Língua Portuguesa – Aposto x Vocativo

EncicloPET de Língua Portuguesa: Aposto X Vocativo

Tratando primeiramente do termo “aposto”, podemos estabelecer que é aquele que está posto ao lado do nome (tratado como substantivo pela gramática tradicional) como se fosse o próprio nome, ou seja, é cabível dizer que ao usá-lo damos a entender que estamos explicando um nome ou adicionando uma informação a ele na frase (Ferrarezi, 2012, p. 103). Para exemplificar essa afirmação trazemos os seguintes exemplos com alguns casos e tipos existente de “aposto” que podemos encontrar:

  1. Vanessa, gerente de uma famosa loja de roupas, era muito exigente. (aposto explicativo)
  2. Meu chefe me passou as seguintes tarefas: revisar a planilha e cumprir os prazos mais urgentes. (aposto enumerativo)
  3. Lurdes, quando viajar, irá trazer presentes para os seus netos amados. (aposto circunstancial)
  4. Vou fazer essa atividade em etapas: no primeiro dia será a introdução, no segundo farei o desenvolvimento e no último a conclusão. (aposto distributivo)
  5. Ana, Vitória e João organizaram a mesa e os presentes embaixo da árvore, tudo pronto para a ceia de Natal! (aposto resumidor)

Em contraste, temos o “vocativo” também pelas considerações do autor Celso Ferrarezi Junior (2012, p. 135):

[…] Trata-se de um elemento da conversação que tem entre outras, como finalidade básica de estabelecer um vínculo conversacional, “dirigir a conversa” a alguém, por assim dizer. É por isso que ele aparece solto na frase, podendo ser colocado em quase todos os lugares da estrutura, pelo menos aqueles em que ele não atrapalhe muito o entendimento ou não interfira em relações sintáticas de forma a atrapalhar o processamento da frase pelo falante.

Para aludir diante dessa definição temos os seguintes exemplos, já preocupados em demonstrar que podemos encontrar o vocativo em diferentes lugares da estrutura:

  1. Lúcia, você pode me emprestar as suas anotações da aula de Língua Portuguesa?
  2. Você pode me emprestar as suas anotações da aula de Língua Portuguesa, Lúcia?
  3. Você pode me emprestar, Lúcia, as suas anotações da aula de Língua Portuguesa?

Com isso, podemos estabelecer que aposto e vocativo tratam de coisas diferentes na estrutura quando são usados, o primeiro se dedica em acrescentar uma informação após o nome (substantivo) e o outro é um elemento da conversação, preocupado em direcionar uma conversa.

Referência

FERRAREZI JUNIOR, Celso. Sintaxe para a educação básica. São Paulo: Contexto, 2012.