Em atividades lúdicas, doutores palhaços da UNIFAL-MG minimizam tensões e ansiedades em ambiente hospitalar; projeto de extensão incentiva o autocuidado e a valorização da vida

Eles estão de volta. Após dois anos distantes devido à pandemia, os doutores palhaços da UNIFAL-MG voltam a visitar pacientes, acompanhantes, funcionários e visitantes em instituição hospitalar de Alfenas, levando música e alegria.

Por meio de atividades lúdicas, estudantes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Biomedicina, Odontologia e Medicina da Universidade incentivam o autocuidado e a valorização da vida, minimizando tensões e ansiedades. As ações integram o projeto de extensão “Cuidando da Gente”, coordenado pelos professores da Escola de Enfermagem (EE), Zélia Marilda Rodrigues Resck e Fábio de Souza Terra.

Coordenadores do projeto “Cuidando da Gente”: Profa. Zélia Resck e Prof. Fábio Terra, da Escola de Enfermagem. (Fotos: Arquivo Pessoal)

As atividades envolvem, por ano, cerca de 800 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos, idosos, tanto internadas em instituições de saúde e longa permanência, quanto na comunidade, além de profissionais de saúde. “São realizadas semanalmente visitas dos doutores palhaços em instituição de saúde, sendo eles divididos em três grupos, desenvolvendo as atividades em trios, nos eixos da risoterapia, da musicoterapia e da papoterapia, com entrega de mensagens de valorização da vida aos pacientes, acompanhantes, funcionários e visitantes”, detalha a coordenadora.

Os doutores palhaços já atuam na Instituição desde 1998, época ainda da então Escola de Enfermagem e Odontologia de Alfenas (Efoa). Conforme relata a professora Zélia Resck, o projeto surgiu com a participação de três acadêmicos e de lá para cá só cresceu. “Nestes 24 anos de existência ininterrupta do projeto passaram aproximadamente 400 discentes dos diversos cursos de graduação da Universidade”, informa. A partir de 2015, o projeto foi vinculado ao “Programa Condições Crônicas: cuidados inovadores”, coordenado pelas professoras Silvana Maria Coelho Leite Fava e Eliza Maria Rezende Dázio, também da Escola de Enfermagem, que engloba outros quatro projetos além do “Cuidando da Gente”.  

Oficina de Capacitação de Palhaçaria dos novos integrantes do projeto, no formato on-line. (Foto: Arquivo/Coordenação)

Mesmo durante a pandemia da covid-19, as atividades do projeto não pararam. Como não poderiam ser desenvolvidas presencialmente, passaram a ser realizadas no formato virtual, com produção e divulgação de vídeos/posts lúdicos em datas comemorativas. “Essa experiência trouxe para os participantes a ressignificação de trabalhar com ferramentas virtuais que propiciaram a aprendizagem e o desenvolvimento da iniciativa, da criatividade, do trabalho em equipe”, comenta o coordenador adjunto, Prof. Fábio Terra. A visibilidade nas redes sociais ampliou o público-alvo para além das instituições parceiras.

Com o retorno institucional das atividades presenciais, o projeto também retomou com as reuniões quinzenais e as visitas semanais em instituição hospitalar, além de participações presenciais em alguns eventos. 

Talento para trabalhar de forma humanizada que reflete na saúde mental, emocional e física dos envolvidos
Registro dos participantes do projeto antes de uma das visitas semanais. (Foto: Arquivo/Coordenação)

Para participar do projeto, os discentes são avaliados quanto à capacidade de comunicação verbal e não verbal, de improvisação, de iniciativa, de trabalho em equipe e empatia com o outro. Uma vez que passam a fazer parte do projeto, os acadêmicos são capacitados quinzenalmente, quando participam de dinâmicas para o fortalecimento  psicoemocional nas Rodas de Conversas e Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Em 2022, no período de recesso acadêmico, houve Oficina de Capacitação de Palhaçaria dos novos integrantes, no formato on-line, com vistas a envolver o maior número de participantes.

“O projeto possui normas internas para o direcionamento das visitas nas instituições de saúde e nas participações públicas”, explica o coordenador adjunto, Prof. Fábio Terra. Segundo ele, as atividades que permitem maior vivência e aprendizagem são mesmo as visitas realizadas pelos doutores palhaços às pessoas internadas em instituição hospitalar. “Os funcionários também são envolvidos durante as visitas, tanto pelas atividades lúdicas, quanto pelas mensagens entregues, relatando aguardarem a chegada dos doutores palhaços nas visitas”, conta.

Reunião presencial do projeto após a retomada das atividades. (Foto: Arquivo/Coordenação)

De acordo com a professora Zélia Resck, é notável o quanto as ações fazem bem a todos os envolvidos. “É possível levantar nas rodas de conversas, realizadas durante as reuniões do projeto, que os pacientes, acompanhantes e visitantes relatam satisfação pelos momentos de alegria, descontração e interação com os doutores palhaços e a importância das mensagens de valorização da vida, entregues”, diz.

A coordenadora também menciona o bem que as atividades fazem aos próprios estudantes, que manifestam satisfação em ver os resultados alcançados e o reflexo dessas atividades para a saúde mental, emocional e física, para além de os instrumentalizarem para a prática profissional embasada na humanização – acolhimento, escuta, diálogo, empatia e respeito – e, no trabalho em equipe. “Importante enfatizar que contribui para a formação voltada para a cidadania, com vistas a formar gente que cuida de gente”, destaca.

Conforme comenta a professora Zélia Resk, ao longo dos anos, integrantes realizam iniciações científicas e trabalhos de conclusão de curso na temática do projeto, nos quais concentram estudos tanto no público atendido quanto nos próprios discentes participantes. Posteriormente, esses trabalhos são apresentados em eventos científicos e publicados em periódicos indexados. 

Doutores palhaços preparados para as visitas. (Foto: Arquivo/Coordenação)

“Por meio desses estudos desenvolvidos tem sido possível apreender que em relação aos pacientes há desenvolvimento de interação com o despertar de alegria e positividade, o que minimiza a tensão no ambiente hospitalar. Já em relação aos integrantes do projeto, os estudos apontam desenvolvimento da empatia, da criatividade, da iniciativa, da comunicação com o outro, aspectos fundamentados na humanização e no respeito”, enfatizam os coordenadores, acrescentando que o projeto ainda permite aos participantes aprender a trabalhar com colegas de diversos cursos e diferentes olhares. Segundo eles, alguns egressos até mesmo se tornaram multiplicadores na vida profissional, como docentes em outras instituições de ensino, como também, em hospitais. 

Acompanhe o perfil do projeto nas redes sociais: 

Instagram: cuidandodagente.unifalmg
Facebook: Cuidando Da Gente/UNIFAL-MG