No mês das mulheres, UNIFAL-MG cria espaço de acolhimento a vítimas de assédio

Conheça o GEMA - Grupo de Enfrentamento e Mobilização contra o Assédio

Abordar o tema do assédio e manter ao alcance das discentes, servidoras e colaboradoras da UNIFAL-MG, um canal de acolhimento e orientação, é o que propõe o Grupo de Enfrentamento e Mobilização contra o Assédio, o GEMA.

Lançado nesta quarta-feira (8/3), em celebração ao Dia Internacional da Mulher, inicialmente o GEMA atuará no acolhimento de denúncias por meio de um e-mail. No entanto, o grupo também irá acolher as  vítimas de assédio em grupos de apoio, além de promover ações educacionais de mobilização para toda a comunidade universitária.

O GEMA é fruto de uma comissão constituída pela Reitoria em 2022 (acesse aqui), a fim de elaborar um plano de ações que abarcasse tanto demandas da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) quanto da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. Integram esse grupo as professoras Renata Piacentini Rodriguez; Ana Olivia Barufi Franco de Magalhães; Cláudia Gomes; Juliana Guedes Martins, e as técnicas administrativas Anayara Raíssa Pereira de Souza e Katilane Caterine de Souza Santos.

“O primeiro pilar de atuação do GEMA é a criação de espaço para conversas com as vítimas e acolhimento de casos de denúncias, o que já está em funcionamento por meio do e-mail. O segundo pilar serão as atividades mais voltadas às vítimas como grupos de apoio, com reuniões mensais ou quinzenais para atividades que envolvem uma parte psicológica e emocional, e outra parte mais de aceitação e de se recolocar muitas vezes nesse ambiente”, conta a professora Renata Rodriguez, idealizadora do GEMA.

Conforme a docente, o grupo pretende acolher as vítimas que tenham sofrido assédio dentro da Instituição e também aquelas que tenham sofrido fora da Universidade ou até mesmo antes de ser membro da comunidade UNIFAL-MG, visto a necessidade de compartilhamento e suporte.

Profa. Renata Rodriguez é a idealizadora da proposta do Grupo de Enfrentamento e Mobilização contra o Assédio. (Foto: Arquivo Pessoal)

O terceiro foco de trabalho serão as ações educativas e mobilizadoras, promovidas com toda a comunidade universitária. ”Nós vamos trabalhar com palestras, minicursos, capacitação e ações de mobilização, ou seja, levar essa bandeira adiante, colocar isso dentro da sala de aula, nos espaços de pesquisa, exigir que que essas ferramentas e essas ações contra o assédio sejam implantadas dentro da nossa Instituição”, afirma.

A ideia de criação do GEMA partiu de um projeto de combate ao assédio, esboçado pela própria professora Renata Rodriguez. Segundo ela, o projeto foi pensado considerando que o problema do assédio existe e muitas vezes as pessoas sabem por canais não formais. “Está no nosso meio e não só no meio de estudantes”, comenta.

Ao elaborar a proposta de criação do grupo, a docente entendeu que deveria ser uma iniciativa que abrangesse toda a Instituição. “Sempre achei que devia ser uma ação institucional e não uma ação de uma unidade acadêmica ou de um campus”, diz, acrescentando que após elaborar a proposta, levou até a Reitoria, que criou a comissão para formalizar as ações.

Em meio às ideias traçadas, a docente começou a pensar em nomes para o grupo e conseguiu visualizar uma possibilidade de homenagear a própria mãe, falecida há cerca de cinco anos, no acrônimo GEMA. “Comecei a buscar umas palavras e eu pensei no que poderia tirar dali usando o nome da minha mãe e eu queria homenageá-la de alguma forma em um assunto que eu considero tão relevante para as mulheres”, revela.

Gema Piacentini Rodriguez, mãe da professora Renata Rodriguez, que inspirou o acrônimo GEMA para o nome do grupo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Assim nasceu o GEMA, o Grupo de Enfrentamento e Mobilização contra o Assédio, uma homenagem à Gema Piacentini Rodriguez. “Eu devo a ela o fato de hoje eu ser uma mulher forte, que milita nessas causas, que é combativa, que luta contra a desigualdade, contra a violência”, compartilha a professora Renata Rodriguez. “Eu trago isso inclusive para minha pesquisa, para o meu trabalho no laboratório montando equipes que sejam formadas por mulheres, fomentando projetos que sejam coordenados por mulheres e aí acabei chegando no nome que eu achei que fazia sentido usando as letras do nome dela”, acrescenta.

Para realizar denúncias, participar de grupos de apoio ou conhecer melhor o trabalho do GEMA, entre em contato pelo e-mail gema@unifal-mg.edu.br