Projeto da UNIFAL-MG contribui para publicação de notas técnicas feitas em parceria com o Conselho Regional de Farmácia do Estado de Minas Gerais; materiais técnico-científicos abrangem informações seguras e atualizadas sobre medicamentos diversos

O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) da UNIFAL-MG, em parceria com o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG), elabora, desde 2021, notas técnicas de medicamentos e tratamentos para diversos problemas de saúde. No dia 30/03, a equipe lançou a nota técnica do medicamento Tapentadol, produto indicado no tratamento de síndromes dolorosas agudas e crônicas, de intensidade moderada a grave. A nota técnica lançada no dia 07/04 traz diferenças sobre os medicamentos Citalopram e Escitalopram e esclarece informações sobre os dois fármacos. Até o momento, 19 notas técnicas já foram publicadas. 

“Em tempos de fake news é importante ter um veículo de informação idônea”, salienta a Profa. Luciene Alves Moreira Marques. (Foto: Arquivo Pessoal)

As produções são desenvolvidas pelos discentes participantes do CIM, grupo coordenado pela professora Luciene Alves Moreira Marques e pelo professor Ricardo Radighieri Rascado, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNIFAL-MG. A publicação sobre o Tapentadol tem como responsáveis as acadêmicas Fabiana Pereira de Sousa e Rafaela Tavares Castilho, do curso de Farmácia. As discentes Brenda Cristine Delfino Silvério, Fernanda Gonçalves Rocha e Marina Isabel Silva Pedro, também do curso de Farmácia, participaram da elaboração da nota técnica sobre o Citalopram e Escitalopram.

De acordo com a Profa. Luciene Marques, os temas geradores das notas são sugeridos pelos acadêmicos durante as reuniões do CIM. Para a escrita do documento, os estudantes buscam as informações em bases de dados, e os textos passam pela revisão da coordenadora. O grupo objetiva a confecção de materiais técnico-científicos de qualidade e presta suporte aos profissionais de saúde.

“Participar do CIM e da elaboração de notas está sendo bastante proveitoso tanto para minha vida acadêmica como para minha vida pessoal”, relatou Brenda Silvério. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Desde o início do ano passado, estamos elaborando essas notas técnicas em parceria com o Conselho Regional de Farmácia, que as publica em site e faz o envio por e-mail para os farmacêuticos do estado. No entanto, o CIM existe desde 2015”, explicou Profa. Luciene Alves Moreira Marques. 

A universitária Brenda Silvério, do 5º período de Farmácia, contou que foi sua primeira participação na elaboração de nota técnica e frisou a importância da atividade. “Foi uma experiência bastante proveitosa na agregação de informações a minha vida acadêmica e na experiência dinâmica de pesquisar sobre os fármacos, e tudo isso em grupo. A professora Luciene e as meninas, que estão a mais tempo no CIM, ajudam bastante nas dúvidas”, enfatiza a discente. 

Em fala à Dicom, a Profa. Luciene Marques esclareceu que a parceria com o CRF/MG permite maior alcance e visibilidade ao trabalho do grupo. “As notas técnicas são direcionadas não apenas aos farmacêuticos, mas médicos e demais profissionais da saúde. Nesse sentido, o CRFMG nos apoia divulgando as informações elaboradas pelo CIM, e isso minimiza também as fake news“, frisou. “Os médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde recebem as notas técnicas por e-mail e/ou Whatsapp, de acordo com o cadastro que temos”, explicou.

Fernanda Gonçalves Rocha, discente do 5º período de Farmácia, reforçou a importância de poder pesquisar e divulgar informações confiáveis à população. Ela participou da elaboração da nota técnica dos medicamentos Citalopram e Escitalopram. (Foto: Arquivo Pessoal)

A discente Fernanda Rocha salientou a importância de participar da elaboração da nota técnica sobre Citalopram e Escitalopram. “Foi extremamente interessante, uma vez que, a partir da coleta de dados confiáveis e relevantes, pude pesquisar e conhecer mais sobre ambos os fármacos”, disse. “Além disso, como futura profissional da saúde, poder divulgar informações confiáveis, de forma clara e simples, para toda a população, é muito gratificante, considerando que vivemos em um mundo repleto de fake news e que, muitas vezes, há dificuldade no entendimento de assuntos relacionados aos medicamentos”, completou.

“É uma honra ver nossos nomes no CRF/MG, representando o CIM-UNIFAL, os nossos futuros colegas de profissão e a comunidade”, declarou Marina Isabel Silva. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para Marina Isabel Silva, a escrita de nota técnica é uma experiência enriquecedora. “O processo de elaboração nos permite conhecer e navegar em bases de dados como PubMed, Scopus, SciELO e algumas outras plataformas. Por meio delas, temos acesso a artigos, estudos clínicos e dados da comunidade científica nacional e internacional, reunindo as melhores e mais seguras informações para colocar nas notas. Isso permite crescer como discente, reforçar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas do curso e trabalhar a escrita”, relatou.

