Principais obras de Edgar Allan Poe
Para abrirmos o mês de outubro, recorreremos ao terror e ao estranho a partir da literatura gótica. Dito isso, o PET Letras apresenta uma série de publicações referente a um dos principais autores deste gênero: Edgar Allan Poe, e neste post, estaremos apresentando uma breve síntese e recomendação de suas obras.
O Corvo (1845)
“O Corvo” é um dos poemas mais famosos de Edgar Allan Poe. Ele conta a história de um homem que sofre com a perda de sua amada, Lenore. Em uma noite sombria, ele é visitado por um corvo que entra em sua casa e pousa em um busto de Palas Atena. O corvo repete a palavra “Nevermore” (nunca mais) diversas vezes intensificando a agonia do narrador por pensar diretamente na perda de sua amada. Sua repetição constante da palavra “Nevermore” (Nunca mais) reforça a ideia de que certas perdas são definitivas e que o narrador está condenado a conviver com esse luto. É uma visão direta e pessoal da mente perturbada do protagonista que enfrenta a dor da perda, a melancolia e a loucura.
Além disso, “O Corvo” é considerado um marco na literatura gótica, distinguindo-se pelo tom sombrio e pela atmosfera misteriosa que permeia toda a obra. Mas, além da literatura, o poema se tornou famoso em meio a cultura popular, sendo inspiração para diversos outros escritores como por exemplo, Machado de Assis e Fernando Pessoa que fizeram suas próprias traduções sobre a obra com o seu tom poético. Esta obra ajudou a consolidar Edgar Allan Poe como um dos grandes mestres da poesia melancólica e da literatura de horror psicológico.
A Queda da Casa de Usher (1839)
Este conto narra a visita de um personagem, que não é intitulado, à casa de seu amigo de infância, Roderick Usher, que está sofrendo de uma doença mental grave. A mansão dos Usher é descrita como uma construção antiga, com uma atmosfera sombria e decadente, refletindo a saúde deteriorada dos últimos membros da família Usher, Roderick e sua irmã Madeline. Com o passar do tempo, eventos sobrenaturais começam a ocorrer na casa, culminando com a morte de Madeline e o colapso da própria mansão, simbolizando a destruição da linhagem Usher.
Nessa obra, Poe mistura elementos sobrenaturais com o horror psicológico, criando uma atmosfera de mistério que desafia e questiona a sanidade tanto do narrador quanto dos leitores. A história também é um estudo sobre o isolamento, retratando os Usher como figuras separadas do mundo exterior, o que agrava sua alienação e leva à sua eventual ruína além de criar um ambiente sombrio e que cria uma sensação de medo a todo tempo, consolidando o gênero literário gótico em sua obra.
O Gato Preto (1843)
Trata-se de um conto de Edgar Allan Poe. A narrativa é sobre a história de um homem que, consumido pelo alcoolismo, se transforma em uma pessoa violenta e cruel. Ele vivia em harmonia com sua esposa e seus animais, especialmente um gato preto chamado Plutão. No entanto, à medida que sua dependência se intensifica, ele começa a maltratar o gato e, em um surto de raiva, fura um de seus olhos.
Após esse ato, Plutão desaparece, mas logo o protagonista encontra um segundo gato preto que o assombra com sua presença. Esse novo gato possui uma mancha branca em forma de enforcado, agravando a paranoia do homem. Cada vez mais perturbado, ele comete atos horrendos, culminando em um ciclo de culpa e loucura. Dito isso, a narrativa explora temas como a culpa, a deterioração da mente e as consequências da violência, refletindo o estilo gótico e psicológico característico de Poe.
Os assassinatos da rua Morgue (1841)
Trata-se de um conto, de Edgar Allan Poe, que introduz a personagem Dupin, um detetive brilhante. A história se passa em Paris e gira em torno do brutal assassinato de duas mulheres, Madame L’Espanaye e sua filha, em sua casa. O crime é cercado de mistério, pois os detalhes da cena do crime são inexplicáveis e os testemunhos dos vizinhos são confusos.
Dupin, intrigado pelo caso, decide investigar. Ele analisa as evidências com um olhar agudo e lógico, superando as limitações da polícia local. Ao desvendar pistas, Dupin revela que o crime foi cometido por um orangotango, que causou a confusão e o terror. O conto não apenas apresenta um dos primeiros detetives da literatura, mas também destaca temas de raciocínio lógico e observação, estabelecendo as bases para o gênero de mistério e policial.