Para fortalecer o acesso e a permanência de estudantes indígenas na UNIFAL-MG, um projeto de extensão tem se empenhado no desenvolvimento de ações para traçar um diagnóstico a fim de compreender os problemas que geram o baixo acesso e a alta evasão de estudantes indígenas na Universidade. Uma dessas ações foi a realização de um encontro entre indígenas e comunidade universitária para estabelecer canais de diálogo, na última semana.
Sob a coordenação dos professores de Antropologia do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Danilo Paiva Ramos e Carmem Lúcia Rodrigues, o projeto “Afirmação Indígena na UNIFAL-MG: fortalecimento do acesso e da permanência de estudantes indígenas” promoveu um seminário, em parceria com a Grupo de Estudos Indígenas (GEI) do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) da Universidade, no dia 7/12, que reuniu indígenas e comunidade universitária em rodas de conversa.
“O evento teve como foco a promoção da visibilidade das pautas e lutas indígenas por direitos, bem como a discussão com a comunidade universitária sobre o problema de baixo acesso e grande evasão de estudantes indígenas na UNIFAL-MG”, esclarece o Prof. Danilo Ramos.
Segundo o coordenador do projeto, além de propor a construção de canais de diálogo entre as comunidades indígenas e a Universidade para a futura elaboração participativa de uma política de acesso e permanência, a atividade também foi idealizada com o intuito de ajudar a enfrentar a discriminação, o racismo e a intolerância.

Representantes das comunidades indígenas Xucuru-Kariri e Kiriri, da cidade de Caldas-MG, participaram de mesas de debates, de uma visita guiada pelos espaços da UNIFAL-MG e, ainda, de uma reunião com a Reitoria, Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) e com a Pró-Reitoria de Extensão (Proex), no dia 8/12.
Da comunidade Xucuru-Kariri, estiveram presentes, a pajé Thyōxyäēpuē – Josefa Ferreira da Silva, e a etnóloga Milta Margareth Barbosa. A comunidade Kiriri foi representada pelo cacique Adenilson de França Santos e pela professora Carliusa Francisca Ramos.
Na visão da etnóloga Milta Barbosa, as atividades realizadas na UNIFAL-MG foram importantes para estabelecer o primeiro contato e expor as demandas das comunidades indígenas. “Foram dois dias intensos e muito proveitosos”, afirmou. “Agora vamos aguardar a Universidade que ficou de nos visitar para gente estreitar esses laços e dar continuidade, porque não é um feito que nós vamos conseguir dentro de um curto espaço de tempo. Nós acreditamos que os próximos 24 meses são de suma importância para que isso se efetive”, complementou.

Conforme a professora Cláudia Gomes, pró-reitora de Assuntos Comunitários e Estudantis, a reunião com as lideranças indígenas foi um momento esperado pela Prace. “Há tempos temos discussões na equipe de trabalho, mas foi emocionante a partilha de sabedoria, análises e proposições que tivemos com a realização do encontro com as lideranças, e mais especificamente, na reunião e encaminhamentos sugeridos”, revelou.
A pró-reitora fez questão de agradecer à coordenação do encontro, do qual saíram encaminhamentos para consolidar estratégias que possibilitem a recepção e o acompanhamento de estudantes indígenas na UNIFAL-MG. “A Prace agradece o professor Danilo Paiva Ramos e a professora Carmem Lúcia Rodrigues, pela realização da proposta e pela consolidação dos encaminhamentos que serão essenciais para a construção de política institucional, que assegure a assistência estudantil aos estudantes na UNIFAL-MG, com a garantia de acesso, permanência e desenvolvimento acadêmico”, frisou.
Os indígenas também concederam uma entrevista para o Jornal UNIFAL-MG, na qual compartilharam um pouco sobre suas histórias, suas tradições e quais as expectativas em relação à abertura da UNIFAL-MG para discutir estratégias de acesso e garantia de permanência de estudantes indígenas na Universidade. Confira na editoria Entrevista do Jornal UNIFAL-MG.