Uma das frentes de trabalho do programa de extensão “Ações em Análises Clínicas (AACLIN)” da UNIFAL-MG é a prestação de serviços de diagnóstico e monitoramento de parasitoses humanas nos municípios da região de Alfenas. Em parceria com a Superintendência Regional de Saúde de Alfenas, que atende mais de 20 cidades do entorno, e também com clínicas particulares, os pacientes são encaminhados ao Laboratório de Parasitologia Clínica da Universidade para serem diagnosticados.
Os casos de Doença de Chagas e Leishmanioses são os mais frequentes, conforme explica a professora Angélica Rosa Faria, coordenadora do projeto. “Inicialmente, essa prestação de serviço atendia à demanda de apenas uma parasitose, a Doença de Chagas”, diz, informando que esse era o objetivo no início do projeto em 2014, o que mudou a partir de 2018, ampliando para outras parasitoses quando surgiu a necessidade de atender pacientes com suspeita de outras parasitoses, como Leishmaniose Tegumentar e Visceral, além de Esquistossomose.

Para atender à demanda no Laboratório de Parasitologia Clínica, o projeto conta com quatro discentes de graduação, uma discente de pós-graduação e uma pesquisadora colaboradora, os quais se dedicam na realização das análises, sob a coordenação da professora Angélica Faria e do professor Fabio Antonio Colombo.
“Os resultados obtidos demonstram que são encontrados muitos insetos potenciais transmissores da Doença de Chagas na região, sendo 30 a 40% deles comprovadamente infectados pelo Trypanosoma cruzi. Além disso, esse projeto possibilitou a detecção de dezenas de casos de Leishmaniose Tegumentar na região e também de um número menor de casos de Esquistossomose”, revela a coordenadora.
Segundo Profa. Angélica Faria, a transmissão da Doença de Chagas pode ser monitorada por meio das análises realizadas nos insetos trazidos até a UNIFAL-MG. “As ações do Programa Nacional de Controle da Doença de Chagas, como a dedetização de residências, por exemplo, são guiadas através desses resultados, que são notificados à Superintendência Regional de Saúde. Paralelamente, os casos positivos para Leishmaniose Tegumentar e Esquistossomose também são notificados à Superintendência Regional, que emprega esses dados para medidas de controle dessas parasitoses”, detalha.

A contribuição da UNIFAL-MG para setores de Vigilância Epidemiológica dos municípios da região é um dos destaques dessa prestação de serviço, o que, na visão da coordenadora, é uma colaboração, inclusive, para a tomada de decisões dos municípios. O diagnóstico e monitoramento dos casos permite que os municípios promovam ações rápidas que impeçam ou minimizem o risco de adoecimento pela Doença de Chagas, além de permitir o diagnóstico e consequentemente o tratamento de lesões de Leishmaniose Tegumentar. “É notável a contribuição da UNIFAL-MG para a saúde coletiva na região”, afirma.
Além da contribuição para saúde coletiva regional, o projeto também impacta na formação dos estudantes. O trabalho de diagnóstico como ação de extensão oportuniza vivências práticas nas atividades de ensino e pesquisa, e desperta os participantes para a realidade dos contextos locais onde estão inseridos. “Trabalhos de conclusão de curso de graduação de diversos alunos já foram elaborados e defendidos utilizando informações obtidas com esse projeto”, ressalta a coordenadora.
Os dados coletados durante a prestação de serviços também são repercutidos em artigos científicos publicados em periódicos voltados para o progresso da assistência à saúde e da ciência. Confira aqui um dos artigos publicados.
Anualmente, os resultados são publicados também no Simpósio Integrado da UNIFAL-MG. Neste ano, o evento acontecerá entre os dias 17 e 22 de outubro.