No Dia Nacional da Imunização especialistas explicam a importância da vacinação durante a pandemia

Desde 1973 o Brasil conta com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que busca proporcionar melhor qualidade de vida à população, prevenindo várias doenças. No entanto, apesar do serviço ser oferecido gratuitamente, em virtude da pandemia do novo coronavírus, os índices de vacinação no país estão caindo, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Em 2020, o Dia Nacional da Imunização, comemorado nesta terça-feira (09/06), vem recordar especialistas e público em geral sobre a importância de não deixar de se vacinar, mesmo durante o período de distanciamento social, uma vez que outras patologias, como sarampo, continuam circulando.

A professora da Escola de Enfermagem, Simone Albino da Silva, explica que a imunidade pode ser classificada de diversas formas, como a passiva e a ativa. A primeira ocorre quando se recebe as células de defesa, denominadas anticorpos, por exemplo, via leite materno ou soro terapêutico. Já a segunda se adquire pelo contato com doenças pelas quais o organismo adquire uma memória, não deixando repetir. “A imunidade ativa também é o mecanismo de ação da vacinação, que estimula o corpo a criar os anticorpos contra o agente e o força a reagir”, disse.

De acordo com a docente, quando adotada como estratégia de saúde pública, a vacinação é considerada um dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício, pois é uma ação preventiva realizada em todos os ciclos vitais da pessoa. “A começar pela infância, a vacinação é um dos fatores de maior impacto sobre a diminuição da morbidade e da mortalidade infantil. Hoje, a maior parte das internações infantis ocorre para procedimentos cirúrgicos ou para tratamento de doenças que não são preveníveis por imunização, o inverso da realidade de 47 anos atrás, quando iniciava o Programa Nacional de Imunização, reconhecido internacionalmente como uma das políticas públicas mais bem sucedidas da história do nosso país”, afirmou Simone.

Com resultados individuais e coletivos – melhora na qualidade e no aumento da expectativa de vida, bem como na economia e no desenvolvimento social -, a descoberta e o aperfeiçoamento das vacinas foram impulsionados por diversos fatores, em especial, as epidemias. O Dr. Evandro Monteiro de Sá Magalhães, médico do Centro Integrado de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho, esclarece que a sobrevida do ser humano está diretamente relacionada à habilidade de resposta imune efetiva de forma a destruir o agente agressor e preservar as células do próprio organismo. “Na falha ou deficiência deste sistema, como também na dependência da carga  e virulência (agressividade) do agente infectante, teremos diferentes níveis de desfechos de gravidade, incluindo a morte do hospedeiro”, disse.

Para ele, a busca por uma vacina para combater a covid-19 demonstra, mais uma vez, a importância da vacinação no controle de doenças que a humanidade enfrenta ao longo de sua história. “Hoje, a vacinação se mostra como umas das ferramentas mais importantes e esperadas para controlar a pandemia. O conhecimento acumulado e, principalmente, a interconectividade e avanços das diversas áreas do conhecimento, nos faz esperançosos que este processo se conclua em tempo mais estreito”, finaliza o médico.

Atualmente, o Calendário Nacional de Vacinação disponibiliza 19 vacinas para proteção de crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Entretanto, por complacência, dificuldades no acesso e desinformação, muitas pessoas deixam de se vacinar, aumentando a incidência de doenças que já foram consideradas erradicadas. Por isso, o informativo do projeto de extensão Comunicação e Informação em Enfermagem e Saúde, deste mês de junho, trata de um tema atual e importante, o movimento antivacina. Confira na íntegra clicando aqui!