Pesquisa histórica desenvolvida na UNIFAL-MG sobre o contexto das navegações e descobrimentos marítimos será tema de oficina durante a Feira Literária de Alfenas

O que há por trás das narrativas sobre os descobrimentos marítimos nos livros didáticos? Na tentativa de desvendar e discutir outro aspecto da História, o egresso do Programa de Pós-Graduação em História Ibérica (PPGHI) da UNIFAL-MG, Leandro de Souza, promoverá a oficina “Antiepopeia dos Descobrimentos” durante a 6ª edição da Feira Literária de Alfenas (FliAlfenas), que acontece até domingo (10/07). O tema é um desdobramento da dissertação do acadêmico, desenvolvida no âmbito do programa sob a orientação do professor Carlos Tadeu Siepierski e defendida em dezembro de 2021.

Leandro de Souza – mestre em História Ibérica pela UNIFAL-MG e ministrante da oficina “Antiepopeia dos Descobrimentos” durante a Feira Literária de Alfenas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Leandro de Souza conta que a oficina terá como foco a pesquisa realizada a partir das narrativas de insucesso da obra “História Trágico – Marítima (1735 e 1736)” e será uma oportunidade de colocar em prática o objeto de aprendizagem proposto no estudo. “Até o momento, eu não consegui incluir o objeto de aprendizagem nas didáticas da disciplina História e sendo uma oficina complementar, eu inscrevi e fui aprovado para FliAlfenas, então acredito que a ideia central será a divulgação do objeto de aprendizagem”, diz. 

O objeto de aprendizagem está relacionado às atividades pedagógicas referentes à temática da História dos Descobrimentos, com foco nas investidas portuguesas no século XVI. “É muito importante para os estudantes ampliar a ótica deste momento na história da humanidade, por se tratar de um conteúdo que necessita maior profundidade e síntese no ensino e aprendizagem sobre o período histórico”, argumenta.

A oficina ocorrerá nos dias 06 e 07 de julho, a partir das 19h30, na Escola Municipal Antônio Joaquim Vieira – o Polivalente, com público-alvo formado, sobretudo, por estudantes do Ensino Fundamental EJA (6° ao 9° ano). ” É um público que trabalha a temática dos descobrimentos nos eixos do currículo e na história dos descobrimentos, os livros didáticos ainda abordam muito pouco o conteúdo sobre os naufrágios”, explica.

Segundo o pesquisador, o enfoque nos livros são as viagens de sucesso que aconteceram para o crescimento do Império Português, com destaque para descobridores como Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral e Américo Vespúcio. “Para acontecer essas viagens, existiu um outro lado um pouco obscuro, porque se trata de relações do ser humano em busca de algo do Mundo Novo, porém, por vários fatores, seja por negligência ou excesso de pessoas na embarcação, ou o próprio erro de saída do calendário das embarcações e até ataques de navios Inimigos da coroa portuguesa, aconteciam naufrágios e então, muitos voltavam com vida e muito ficavam pelo mar”, detalha, enfatizando que a oficina sobre a temática oferecerá um complemento ao aprendizado no ensino regular.

Além da oficina, Leandro de Souza, que também é músico, apresentará no domingo (10), o show musical “Naufrágio D’ Almas”, em que toda a temática das letras e músicas autorais refletem os diversos contextos e imaginários das narrativas de insucesso, principal fonte bibliográfica utilizada na dissertação. A apresentação musical será na Concha Acústica, a partir das 13h.   

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