Ampliando o repertório em tempos de quarentena: dica de música

O que você está fazendo para passar o tempo nessa quarentena?? A série “Ampliando o repertório em tempos de quarentena,” do PET Letras, tem como objetivo proporcionar entretenimento e conhecimento de qualidade para você nesses dias de home office. Para hoje, temos a sugestão da música P.U.T.A da banda Mulamba.

A força e resistência feminina na história da banda Mulamba

Mulamba começa em 2015, na cidade de Curitiba, quando a vocalista Amanda Pacífico e a amiga baixista da banda Orquestra Friorenta, Naíra Debértolis, tiveram a iniciativa de realizar um tributo à Cássia Eller, no mês de aniversário da artista. As então integrantes da Mulamba, Cacau de Sá, também vocalista, Érica Silva, guitarrista, e Caro Pisco, baterista, já se conheciam de outros grupos e da vida tocando na noite curitibana.

A primeira música, nome do grupo, Mulamba, surgiu por causa desse mesmo primeiro show da Cássia, quando uma amiga da vocalista foi assediada. Elas estavam em um local majoritariamente composto por mulheres e um homem ainda se sentiu no direito de violar o espaço do corpo de uma delas. A letra narra a dor de nascer e se tornar mulher na nossa sociedade, bem como a força inabalável que as mulheres carregam, e que não pode ser mais silenciada. “Nunca vimos o movimento [das mulheres] tão fortalecido, o caminho que estamos traçando e onde estamos chegando, nada apagará essa luz. Aquela mulher dona de casa percebeu a força que ela tem. Já baixamos muito a cabeça e engolimos muito sapo, agora não tem mais jeito, é uma roda que não vamos deixar de girar não”,
P.U.T.A, na interpretação visceral de Amanda Pacífico e Cacau de Sá, narra um estupro. Na mesma época de Mulamba, estava no Facebook o depoimento de uma amiga dizendo que tinha medo de andar sozinha à noite e descer no ponto de ônibus para ir para casa. Percebeu-se o medo era recorrente que todas passam todos os dias, ao fazer sua rotina diária simples, sem saberem se irão estar vivas ou inteiras no final do dia.

Na mesma semana, uma mulher foi esquartejada no bairro de Amanda, em Curitiba, até hoje não se sabe quem era a mulher, e quando descobriram que era uma moradora de rua, as investigações pararam e não resolveram o crime.

Fonte:https://www.todasfridas.com.br/2018/12/01/a-forca-e-resistencia-feminina-na-historia-da-banda-mulamba/
Música: https://www.youtube.com/watch?v=ZdpZ-93uUnY