Mostra de animais silvestres do acervo da UNIFAL-MG possibilita aula aberta de conscientização ambiental; exposição promovida por egressa da Universidade em Caldas alcançou mais de 1.000 pessoas

Uma iniciativa de educação ambiental oportunizou que estudantes das escolas dos municípios de Caldas e de Santa Rita de Caldas conhecessem de perto animais silvestres. Utilizando a Coleção Herpetológica da UNIFAL-MG, a “Mostra de Animais Silvestres em Ambiente Urbano” envolveu mais de 1.000 visitantes.

Marina Rosa, egressa do curso de Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade, e o professor Vinícius Xavier da Silva. (Foto: Arquivo/Marina Rosa)

A ação foi articulada por Marina Rosa, egressa do curso de Ciências Biológicas (Licenciatura) da Universidade, atual educadora ambiental de Caldas, junto ao professor Vinícius Xavier da Silva, responsável pela Coleção Herpetológica da UNIFAL-MG.

Em relato, a egressa conta que a experiência vivenciada na UNIFAL-MG no desenvolvimento de projeto de extensão “Unifala Bicho – o seu canal de comunicação com a vida”, bem como no laboratório didático, fez com que idealizasse promover também para estudantes de Caldas a oportunidade de ampliar os estudos, por meio do contato com animais conservados em álcool e taxidermizados do acervo da Universidade.

“Muitas escolas, instituições e a comunidade em geral conheceram a UNIFAL-MG e o laboratório do Vinícius através de projeto Unifala Bicho, que nasceu no laboratório coordenado por ele, onde fui estagiária por anos. Com os anos de trabalho no Unifala Bicho e a vontade de trazer para o meu novo município as experiências com animais ‘conservados’ para estudo, decidi fazer o pedido do empréstimo do material didático para o Vinícius”, conta.

Segundo Marina Rosa, a Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Caldas apoiou a ideia e disponibilizou transporte para o material. “No período de dois meses ficamos como fiéis depositários”, diz, revelando que além de escolas dos municípios de Caldas e Santa Rita de Caldas, a mostra também foi visitada por turistas frequentadores do Balneário Pocinhos do Rio Verde de Caldas e por membros da Comunidade Indígena Kiriris do Acré.

Estudantes das escolas dos municípios de Caldas e Santa Rita de Caldas participaram da exposição. (Foto: Arquivo/Marina Rosa)

A educadora afirma que a mostra ganhou repercussão nos municípios envolvidos, conseguindo despertar a consciência ambiental. “Ver o olhar de funcionários, professores, das crianças e dos idosos sendo transformados é a consagração maior de quem sonha tanto com um planeta em equilíbrio. Quando as pessoas entram em contato com todo este material e entendem os caminhos que os fizeram tornar-se ‘material de estudos’ a ‘mágica’ acontece”, descreve.

O trabalho de sensibilização foi ressaltado pela educadora ambiental como essencial no processo de transformação das pessoas. “Para mim a sensibilização é a chave para a transformação do mundo. Honro e agradeço a todos estes animais que, em sofrimento morreram, mas no amor e compaixão despertados em muitos, estão pulsando na memória e nos corações de mais de 1.000 humanos”, acrescenta.

Marina Rosa ainda faz questão de agradecer aos envolvidos na realização da atividade: “Agradeço imensamente, não somente ao professor Vinícius e à UNIFAL-MG. Faço outro agradecimento, também especial, à querida Duda Cañedo, estagiária da Secretaria do Meio Ambiente de Santa Rita de Caldas, futura bióloga e educadora ambiental, que foi uma grande parceira na execução da mostra naquele município.”

O retorno da atividade foi tão positivo, que a Prefeitura Municipal de Caldas e a Secretaria de Meio fizeram questão de manifestar o impacto da ação no município em uma carta de agradecimento direcionada ao professor Vinícius Xavier da Silva:

“Nós, enquanto Prefeitura Municipal de Caldas e Secretaria de Meio Ambiente, através deste documento, agradecemos ao Laboratório e Coleção Herpetológica ‘Alfred Russel Wallace’ da Universidade Federal de Alfenas, representado pelo Prof. Dr. Vinícius Xavier da Silva, pelo empréstimo do material didático, solicitado por Marina Rosa, nos meses de abril a maio, que muito enriqueceu as aulas de Educação Ambiental em nosso município. A aula aberta “Mostra de animais Silvestres em Ambiente Urbano”, idealizada e executada pela educadora ambiental, ex-aluna da UNIFAL-MG, Marina Rosa, alcançou turistas, a comunidade indígena local, escolas estaduais e municipais (ensino fundamental, médio e ensino infantil) e a comunidade em geral.”

“Quando as pessoas entram em contato com todo este material e entendem os caminhos que os fizeram tornar-se ‘material de estudos’ a ‘mágica’ acontece”, narra Marina Rosa. (Foto: Arquivo/Marina Rosa)

Para o professor, a realização da mostra confirmou o efeito multiplicador da ação encabeçada pela egressa da UNIFAL-MG, reforçando a importância da ciência para a sociedade. “Esse tipo de iniciativa da Marina é de importância fundamental ainda mais em tempos de negacionismo científico e menosprezo pelas universidades públicas, pois mostra como a UNIFAL-MG vem desempenhando um bom papel na formação de seus alunos como cidadãos”, afirmou. “Olhem o tremendo efeito multiplicador que uma ex-aluna atuando como educadora ambiental conseguiu; vejam o público e os municípios que ela abrangeu com uma proposta relativamente simples. Se isso não é retorno para a sociedade, eu não sei o que é”, acrescentou.

O tamanho sucesso da iniciativa impulsionou a criação de um projeto de extensão que prevê a mostra da Coleção Herpetológica  em cidades da região e visitas de escolas. “Pretendemos oficializar como um projeto de extensão, não só ampliando a exposição desse material para municípios vizinhos, mas também trazendo esses alunos para conhecerem os espaços da UNIFAL-MG, nossos laboratórios, o que se faz neles, bem como o Museu da Memória e Patrimônio e o Museu de História Natural da Universidade”, anunciou o professor Vinícius Xavier da Silva.

Leia carta de agradecimento na íntegra

Sobre a Coleção Herpetológica

A Coleção Herpetológica da UNIFAL-MG se destaca como importante fonte de informações para a área de Ciências Biológicas da Universidade e também da região Sul de Minas. O espaço, que mantém acervo didático e científico, é uma referência regional, uma vez que preserva 2.800 indivíduos de anfíbios, 800 répteis, como cobras e lagartos, e 2.300 amostras de tecido de anfíbios e répteis para estudos de DNA. Além de espécies da região, há alguns representantes de outros lugares do Brasil, como Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, por exemplo.

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