UNIFAL-MG realiza estudo em parceria com Laboratório de Poços de Caldas para avaliar presença de materiais radioativos nas estações de tratamento de água do município

Pesquisadores da UNIFAL-MG campus Poços de Caldas e do Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC) realizaram um importante estudo nas estações de tratamento de água no planalto do município, a fim de avaliar a ocorrência de Materiais Radioativos de Ocorrência Natural. A pesquisa, recentemente publicada na Revista Engenharia Sanitária e Ambiental, indicou que as amostras de águas estavam em conformidade com a legislação do Ministério da Saúde, logo, o consumo foi considerado seguro para a população poços-caldense.

Alguns dos materiais utilizados nas campanhas de amostragem da pesquisa (Foto: Arquivo Adriano Ferreira)

A ideia de investigar a presença de séries radioativas naturais, em especial as de Urânio e Tório, nas estações de água, surgiu a partir de discussões entre o então orientador de iniciação científica Henrique Takuji Fukuma, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e do LAPOC, com Adriano Mota Ferreira, à época, discente do curso de Engenharia Ambiental da UNIFAL-MG campus Poços de Caldas. “Visto o conhecimento mundial do Planalto de Poços em relação a radioatividade natural, inclusive de minério nuclear, decidimos investigar as amostras de água bruta (antes do tratamento), de água tratada, no lodo dos decantadores, além de incrustações e principais insumos utilizados no processo”, informou Adriano, hoje doutorando da UNESP.

Exemplo da raspagem de resíduo incrustado na calha de alimentação de água (Foto: Arquivo Adriano Ferreira)

De acordo com o egresso, a pesquisa, desenvolvida durante sua iniciação científica e, posteriormente, em seu trabalho de conclusão de curso, foi realizada com acesso às três Estações de Tratamento de Água de Poços de Caldas para coleta de amostras e posterior análises nos laboratórios do LAPOC. “O artigo publicado precedeu um estudo mais atual, elaborado pelo próprio CNEN/LAPOC, em 2021, com replicação de parte da metodologia que desenvolvemos, como a coleta do resíduo de incrustação da calha de alimentação que conduz a água a ser tratada para o tanque de tratamento e do lodo do fundo do decantador, quando este é esvaziado para lavagem. Segundo o LAPOC, outras coletas de amostras estão sendo realizadas em 2022 para o município de Caldas (MG)”, contou Adriano.

Com orientação dos professores do Instituto de Ciência e Tecnologia da UNIFAL-MG campus Poços de Caldas, Rafael Brito de Moura, Alexandre Silveira, Rafael Oliveira Tiezzi e de Henrique Takuji Fukuma e  Raul Alberto S. Villegas, do CNEN/LAPOC, Adriano destaca que a experiência da iniciação científica foi de grande importância em sua carreira. “Pude ter contato com profissionais preparados que, em parceria com a Universidade e meus professores à época, me fizeram enxergar como as coisas aconteciam no mundo real, tanto no laboratório quanto em campo”, afirmou. Para ele, a iniciação científica revela para o discente de graduação como a profissão escolhida funcionará, tanto na prática em empresas, quanto no ambiente acadêmico, como pesquisador. E completa: “tive a oportunidade de viajar para eventos científicos/apresentações de trabalhos, assim como conhecer novas áreas do conhecimento, além de fazer parte de publicações e poder conduzir um artigo científico”.

Atualmente, Adriano Mota Ferreira é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Desastres no Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho” (UNESP), de forma associativa com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).

Os interessados na íntegra do artigo “Materiais Radioativos de Ocorrência Natural em estações de tratamento de água no Planalto de Poços de Caldas, Brasil” podem acessá-lo neste link.