UNIFAL-MG sedia Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária do sul de Minas Gerais; atividades foram realizadas em parceria com o IFSULDEMINAS

A UNIFAL-MG, em parceria com o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), sediou as atividades da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) do sul de Minas, ocorridas entre os dias 23 e 31 de maio. As ações foram promovidas no campus Varginha e na Sede da UNIFAL-MG, bem como nos campi de Machado, Poços de Caldas e Inconfidentes do IFSULDEMINAS.

Organizada em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas, a JURA do sul de Minas Gerais teve como lema a “Reforma Agrária Popular: em defesa da natureza e de alimentos saudáveis”.

Durante a programação, a JURA promoveu diálogos sobre alimentação saudável, agroecologia, produção orgânica, mudanças climáticas, educação do campo, a questão agrária, a luta pela democratização da terra, a experiência cooperativista do MST e o combate ao trabalho análogo à escravidão no território do sul de Minas.

Além de mesas-redondas, rodas de conversa e palestras, foram realizadas feiras com produtos da Reforma Agrária; visita guiada ao Sistema Agroflorestal da UNIFAL-MG – campus Varginha; coffee break com alimentos produzidos com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no IFSULDEMINAS – campus Machado; oficina sobre a escravidão contemporânea e vivência de dança circular na UNIFAL-MG – Sede Alfenas; e meditação guiada e apresentações de música e poesia no IFSULDEMINAS – campus Inconfidentes.

Na oportunidade, o estudante do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia (BICE) da UNIFAL-MG, Ulisses Silva Oliveira, destacou a importância do contato com movimentos sociais, por meio de atividades como a jornada, para a formação estudantil. “Ter alguém para contar sobre as experiências, ainda mais do MST, que é o maior movimento social da América Latina, é muito importante para que a gente também tenha um chamado para se organizar coletivamente e lutar por um mundo melhor, com alimentos de qualidade”, mencionou.

Ainda, Ulisses Oliveira ressaltou a contribuição da criação de espaços como sistemas agroflorestais e hortas comunitárias nas universidades para, além de produzir alimentos gratuitos e de qualidade para a comunidade interna e externa, possibilitar o resgate da convivência entre estudantes, funcionários e professores. “Essas relações e vivências extraclasse também são pertinentes para a nossa formação, para a nossa vida, para o resgate do ser humano com a natureza, com o meio ambiente, do qual, na história, a gente foi se desvinculando e tem que se vincular de novo”, finalizou o estudante.

Em seguida, o professor do IFSULDEMINAS campus Poços de Caldas, Sérgio Pedini, salientou a relevância das atividades realizadas para, em meio a tentativas de criminalização, promover o reconhecimento da atuação do MST, que busca, por meio de um Programa de Reforma Agrária Popular, o cumprimento da função social da terra, prevista na Constituição Federal, e a produção de alimentos saudáveis para toda a população.

“A gente precisa parar com essa história de ficar criminalizando um movimento que quer assentar famílias para produzir alimentos saudáveis. Não faz sentido nenhum criminalizar esse movimento”, exclamou o docente. Sérgio Pedini também é coordenador do projeto “Fortalecimento do Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas Gerais, diagnóstico e atividades de construção territorial do conhecimento Agroecológico”.

Durante a sua participação em uma das rodas de conversa da JURA, a integrante do MST e do Coletivo de Mulheres Raízes da Terra, Débora Vieira de Jesus, também enfatizou o avanço do MST, ao longo dos últimos 40 anos, nas ações de comunicação, articulação e conscientização da sociedade sobre as condições de produção de alimentos. “Cada consumidor precisa entender de onde está vindo aquele alimento, e o que ele está fazendo com aquele alimento, não basta só comprar e comer”, frisou.

A trajetória da JURA

Realizada em universidades e instituições de ensino brasileiras desde 2014, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária busca dar visibilidade às ações de luta pela terra e pela Reforma Agrária Popular, contribuindo para a formação intelectual, política e social de estudantes.

Com o envolvimento de mais de setenta instituições de ensino superior em todo o país, a edição de 2023 da JURA é baseada na perspectiva do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimento Saudável, lançado em 2020 pelo MST, e pretende dialogar com as lutas populares do campo e da cidade e projetar ações de fortalecimento e unidade. O plano está disponível neste link:
https://mst.org.br/especiais/plantar-arvores-produzir-alimentos-saudaveis/.

Para saber mais sobre outras atividades das instituições de ensino, organizações e movimentos envolvidos na construção coletiva do conhecimento agroecológico na região, é possível acompanhar os canais do Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas no Instagram (@passomg) e no Youtube (@poloagroecologicodosulesud1050).

Confira as fotos do evento:

(Fotos: Assessoria de Comunicação/Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas)

**Com informações de: Tatiana Plens – Assessoria de Comunicação do Polo Agroecológico do Sul e Sudoeste de Minas.