Ampliando o repertório em tempos de quarentena: dica de livro
O que você está fazendo para passar o tempo nessa quarentena?
A série “Ampliando o repertório em tempos de quarentena”, do PET Letras, tem como objetivo proporcionar entretenimento e conhecimento de qualidade para vocês nesses dias de home office. Nosso post de hoje traz a obra “A Carne” de Júlio Ribeiro.
Em 1888, o naturalista Júlio Ribeiro choca a sociedade com a obra “A CARNE”. Romance naturalista que abordou temas até então ignorados pela literatura da época, como por exemplo, o amor livre, o divórcio, e a mulher inserida na sociedade em um novo papel, o que escandalizou as famílias tradicionais que proibiam suas jovens de ler a obra muitos do que adquiriam-na pediam segredo sobre a aquisição da obra.
Mais que um mero escândalo sexual, o romance foi um dos livros mais discutidos e populares do país e embora sejam encontrados alguns exemplares antigos, estão mutilados, talvez por chocar de fato uma sociedade hipócrita que por décadas lhe aprisionou á margem da grande literatura que o compunha, pois a dita sociedade cegou e contaminou-se pelo obsceno do livro sem se dar conta (a meu ver) do ápice da história: surge na literatura a mulher independente em todos os sentidos.
O romance também foi um divisor de águas entre os leitores, ao passo que alguns o desdenhavam, outros o promoviam ao fazerem críticas exageradas em tom leviano. A obra então foi ganhando popularidade e até mesmo aqueles que a repudiavam liam as escondidas, intencionado ter acesso ao proibido que não lhes permitido.
Foi o caso de tantas mulheres que sofreram julgamentos ferinos e até tiveram seus casamentos desfeitos por causa da leitura de “A CARNE”, temática que implícita manifestação sexual, sádica, ninfomaníaca, e pervertida de nudez e sexo. […]
Fonte: http://revistainstigada.blogspot.com/2014/08/resenha-do-livro-carne-julio-ribeiro.html?m=1