Literatura Inglesa – Frankenstein

 

FRANKENSTEIN, DE MARY SHELLEY

 

Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851) foi uma renomada autora britânica. Seu pai era o pensador político William Godwin, enquanto sua mãe se destacava como filósofa e defensora dos direitos das mulheres, Mary Wollstonecraft. Shelley é amplamente reconhecida por sua contribuição à literatura através da criação da obra Frankenstein; ou, O Prometeu Moderno (1818), que é um exemplar do gênero gótico. Além disso, ela desempenhou um papel de destaque na edição e promoção das obras de seu marido, o ilustre poeta romântico e filósofo Percy Bysshe Shelley.

A mãe de Shelley faleceu precocemente, menos de um mês após seu nascimento. Sua formação ficou a cargo de seu pai, que lhe proporcionou uma educação enriquecedora, embora não formal, encorajando-a a abraçar as teorias políticas anarquistas que ele mesmo sustentava. Até a década de 1970, Mary Shelley era predominantemente reconhecida por seu empenho na publicação das obras de seu cônjuge e pela controvérsia que o romance Frankenstein suscitou à época, embora o livro perdure como um texto amplamente lido e fonte de inspiração para inúmeras adaptações teatrais e cinematográficas.

Frankenstein; ou, O Prometeu Moderno, foi publicada em 1818 e assume a forma de um romance epistolar, que consiste em correspondência escrita entre os personagens. A narrativa apresenta Victor Frankenstein, um cientista obstinado, e a criatura que ele dá vida por meio de métodos científicos, suscitando questões profundas sobre responsabilidade científica, ambição desenfreada, isolamento, preconceito, as consequências não intencionais da ciência e da tecnologia, a busca pela identidade e o embate entre a natureza e a tecnologia. A autora, Mary Shelley, concebeu tanto na figura da criatura quanto em seu criador temas que continuam a ressoar de maneira impactante na audiência contemporânea.

 

Segundo Guston, Finn e Robert (2017, p. 10), as pesquisas recentes têm proporcionado uma perspectiva mais abrangente das realizações de Mary Shelley. As obras frequentemente sustentam a argumentação de que a cooperação e a empatia, sobretudo quando praticadas por mulheres no contexto familiar, são instrumentos para a reforma da sociedade civil. Essa visão desafia diretamente o ethos romântico de individualismo promovido por Percy Shelley e as teorias políticas anarquistas delineadas por seu pai, William Godwin.

REFERÊNCIAS

 

GUSTON, David H.; FINN, Ed; ROBERT, Jason Scott. FRANKENSTEIN OR, THE MODERN PROMETHEUS: annotated for scientists, engineers, and creators of all kinds. Londres: Cambrige, 2017. 302 p. Disponível em: https://rauterberg.employee.id.tue.nl/lecturenotes/DDM110%20CAS/Shelley-1818%20Frankenstein.pdf. Acesso em: 05 out. 2023.