Rafaela Tavares Castilho, discente do 6º período do curso de Farmácia, participou da elaboração da nota técnica do Tapentadol. (Foto: Arquivo Pessoal)

A acadêmica Rafaela Castilho destacou a relevância do projeto para a carreira profissional e para o entendimento da população sobre os fármacos. “Fazer parte do CIM, com certeza, é uma grande experiência. A elaboração das notas técnicas nos agrega muito conhecimento, aprendemos a pesquisar em fontes seguras e a escrever de modo simples para que a informação seja entendida por qualquer público. É muito gratificante fazer parte desse projeto, pois, a cada atividade que fazemos, crescemos como futuros profissionais e como pessoa”, pontuou.

De acordo com Fabiana de Souza, a participação na elaboração das notas técnicas enriquece a experiência discente. “A

“Para mim é uma honra fazer parte do projeto que agrega a minha vida pessoal e acadêmica”, destacou Fabiana de Souza, aluna do 4º período de Farmácia. (Foto: Arquivo Pessoal)

oportunidade de buscar informações verídicas por meio de artigos científicos de diversos autores para a produção de notas técnicas não só para profissionais da saúde mas também para o público em geral, contribui para nosso aprendizado. Além de buscar informações e saber mais sobre medicamentos que não fazem parte do nosso cotidiano ou que ainda nem estejam disponíveis no Brasil, auxilia para a formação como discente e futuro profissional farmacêutico”, relatou.

A população pode ter acesso ao trabalho do CIM por meio do quadro “Fale com a UNIFAL-MG”, disponível na Rádio Federal, gerenciado pela Fundação de Apoio à Cultura, Ensino, Pesquisa e Extensão de Alfenas (Facepe). O quadro acontece em parceria com o projeto de extensão “A Voz da Ciência”.

Sobre o Tapentadol

O Tapentadol foi desenvolvido nos anos de 1980 e indicado para conter efeitos adversos associados à inibição de recaptação de serotonina provocada por outro analgésico, o Tramadol. Em 2008, o medicamento foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) – uma agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo norte-americano –  e, em 2010, aprovado na Europa.

Capa da nota técnica do fármaco Tapentadol. (Foto: Reprodução/Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais)

Além de ser um analgésico potente da classe dos opioides, o Tapentadol atua no Sistema Nervoso Central e opera em receptores opioides e na recaptação de norepinefrina. O remédio é eficaz no tratamento da dor em contextos cirúrgicos, no caso de cirurgias ortopédicas e cardíacas, bem como em ambientes não operatórios, como dor lombar crônica e dores relacionadas ao câncer.

O produto apresenta poucos efeitos colaterais em relação a outros analgésicos e resposta terapêutica na dor crônica neuropática, conforme indicado na nota. O remédio ainda não está disponível no Brasil e, em breve, será registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com a nota técnica, o medicamento é contraindicado para: pessoas alérgicas à substância ou a qualquer outro componente listado na composição do medicamento; pacientes com caso de depressão respiratória, hipercapnia, asma, intoxicação aguda por álcool ou medicamentos psicotrópicos; pessoas que utilizam antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (MAO), ou que usaram nos últimos 14 dias; gestantes; lactantes; e pessoas que possuem deficiência renal ou hepática grave. Em pacientes com deficiência hepática moderada, pode ser administrado com cuidado.

Confira a nota técnica completa do medicamento pelo link: https://www.crfmg.org.br/site/uploads/areaTecnica/20220328%5b150318%5dNota_Tecnica_005-22_Tapentadol.pdf

Citalopram ou Escitalopram? Qual utilizar?

Citalopram e Escitalopram são medicamentos antidepressivos pertencentes à classe de Inibidores Seletivos da Serotonina (ISRS). Esses medicamentos, ao inibirem a recaptação de serotonina, fazem com que o neurotransmissor (serotonina) aumente no espaço sináptico, promovendo a atividade antidepressiva.

Capa da nota técnica dos fármacos Citalopram e Escitalopram. (Foto: Reprodução/Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais)

Ambos possuem aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento e a prevenção da recaída ou da recorrência da depressão. Os fármacos também são utilizados para o tratamento do Transtorno de Pânico e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Além das indicações citadas, o Escitalopram é destinado para o tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e do Transtorno de Ansiedade Social.

O Citalopram apresenta-se sob a forma de comprimidos de 20mg e 40mg, enquanto o Escitalopram está disponível na forma de solução oral 10 mg/mL ou 20 mg/mL, bem como de comprimidos de concentração, variando entre 5, 10, 15 e 20mg. 

De acordo com a nota, o Escitalopram apresenta maior eficácia em pacientes com Transtorno de Depressão Maior (TDM) e maior seletividade pelo transportador de serotonina, quando comparados a outros fármacos da classe dos ISRS, incluindo o Citalopram. 

Além disso, como diferencial, o Escitalopram possui aumento de duração da ação da serotonina no sistema nervoso, poucos efeitos colaterais e diferentes formas de apresentação, as quais facilitam a administração do remédio em crianças e idosos.

Confira a nota técnica dos fármacos pelo link: https://www.crfmg.org.br/site/uploads/areaTecnica/20220404[100411]Nota_Tecnica_006-22_Citalopram_ou_escitalopram_qual_utilizar.pdf

Veja, abaixo, as notas técnicas publicadas pela CIM, até o momento:

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*Jaíne Reis Martins é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG