Ingressantes da UNIFAL-MG participam, neste mês de novembro, da Acolhida às Calouras e aos Calouros, que acontece desde o dia 3/11. Nesta edição, os universitários tiveram a oportunidade de prestigiar uma palestra virtual com o jornalista, sociólogo e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Muniz Sodré. A programação da Acolhida conta ainda com encontro com coordenadores e professores dos cursos, mesas com egressos e palestras de diversos convidados. Saiba mais neste link.
Para marcar o início da ação, a UNIFAL-MG promoveu, em 3/11, o evento de boas-vindas da Reitoria, com apresentação das oportunidades de Ensino, Pesquisa e Extensão, bem como de estágios, internacionalização e assistência estudantil. Da mesa do evento, participaram o reitor da Universidade, Prof. Sandro Amadeu Cerveira; o vice-reitor, Prof. Alessandro Antônio Costa Pereira; o pró-reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Prof. Wellington Ferreira Lima; o pró-reitor de Graduação, Prof. José Francisco Lopes Xarão; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Profa. Vanessa Bergamin Boralli Marques; a pró-reitora adjunta de Extensão, Profa. Elisângela Monteiro Pereira; a diretora da Agência de Inovação e Empreendedorismo, Profa. Izabella Carneiro Bastos; e o diretor de Relações Internacionais e Interinstitucionais, Prof. Cláudio Umpierre Carlan.
No dia 4/11, ingressantes e membros da comunidade interna e externa puderam acompanhar, pelo Youtube, a aula inaugural ministrada pelo professor Muniz Sodré. O jornalista e ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional falou sobre especificidades da relação racial no Brasil, sob lente reflexiva, trazendo para debate questões históricas e sociais que permeiam o assunto, com menção a poetas como Carlos Drummond de Andrade e estudiosos como Milton Santos. A professora Geovania Lúcia dos Santos, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), coordenou a apresentação da aula como mestre de cerimônia.
Na oportunidade, o sociólogo Muniz Sodré destacou a diferença de entendimento e compreensão. “A categoria compreensão, para mim, é uma categoria importantíssima. A compreensão é, ao mesmo tempo, individual e coletiva. O que temos de fazer, efetivamente, é compreender a permanência da consciência histórica brasileira dos fatores que excluem aparências, que excluem aquelas aparências que não coincidam com as aparências da brancura hegemônica”, explicou.
Conforme o jornalista salientou na aula, na passagem do totalitarismo escravista à hierarquização social, a forma de vida do negro passou e passa por grande ameaça. “Desde o começo, tudo que culturalmente se relacionasse ao negro, ainda que de modo indireto, era estigmatizado socialmente […]. Se nós pensarmos em termos subjetivos, a perspectiva compreensiva, que é essa perspectiva que estou trazendo, evidencia a permanência em corações e mentes do velho sensório do preconceito. Esse sensório estigmatiza não só a cor da pele, mas estigmatiza também as formas de crença, ou as formas de vida associadas à cultura africana, o que implica rejeição radical ao estatuto de pessoa do negro, supostamente livre”, completou. Acesse a aula completa neste link.
A abertura da Aula Magna foi realizada pelo reitor da UNIFAL-MG, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, que declarou aberto o Mês da Consciência Negra na UNIFAL-MG. “Nossa Universidade tem lutado e procurado, através de ações concretas, institucionais, fazer aquilo que é o seu papel de trabalhar no sentido da ampliação e fortalecimento da democracia, dos valores relativos à academia, dos valores relativos ao conhecimento científico, mas também o seu compromisso institucional, constitucional, de contribuir para a construção de uma sociedade mais livre, mais justa, mais solidária, mais equânime […]. [A Universidade] tem procurado se comprometer de maneira cotidiana em não ser apenas uma universidade não racista, não discriminatória, mas que tenha uma postura antirracista”, disse o reitor.
Neste ano, o tema do Mês da Consciência, proposto pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi/UNIFAL-MG), é “Aquilombar para transformar: por um novo tempo e novos futuros”. “Aquilombar-se é juntar, encontrar e reunir para relembrar as lutas ancestrais e nos fortalecermos nas lutas por transformações no presente e, assim, construirmos novas possibilidades de futuros em que estejamos vivas e vivos. Aquilombar é transformar o presente, com a memória que orienta e com o futuro em nossas mãos. Aquilombar é defender a vida com dignidade em todos os territórios”, indica publicação sobre o Mês da Consciência Negra.
A Acolhida às Calouras e aos Calouros é uma iniciativa que busca recepcionar os estudantes ingressantes na vida universitária como um contraponto à prática do trote violento por meio de atividades que colaborem para uma formação acadêmica mais reflexiva, cidadã e reconhecedora do compromisso social da universidade pública. Para saber mais sobre a programação da Acolhida, acesse: https://www.unifal-mg.edu.br/prace/acolhida-ao-calouro-2021-2/.