sucedido.

A enorme migração de atividades para os ambientes digitais está exigindo uma quantidade muito significativa de profissionais ligados à área do texto, da revisão, da editoração digital, da propaganda, da assessoria legislativa e judiciária e da produção de sites de todos os tipos.

Alunos que estão se formando em Letras (Licenciatura) terminarão a graduação normalmente, sem precisar migrar para o novo curso? 

Prof. Celso Ferrarezi: Exato. Não ocorrerá migração de curso. Todos os alunos que ingressaram nas licenciaturas em Letras terão o direito de concluir seus cursos de acordo com as regras de ingresso. Por outro lado, se um aluno atual de Licenciatura quiser passar para o novo Bacharelado, ele precisará fazer o Enem novamente, pois a estrutura dos cursos, sua organização e a forma de oferta das disciplinas nesses casos é incompatível.

Quais os principais objetivos do novo curso de Letras (considerando a formação profissional dos estudantes)? 

Prof. Celso Ferrarezi: Abrir o leque formativo (que, atualmente, é apenas para futuros professores) de maneira a atender às novas demandas de mercado surgidas a partir do período pandêmico, como já citei. Enfim, agora também formamos pessoas que poderão até ser professores se desejarem, mas não apenas isso.

Quais são as oportunidades no mercado de trabalho para graduados na modalidade de Bacharelado? 

Prof. Celso Ferrarezi: Como dito, são hoje muito mais amplas do que antes da pandemia. A migração de uma parte significativa da atuação humana para os ambientes digitais criou novas profissões, ampliou a atuação de profissões já consagradas, como a de revisor/editorador e aqueceu o mercado para as ações ligadas à linguagem nos ambientes virtuais. Até o Ministério da Educação já fala em hibridização do ensino médio e superior e, é claro, isso envolve uma quantidade infindável de textos que precisam ser escritos, revisados, editorados, adequados aos públicos-alvo etc. É trabalho que não acaba mais e que está diretamente ligado à área de Letras. Além disso, há a possibilidade de continuidade da carreira por meio de pós-graduações e de formação em pesquisa, o que também ganha relevo neste novo curso.